Espaço Cici Pinheiro sediará noite de autógrafos com escritor Erly do Prado. Evento ocorrerá nesta quinta-feira, dia 18, a partir das 19 horas
O isolamento social vivenciado pela juventude dos anos de 1960 pelo interior do Brasil é contado pela perspectiva do escritor Erly do Prado em romance que será lançado nesta quinta-feira, dia 18, às 19 horas, na sede da Secretaria Municipal de Cultura (Secult). A Tenda Cici Pinheiro receberá os convidados para a noite de autógrafos, cuja programação inclui ainda a apresentação do músico goiano Amauri Garcia, que também é o orador convidado.
À Procura de Identidade é a obra de Erly do Prado, que é escritor goiano nascido no município de Ipameri, sudoeste de Goiás. E foi pelo convite da Prefeitura de Goiânia que ele, radicado na cidade mineira de Lagoa Santa (a 35 quilômetros de Belo Horizonte), lança o segundo romance de sua carreira. “Sinto-me honrado por receber este apoio da Secretaria de Cultura de Goiânia, ato que reflete a valorização da arte regional pelo poder público. A abertura deste espaço mostra que os incentivos na difusão de ações culturais não precisam, necessariamente, vir da iniciativa privada ou de organizações estrangeiras”, cita o escritor, destacando o interesse da Chiado Editora, que é uma empresa de Portugal, na publicação do seu atual livro.
E o romance que chamou a atenção do mercado literário europeu narra a tentativa de um pai em resgatar o amor dos quatro filhos. No enredo há uma profunda análise da trajetória vivida por Delano, o personagem principal, situado no contexto histórico das mudanças desenfreadas ocorridas durante a industrialização do Brasil. No livro, são abordadas as duras penas pelas quais a juventude dos anos 60 e 70 passou, seja na luta contra a Ditadura, ou na exclusão social, política, econômica, cultural e geográfica, mostrando os múltiplos graus de relação dos jovens com as lutas contestatórias. A ficção se passa na cidade onde o escritor reside atualmente, Lagoa Santa - MG, mas pode muito bem retratar a realidade de qualquer região interiorana brasileira. Impressões, conceitos e posturas descritas pelo autor acerca do personagem são resultado da sua própria experiência de vida, refletindo as dúvidas existenciais, a busca incessante pelo autoconhecimento e a análise da sociedade na qual está inserido.
Para Erly do Prado, a experiência de produção da sua obra foi maravilhosa, ”posto que tratei de um assunto no qual me encontrava completamente envolvido. Foi emocionante revisitar cada época, cada detalhe, cada significado da vida dos que fizeram a história da geração anos 60”. E a figura de Delano constitui, segundo o escritor, toda a motivação para a produção do livro, pois ele representa o lado esquecido, o segmento marginalizado, a grande maioria social, política, cultural e economicamente excluída. “Quando os grandes feitos da geração anos 60 são decantados em muitas formas de arte, quando sua história é exaltada ou mesmo censurada, o contingente representado por Delano não é considerado. Esquece-se de que as características e o resultado daqueles movimentos sociais no Brasil devem muito ao modelo excludente de sociedade em que vivíamos, e no qual o personagem foi inserido. Foi principalmente essa contradição que tentei explorar. E com Delano eu não tive o propósito de retratar apenas a minha própria vivência, mas a de milhões de brasileiros que foram jovens naquela época, e que viveram os grandes momentos na periferia ou do lado de fora”, cita Erly.
Escritor
Erly do Prado nasceu no distrito de Ipameri, no ano de 1951. Formado em Medicina Veterinária na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG), de Goiânia, o escritor tem especialização em Administração Rural pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), em Piracicaba, São Paulo; mestrado em Medicina Veterinária Preventiva e Epidemiologia e doutorado em Ciência Animal, ambos na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Além dessas formações, Erly possui ainda bacharelado em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) também da UFMG.
