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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: Cantor Paulo Sergio: ' O mesmo timbre vocal do Rei'

agosto 08, 2012

Cantor Paulo Sergio: ' O mesmo timbre vocal do Rei'



Paulo Sérgio foi içado a fama quase sem querer, quando acompanhava o teste que um amigo fazia como cantor para a gravadora Caravelle em 1968. Num golpe do destino o amigo dançou no teste, enquanto que Paulo estava apenas sendo descoberto.

O timbre vocal inerente, lhe abriu as portas do sucesso e em poucos meses sua voz ecoava pelo país. A primeira investida da gravadora reverberou no mercado como uma bomba atômica, explodindo fagulhas na corte do rei e nos cofres da CBS. No início, Paulo não percebeu o quanto estava sendo usado para provocar Roberto Carlos e muito menos tinha noção do abalo que causara na multinacional CBS, era apenas o cantor e era somente na profissão que ele se concentrava.

Até que um dia Chacrinha ousou dizer: Roberto já era. Paulo Sérgio agora era o rei da juventude. Manchetes e manchetes publicadas em jornais e revistas se encarregaram de levar a guerra adiante. Roberto Carlos tentou disfarçar, mostrando-se inabalável, segurou-se o quanto pôde, mas quando viu a popularidade do seu conterrâneo subir rapidamente, apressou-se em lançar na praça o LP “O Inimitável Roberto Carlos” (1968).

Alguém tinha que se mexer, e não era Paulo Sérgio, sua carreira ainda era embrionária, estava dando os primeiros passos, já Roberto era o ídolo mor da juventude, não podia perder o posto tão facilmente. Quando o Inimitável entrou nas paradas com Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo, dele e de Erasmo Carlos, A Última Canção era a música mais ouvida e também decorada pelo povo brasileiro.

Mas a vida artística de Paulo Sérgio não dependia da fama de Roberto Carlos, Paulo conquistou seu público logo na estréia e trilhou caminhos opostos. Em 1968, se LP foi o terceiro mais vendido do Brasil, na frente de Roberto Carlos e Chico Buarque (revista Intervalo – junho de 1968)

Variados títulos e prêmios confirmaram a autenticidade da carreira

Em São Paulo, o cantor recebeu por três vezes da TV Record, o prêmio mais cobiçado pela classe, o Troféu Chico Viola, em pouquíssimo espaço de tempo. Prêmios como Disco de ouro, Buzina do Chacrinha e Globo de Ouro coroaram o sucesso do cantor. Daí por diante as revistas especializadas tratavam de divulgar os passos do cantor, que mesmo mantendo a postura humilde, vivia como uma celebridade, gastando seu dinheiro em conforto para a família e colecionando carros de luxo. Dentre os brinquedos possantes estavam um Opala do ano, um Mustang, um Galaxie, um Volkswagen e um Cadillac presidencial reluzente a prova de balas.

Quanto mais a fama crescia, mais comparações surgiam


O cantor enfrentou sérios problemas na carreira, além das acusações declaradas pelos disc-jockeys, de imitador barato. O mesmo timbre vocal que lhe abriu as portas do sucesso acarretou ao longo da carreira, problemas insolúveis. As revistas especializadas publicavam supostas declarações de Roberto Carlos atacando o conterrâneo.

Declarações que no número seguinte, eram todas desmentidas. Os jornalistas não davam trégua, e em poucos dias lá se vinham outras “declarações”. Paulo Sérgio não temia o confronto, cada vez mais se popularizava e estruturava melhor sua carreira. Em 30 de maio de 1970, o jornal última Hora publicou a seguinte declaração de Paulo Sérgio: “Queriam que eu cantasse com uma voz diferente e me faziam gravar mais de cinqüenta vezes a mesma coisa. Minha voz realmente parecia com a de Roberto, mas o que eu poderia fazer? Então me enfezei, disse que a gravadora era uma droga, rasguei o contrato e ameacei não gravar mais”. O cantor está falando do começo da carreira, quando foi levado por um empresário à gravadora Beverly, que se interessou por ele, mas queria mudar o seu timbre de voz.

Em julho de 1977, depois de ficar um longo período sem aparecer na mídia ou fazer declarações pessoais (mas fazendo muito sucesso nas rádios do país inteiro com a música Amor Tem Que Ser Amor, do 10° LP), Paulo Sérgio, enquanto lançava seu 11° LP da carreira declarou ao repórter Gilmir Wortroba, da revista Amiga: “Não acho que minha voz tenha o mesmo timbre da de Roberto Carlos e jamais tive a pretensão de imitá-lo. Considero uma injustiça o que fazem comigo. Quero apenas cantar e compor em paz, sem tentar imitar ninguém”.

Estas palavras são testemunhas do sofrimento que a comparação acarretou sobre a vida e a carreira de Paulo Sérgio. Ninguém pode medir o estrago causado na vida do cantor, mas sua indignação gritava através do seu olhar triste, preservado para sempre na memória dos fãs.

Paulo Sérgio para sempre

 Na certidão de óbito divulgada pela revista Amiga, com atestado da doutora Izolda Nera Lehfeld, consta que Paulo Sérgio de Macedo, de 36 anos, faleceu as 20 horas e 10 minutos do dia 29 de julho de 1980, no Hospital São Paulo, de edema cerebral. A certidão assinada no dia 30 de julho de 1980, diz ainda, que o cantor era desquitado de Raquel Teles Eugênio, pai de um filho com nome de Rodrigo, deixa outros filhos* com nomes e idades ignorados.

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