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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: Jovem Guarda: O Ronnie Cord fez sucesso, mas o outro Ronnie nem fez parte do movimento e nem gosta da jovem guarda

fevereiro 19, 2013

Jovem Guarda: O Ronnie Cord fez sucesso, mas o outro Ronnie nem fez parte do movimento e nem gosta da jovem guarda


Dias atrás mandei um E-mail para o programa 'Todo Seu' do Ronnie Von e dei uma sugestão para o programa, minha sugestão foi para que eles incluíssem um quadro sobre a jovem guarda no programa, e que esse quadro fosse ao ar uma vez por semana, já que o programa é exibido todos os dias. Afinal de contas muitos ligam o Ronnie Von a jovem guarda porque ele apareceu na mesma época, e  com certeza muitos que viveram a fase jovem guarda iriam gostar, pois poderiam rever alguns ídolos que ainda, apesar da idade, estão na ativa.

Para minha surpresa logo em seguida recebi um E-mail do diretor do programa 'Todo seu", onde percebi além de certa arrogancia, o preconceito que eles tem em relação a jovem guarda.

Abaixo uma cópia do E-mail que o produtor do programa me enviou:

Marcio Tavolari <mtavolari@tvgazeta.com.br>
15 fev (4 dias atrás)

para mim
Ademir,

infelizmente sua afirmação não corresponde. Embora o Ronnie tenha surgido na mesma época da Jovem Guarda, ele nunca participou no movimento ou gravou o chamado "Iê iê iê". Ele surgiu como roqueiro muito mais indentifcado com a Jovem Guarda. Tanto que gravou com Caetano, Gil e outros. Os Mutantes, com Rita Lee foi batizado por ele e era a banda fixa de seu programa na Record. Na sequência, Ronnie deu inicio ao chamado movimento psicodélico do Rock Nacional, foi um piorneiro do gênero com 3 albuns.
Ronnie nunca gravou com Roberto ou com qualquer outro nome da chamada Jovem Guarda.
Fica o registro.

abs.
Márcio Tavolari
Diretor Programa TODO SEU

Mas se o Ronnie Von  que se diz roqueiro apesar de seus dois sucessos não muito expressivos, não lembro agora de outros, não terem sido rock, mas  uma marchinha "A praça" e uma balada dos Beatles com versão para o português "Meu Bem', o Ronnie Cord arrebentava com o hit 'Rua Augusta.

O hit Rua Augusta colocou São Paulo no mapa da música pop em 1964. Gravada por Ronnie Cord (na verdade, Ronaldo Cordovil), a canção descreve o percurso de um playboy que começa um passeio envenenado com seu carrão na Augusta (a 120 por hora), segue pelo Vale do Anhangabaú (a 130) e termina na galeria Prestes Maia, no centro da cidade, onde o herói da façanha chega com "três pneus carecas derrapando na raia".

Curiosamente, não foi escrita por um rapaz de blusão de couro e topete cuidadosamente armado com brilhantina, mas por um senhor de 50 anos, Hervé Cordovil, pai de Ronnie, compositor de inúmeros talentos, que àquela altura tinha no currículo um samba em parceria com Noel Rosa (Triste Cuíca, lançado por Aracy de Almeida em 1935), marchinhas carnavalescas, baiões sacudidos, serestas plangentes e outras pérolas da brasilidade.Mesmo sem saber onde diabos ficava aquela rua Augusta, jovens de todo o território nacional apaixonaram-se pelo rock made in SP de Hervé, lançado quase simultaneamente a Parei na Contramão, outra canção de temática automobilística, o primeiro sucesso nacional de uma dupla que começava a dar os primeiros sinais de grandeza: Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

Ainda em 1964, Roberto estouraria com O Calhambeque (versão de Erasmo para a americana Road Hog), estabelecendo a apologia à velocidade e à potência de seus carrões como discurso recorrente no ideário do que ainda era conhecido como "música jovem" ou "música dos brotos" no Brasil – e que no ano seguinte lamberia o país como um tsunami elétrico, sob a alcunha de jovem guarda.


Ademir Palácios

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