Na área profissional, Erly do Prado atuou no cargo de extensionista como técnico do serviço de Extensão Rural na Acar/Emater do Estado de Goiás, trabalhando em em Porangatu, São Miguel do Araguaia, Bela Vista de Goiás, Goiânia, Morrinhos e Anápolis. Foi também professor na Escola de Veterinária da UFMG, ministrando as disciplinas de Sociologia, Antropologia e Extensão Rural.
A vida e as atividades do escritor sempre estiveram ligadas ao meio rural, tanto morando como trabalhando nestes meios, principalmente nos mais pobres. Foram nesses espaços que adquiriu experiência, que pôde sentir o peso e o drama das várias formas e exclusão. São estes lugares e estas situações as fontes primárias para seu aprendizado e sua inspiração.
Outras obras
À Procura de Identidade é a última obra publicada de Erly do Prado. Em sua trajetória pela produção literária, o escritor possui mais três livros. O primeiro livro escrito (1ª Edição - Ano 2006) foi 'O Fim da Picada', obra que conta a saga da ocupação da fronteira noroeste do estado de Goiás, em uma tentativa de resgatar alguns fragmentos da história de São Miguel do Araguaia. Escrito em formato de romance, livro é ambientado no contexto das políticas oficias destinadas a promover a interiorização da população brasileira, sob o signo da “Marcha para o Oeste”, ressaltando o drama do movimento migratório, da ocupação da terra e da constituição de uma sociedade local.
Os dois outros livros, “A poética do romantismo caipira e o latifúndio no Brasil” e “Agricultura Familiar e extensão rural no Brasil” foram publicados, respectivamente, em 2009 e 2011. No primeiro, Erly do Prado faz análises das mensagens difundidas pela música sertaneja, a qual sustenta a ideia de concentração fundiária no país e, no segundo, o escritor trata sobre tema ministrado enquanto professor de Veterinária na UFMG – a Extensão Rural.
Serviço
Assunto: Lançamento do livro 'À Procura de Identidade'
Data: 18 de setembro de 2014, quinta-feira
Horário: 19 horas
Local: Sede da Secult (Rua 84, nº 535, Setor Sul)
Contato: 8228-3031
Por Denise Ribeiro, da Diretoria de Jornalismo - Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)
O isolamento social vivenciado pela juventude dos anos de 1960 pelo interior do Brasil é contado pela perspectiva do escritor Erly do Prado em romance que será lançado nesta quinta-feira, dia 18, às 19 horas, na sede da Secretaria Municipal de Cultura (Secult). A Tenda Cici Pinheiro receberá os convidados para a noite de autógrafos, cuja programação inclui ainda a apresentação do músico goiano Amauri Garcia, que também é o orador convidado.
À Procura de Identidade é a obra de Erly do Prado, que é escritor goiano nascido no município de Ipameri, sudoeste de Goiás. E foi pelo convite da Prefeitura de Goiânia que ele, radicado na cidade mineira de Lagoa Santa (a 35 quilômetros de Belo Horizonte), lança o segundo romance de sua carreira. “Sinto-me honrado por receber este apoio da Secretaria de Cultura de Goiânia, ato que reflete a valorização da arte regional pelo poder público. A abertura deste espaço mostra que os incentivos na difusão de ações culturais não precisam, necessariamente, vir da iniciativa privada ou de organizações estrangeiras”, cita o escritor, destacando o interesse da Chiado Editora, que é uma empresa de Portugal, na publicação do seu atual livro.
E o romance que chamou a atenção do mercado literário europeu narra a tentativa de um pai em resgatar o amor dos quatro filhos. No enredo há uma profunda análise da trajetória vivida por Delano, o personagem principal, situado no contexto histórico das mudanças desenfreadas ocorridas durante a industrialização do Brasil. No livro, são abordadas as duras penas pelas quais a juventude dos anos 60 e 70 passou, seja na luta contra a Ditadura, ou na exclusão social, política, econômica, cultural e geográfica, mostrando os múltiplos graus de relação dos jovens com as lutas contestatórias. A ficção se passa na cidade onde o escritor reside atualmente, Lagoa Santa - MG, mas pode muito bem retratar a realidade de qualquer região interiorana brasileira. Impressões, conceitos e posturas descritas pelo autor acerca do personagem são resultado da sua própria experiência de vida, refletindo as dúvidas existenciais, a busca incessante pelo autoconhecimento e a análise da sociedade na qual está inserido.
