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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: novembro 2019

novembro 22, 2019

Site com acervo das primeiras fãs de Roberto Carlos será lançado em Cachoeiro

Casa onde Roberto Carlos morou quando criança

Foto Márcia Leal

Na sexta-feira (22), será realizado, em Cachoeiro, o lançamento do site "Detalhes de uma vida", que conta a história e reúne o acervo das irmãs Gercy e Maria Eleonor Volpato, consideradas as primeiras fãs do ilustre cantor cachoeirense Roberto Carlos.

O local escolhido para o evento, que é aberto ao público, não poderia ser outro: será a partir das 18h, na Casa de Cultura Roberto Carlos, onde o artista morou na infância, no bairro Recanto.

Quem comparecer conhecerá, em primeira mão, o site, que é um projeto patrocinado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, por meio da Lei Rubem Braga, que incentiva a produção cultural no município.

O acervo digital é composto por imagens de quadros; pôsteres; discos; recortes de revistas; jornais; livros e itens raros, como rascunhos de cartas enviadas a programas de rádio, materiais autografados pelo cantor, ingressos de todos os shows assistidos, boneco do Roberto de uma coleção lançada na época da Jovem Guarda e carteirinha de membro do clube do ouvinte da Rádio Nacional do Rio. São cerca de 3.500 imagens, além de todo conteúdo textual, dividido em seções.

De acordo com Luan Volpato, sobrinho-neto das irmãs, que idealizou e inscreveu o projeto na Lei Rubem Braga, o objetivo é fazer com que esse acervo se torne um museu on-line, de fácil acesso, para que todos conheçam o material guardado por fãs que tiveram a oportunidade de acompanhar, desde o início, a trajetória de um dos maiores artistas do país e do mundo.

"Esse trabalho foi engrandecedor porque, de alguma forma, estou contribuindo para nossa cultura. Este ano, também, é muito emblemático, pois, além dos 90 anos da minha tia-avó Gercy, o Roberto Carlos completa 60 anos de carreira", frisa.

"A Lei Rubem Braga sempre nos traz projetos de muita qualidade, de alto nível de criatividade artística e, também, de surpresas deliciosas, como esse projeto. Roberto Carlos é nosso ídolo maior e a dedicação das irmãs Volpato a esse artista é uma história linda, que merece ser contada pro mundo", afirma a secretária municipal de Cultura e Turismo, Fernanda Martins.



Fonte: jornalfato.com.br

novembro 03, 2019

Antônio Aguillar, o fotógrafo que se tornou precursor da Jovem Guarda no Brasil


Os olhos de Antônio Aguillar sempre souberam qual imagem deveria estar no foco. Fotógrafo do jornal O Estado de S. Paulo entre os anos 1950 e 1960 – admitido depois de um teste proposto pela redação: uma foto e uma legenda de um quiosque de flores -, ele iria acumular um dos mais respeitáveis portfólios dentre seus parceiros enquadrando da cantora francesa Edith Piaf e o escultor Victor Brecheret aos atores Paulo Autran e Tônia Carreiro, formações dos sonhos da seleção brasileira, festas da alta sociedade paulistana, geadas destruidoras do café de Londrina, desfiles no Vale do Anhangabaú, gestações de Roberto e Erasmo Carlos, inauguração do Parque do Ibirapuera, vindas de papas e prisões de demônios.

Quando uma cena se pôs ainda desfocada ao fundo desse primeiro plano deslumbrante, sua moderna Rolleiflex não se intimidou. As rádios dos anos 1950 já vibravam com os primeiros reflexos do rock and roll no Brasil. Apaixonado pelo rádio, Aguillar tentou primeiro um emprego na Eldorado, do Estado, mas um superior argumentou que sua voz não tinha o padrão dos locutores. Ele seguiu então para a Rádio 9 de Julho, começando de baixo, escrevendo notas para Joelmir Beting, e, de lá, para a Rádio Excelsior, como locutor de comerciais. Mais um pulo seria dado, então, para outra emissora, a Rádio Nacional, onde Aguillar começaria outra fase de sua vida à frente do programa Ritmos Para a Juventude, que o teria como líder por 20 anos.

O Ritmos Para a Juventude estava na primeira leva de programas que antecipavam um fenômeno. Aguillar havia ficado fascinado com o filme Rock Around The Clock (Ao Balanço das Horas), com Bill Halley e seus Cometas, e entendeu que, ali, não havia nada de pecado, como pregavam a Igreja, a ala tradicional da música brasileira e boa parte da sociedade. A plateia se aglomerava em uma longa fila para participar do programa, aos sábados, e dos concursos de dança que “o Timoneiro da juventude” criava.

Ao ver a histeria que provocava, o também locutor Silvio Santos quis saber como Aguillar conseguia ter um auditório lotado mesmo sem levar grandes nomes, segundo narra o livro Histórias da Jovem Guarda, escrito pelo próprio locutor e por Debora Aguillar e Paulo Cesar Ribeiro, de 2005. Aguillar respondeu: “É só dar aos jovens aquilo de que eles gostam, rock and roll”. Segundo o mesmo livro, foi em 1961, no auditório de Aguillar, onde o twist começou a ser divulgado em São Paulo. “Até então, as pessoas só podiam vê-lo no cinema.” A reação ao sucesso do programa era pesada. Um panfleto distribuído à porta do auditório dizia o seguinte: “Decidimos mostrar aos leitores o que é rock and roll, dança alienígena, que está, pela publicidade científica e planificada, influenciando e envenenando grande número de jovens desprevenidos ou simplesmente abandonados pelos pais e autoridade…”. E era só o começo da revolução, graças também às lentes de Aguillar.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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