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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: novembro 2020

novembro 20, 2020

O rádio nos anos 60

 


O censo de 1960 nos fornece ainda dados quando às principais características dos domicílios particulares, nos quais detalha itens tais como o abastecimento de energia elétrica e a posse de aparelhos eletrodomésticos como rádio, geladeira e televisão, entre outros.


A Jovem Guarda da década de 60Pode-se observar a proximidade entre os índices de fornecimento de energia elétrica e o da existência de aparelhos de rádios nos domicílios visitados – 38,54% do total com energia elétrica e 35,38% do total com aparelhos de rádio. Do mesmo modo se pode perceber que somente uma pequena parcela da população tinha acesso aos aparelhos de televisão – 4,6% do total -, sendo que se passarmos para o quadro rural, o número domicílios que possuíam de aparelhos de televisão é inexpressivo.


A proximidade entre os índices de energia elétrica e de aparelhos de rádio nos permite afirmar que ocorreu um processo de popularização do rádio, fazendo dele quase que uma presença obrigatória nos lares brasileiros, uma espécie de utensílio indispensável. Os aparelhos de rádio dos anos 40 e 50 ainda eram relativamente grandes, principalmente se comparados ao tamanho dos atuais, e necessitam de energia elétrica ou de geradores para funcionarem – os aparelhos transistorizados somente invadiram efetivamente o mercado nacional no final dos anos 60. As próprias características físicas do aparelho de rádio faziam com que ele ainda se mantivesse como um aparelho de escuta coletiva, o que permitia uma possível troca de impressões entre aqueles que se reuniam em torno dele. É importante chamar a atenção para o fato de que no período citado as famílias brasileiras mantinham o hábito de se reunirem para jantar, ouvir o rádio e conversarem sobre as notícias do dia.


Um outro indicador da popularização, ou até mesmo da banalização da presença do rádio nos grandes centros urbanos, é o de que em uma pesquisa do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública) de 196010), sobre o potencial efetivo dos mercados carioca e paulista para as utilidades domésticas o rádio simplesmente foi excluído, foram apuradas a existência de aparelhos de TV, colchões de mola, máquinas de lavar roupa, refrigeradores, liquidificadores e enceradeiras, ou seja, como o rádio já era presença constante nos lares brasileiros não servia como indicador de renda. Da mesma forma que, ainda em 1960, o IBOPE realizou uma pesquisa sobre a forma através da qual os habitantes de Belo Horizonte conheceram a loja Ducal e no resultado 73% dos entrevistados responderam que tal conhecimento ocorreu através dos anúncios de rádio, seguidos de 18% que o fizeram através dos jornais e 12% pela televisão.


O rádio chegava ao final dos anos 50 e início dos 60, consolidado em sua posição de meio de comunicação de massa, como um elemento fundamental na formação de hábitos na sociedade brasileira. Dos anos 30 aos 60, o rádio foi o meio através do qual as novidades tecnológicas, os modismos culturais, as mudanças políticas, as informações e o entretenimento chegavam ao mesmo tempo aos mais distantes lugares do país, permitindo uma intensa troca entre a modernidade e a tradição. O rádio ajudou a criar novas práticas culturais e de consumo por toda a sociedade brasileira.



Fonte:colaweb.com

novembro 16, 2020

Vanusa, um raio de sol numa manhã chuvosa

 Vanusa, com Antônio Marcos e os filhos

Era uma manhã chuvosa, de céu enfarruscado do final de setembro de 1968. Eu acabara de abrir o programa Cidade em Dose Dupla, que apresentava de segunda a sexta-feira na Difusora de Jundiai. Meu parceiro era nada menos que José Paulo de Andrade, o lendário comandante de O Pulo do Gato, que manteve no ar por mais de 50 anos na Rádio Bandeirantes. Como sempre fazia, ele chegava por volta das 8h, estacionava seu Gordini em frente ao prédio da emissora na Barão de Jundiaí, e pouco depois já estava no estúdio para juntar-se a mim no comando do programa.