Para Erly do Prado, a experiência de produção da sua obra foi maravilhosa, ”posto que tratei de um assunto no qual me encontrava completamente envolvido. Foi emocionante revisitar cada época, cada detalhe, cada significado da vida dos que fizeram a história da geração anos 60”. E a figura de Delano constitui, segundo o escritor, toda a motivação para a produção do livro, pois ele representa o lado esquecido, o segmento marginalizado, a grande maioria social, política, cultural e economicamente excluída. “Quando os grandes feitos da geração anos 60 são decantados em muitas formas de arte, quando sua história é exaltada ou mesmo censurada, o contingente representado por Delano não é considerado. Esquece-se de que as características e o resultado daqueles movimentos sociais no Brasil devem muito ao modelo excludente de sociedade em que vivíamos, e no qual o personagem foi inserido. Foi principalmente essa contradição que tentei explorar. E com Delano eu não tive o propósito de retratar apenas a minha própria vivência, mas a de milhões de brasileiros que foram jovens naquela época, e que viveram os grandes momentos na periferia ou do lado de fora”, cita Erly.
Escritor
Erly do Prado nasceu no distrito de Ipameri, no ano de 1951. Formado em Medicina Veterinária na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG), de Goiânia, o escritor tem especialização em Administração Rural pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), em Piracicaba, São Paulo; mestrado em Medicina Veterinária Preventiva e Epidemiologia e doutorado em Ciência Animal, ambos na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Além dessas formações, Erly possui ainda bacharelado em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) também da UFMG.
Na área profissional, Erly do Prado atuou no cargo de extensionista como técnico do serviço de Extensão Rural na Acar/Emater do Estado de Goiás, trabalhando em em Porangatu, São Miguel do Araguaia, Bela Vista de Goiás, Goiânia, Morrinhos e Anápolis. Foi também professor na Escola de Veterinária da UFMG, ministrando as disciplinas de Sociologia, Antropologia e Extensão Rural.
A vida e as atividades do escritor sempre estiveram ligadas ao meio rural, tanto morando como trabalhando nestes meios, principalmente nos mais pobres. Foram nesses espaços que adquiriu experiência, que pôde sentir o peso e o drama das várias formas e exclusão. São estes lugares e estas situações as fontes primárias para seu aprendizado e sua inspiração.
Outras obras
À Procura de Identidade é a última obra publicada de Erly do Prado. Em sua trajetória pela produção literária, o escritor possui mais três livros. O primeiro livro escrito (1ª Edição - Ano 2006) foi 'O Fim da Picada', obra que conta a saga da ocupação da fronteira noroeste do estado de Goiás, em uma tentativa de resgatar alguns fragmentos da história de São Miguel do Araguaia. Escrito em formato de romance, livro é ambientado no contexto das políticas oficias destinadas a promover a interiorização da população brasileira, sob o signo da “Marcha para o Oeste”, ressaltando o drama do movimento migratório, da ocupação da terra e da constituição de uma sociedade local.
Os dois outros livros, “A poética do romantismo caipira e o latifúndio no Brasil” e “Agricultura Familiar e extensão rural no Brasil” foram publicados, respectivamente, em 2009 e 2011. No primeiro, Erly do Prado faz análises das mensagens difundidas pela música sertaneja, a qual sustenta a ideia de concentração fundiária no país e, no segundo, o escritor trata sobre tema ministrado enquanto professor de Veterinária na UFMG – a Extensão Rural.
Serviço
Assunto: Lançamento do livro 'À Procura de Identidade'
Data: 18 de setembro de 2014, quinta-feira
Horário: 19 horas
Local: Sede da Secult (Rua 84, nº 535, Setor Sul)
Contato: 8228-3031
Por Denise Ribeiro, da Diretoria de Jornalismo - Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)