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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: 'Estamos na 2ª juventude, nunca na 3ª idade !

setembro 21, 2013

'Estamos na 2ª juventude, nunca na 3ª idade !

Augusto e Malu. Em comum, eles têm a vontade, a coragem de mudar, de fazer tudo o que não puderam fazer antes dos 60 anos.
“Nós não vamos envelhecer como nossos avós. Eu hoje sou mais velho que meu avô, quando ele morreu, e ele morreu um velhinho. E eu tenho agora 20, 25 anos para me rebelar, para virar a mesa, para gritar, para exigir meus direitos. Ou seja, eu vou ser meio como adolescente, só que eu vou chamar diferente: gerontolescente. Esse termo não está no dicionário de hoje, mas eu lhe garanto, daqui a 30 anos vai estar”, diz o médico gerontólogo Alexandre Kalache.

Foi-se o tempo do ‘não consigo, não dá mais’. Que nada! O tempo certo é hoje e agora. Aos 71 anos, Augusto vive com o pé na estrada e a carioca Malu começou a cantar e não parou mais.  “É um marco na minha vida. É antes e depois da música“, conta a dona de casa e cantora Malu Garcez.

E olha que ela era tímida. A música fortaleceu até o casamento, de 46 anos. “Com essa mudança de vida dela, eu muitas vezes não posso acompanhar, porque são shows e mais shows. Se eu começasse a criar obstáculos para ela ir, pronto. Ela é da noite. Eu digo ‘meus porteiros não devem entender nada’, porque ela sai toda paramentada de táxi”, ri o advogado Martinho Garcez.

E essa noite é de gala, numa casa de shows onde recebe a família e os amigos. Resultado da bilheteria? Dá pra pagar as despesas. Lucro maior é o dela: prazer absoluto.

Já a satisfação do Augusto, que mora em Nova Friburgo, região serrana do Rio, é conhecer outros países. “Não tem nada melhor do que rodar esse mundão sem ter compromisso nenhum”, afirma o advogado Augusto Lins e Silva.

Mas essa história começou há muitos anos. Na casa do Augusto, estão os testemunhos de uma coleção de aventuras. Um novo estilo de vida, bem diferente para comemorar a chegada da aposentadoria.
Augusto é administrador de empresas. Quando parou de trabalhar, voltou à paixão de adolescência. Pegou a moto e ganhou o mundo: “é total adrenalina, porque você está sendo em estado de risco”. Atravessou o deserto do Atacama. Bateu recordes, para um veterano, ao percorrer de moto 39 mil quilômetros na viagem até o Alasca, em 2011.

Mas como pode um aposentado conseguir dinheiro para sonhos tão ousados? Ele faz economia, mas também conta com a ajuda de parentes e amigos. Em junho passado, Augusto cruzou de moto três continentes: Europa, Ásia e África. Passou por 40 países em 67 dias, outro recorde para motoqueiros na idade dele. A viagem terminou no deserto do Saara.

“São 51 graus de temperatura. Eu tinha levado duas garrafas de água. Fui tomar água durante a travessia e não deu para tomar. Eu podia fazer até fazer chá com aquela água de tão quente. Eu digo sempre, que eu estou na segunda juventude e nunca na terceira idade, porque essa coisa de terceira idade é coisa para quem já se entregou para velhice”, diz Augusto.
Malu se sente na terceira idade? “Pois é, não sinto. Aí que é o perrengue”, conta ela.

A vitalidade do Augusto e da Malu tem uma explicação: o médico gerontólogo Alexandre Kalache, de 68 anos, chama de revolução da longevidade: “O fato de agora nos estarmos vivendo muito mais tempo com melhor saúde faz com que seja uma etapa muito mais proveitosa, com qualidade de vida”.

É a geração que não se conforma mais com o velho pijama.“A chance de morrer depois do primeiro ano de aposentado é muito mais alta do que se não tivesse aposentado com a mesma idade. Por quê? Olha bem para palavra: ‘aposentado’, te mando para o aposento, te exclui da sociedade. Você está fora. Eu colocar pijama pra ficar lendo jornal no balcão da minha casa? Não tem jeito”, afirma o especialista.

Malu e Augusto foram atrás da felicidade. Eles precisavam se sentir realizados, precisavam se sentir produzindo, o "agora" é para eles mesmos.






Fonte: Informações G1

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