Nesse dia me contou que convidara um astro da música jovem e que faria supresa até sua chegada. Lá pelas 9h foram aparecendo alguns nomes menos cotados, entre eles uma loirinha simpaticíssima, nascida em Cruzeiro, no Vale do Paraíba, mas que acabara de chegar de Uberaba, no triângulo mineiro, onde passou a infância e parte de sua juventude. Seu nome? Vanusa Santos Flores, ou simplesmente Vanusa.

Ela despontou para o Brasil tão logo chegou ao meio artístico. Passou, então, a fazer parte daquela que foi a maior revolução da música jovem, iniciada com a liberação dos costumes na metade final dos anos 60 do século passado, movimento que acabaria tomando conta do mundo todo. Com sua voz belíssima conquistou espaço entre a turma da Jovem Guarda, que nessa época tinha como estrelas, por exemplo, as divas Wanderleia e Cely Campelo.

Tímida diante de um dos maiores nomes do rádio brasileiro, Zé Paulo percebeu, deixou-a à vontade e apresentou seu primeiro disco, um LP de 33 rotações cujo título era Mensagem. Antes de rodar uma das faixas, lhe pediu que cantasse, à capela, um pedacinho de uma das músicas. Ela surpreendeu a todos nós com sua voz afinadíssima em um trecho de Eu sonhei o meu sonho mais lindo. Depois, enquanto ia para o ar a faixa toda de Para nunca mais chorar, todos nós, eu “babando” mais que todos, cercamos aquela menina linda como se fôssemos seu fã-clube. Não estávamos errados: com o tempo ela se tornaria um dos maiores sucessos do iê-iê-iê e depois uma cantora romântica cuja voz só os males do corpo acabariam por tirar de nós o prazer de ouvi-la.

Vanusa foi naquela manhã de setembro um sopro da primavera que acabara de chegar. Tão surpreendente e tão extraordinariamente agradável que sequer conseguimos dar a mesma importância ao grande astro que, logo depois, estaria nos visitando nesse mesmo dia, naquele mesmo programa: Mário Marcos. Diziam os experts que aquele menino com cara de anjo e pose de galã seria tão famoso no futuro como já eram Roberto e Erasmo Carlos. Não foi. O Marcos que faria sucesso mesmo seria seu irmão Antônio, mais tarde o grande amor de Vanusa e com quem ela se casaria.

O resto da história todos conhecem. Uns, os mais novos, pelo que foi escrito e outros, os mais antigos, como eu, trazem na memória a Vanusa que conhecemos desde a Jovem Guarda. Até este domingo, 8 de novembro de 2020, quando a morte levou aquela loirinha linda, de voz maravilhosa, que surgiu diante dos meus olhos como um raio de sol numa fria e chuvosa manhã de primavera no final de setembro de 1968.


Por Plínio Vicente da Silva







Fonte:portaldosjornalistas.com.br


novembro 11, 2020

Morta no esquecimento, fãs de Vanusa cobram ausência da Jovem Guarda: ‘Esquecida por grandes amigos cantores’


 Vanusa é reconhecida nacionalmente como um dos grandes nomes da Jovem Guarda. O movimento, que se iniciou na década de 1960 e ganhou força no restante do século XX, foi inspirado na cena musical dos Estados Unidos, criando uma legião de fãs, nostálgicos até os dias de hoje.

Ao lado de Vanusa, nomes como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Jerry Adriani, Ronnie Von, Wanderley Cardoso, Rosemary e Wanderléa

ocuparam as paradas de sucesso por vários anos, com músicas que estão na boca do povo até os dias de hoje. Com o decorrer dos anos, porém, a parceria acabou ficando no esquecimento dos registros históricos.

No velório de Vanusa, ocorrido ao longo desta segunda-feira (9), fãs notaram a ausência de grandes amigos da música, sobretudo da Jovem Guarda. “Foi esquecida pelos seus grandes amigos cantores. Que triste para uma cantora do seu gabarito”, opinou uma fã. “Cadê os amigos da Jovem Guarda???”, questionou um segundo.






tvprime.com.br

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