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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: 2015

dezembro 31, 2015

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novembro 10, 2015

Roberto Carlos grava especial de fim de ano 2015




Quem passou pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na noite deste sábado, dia 7 novembro, percebeu uma movimentação especial. Uma legião de fãs lotou o local para fazer uma viagem musical por diferentes momentos da carreira de um ídolo que acompanha gerações. Assim foi a gravação do Especial de Fim de Ano de Roberto Carlos, que será exibido em dezembro, na Globo. O espetáculo foi do iê iê iê aos sucessos mais recentes e concebido em três atos. Com direção de gênero de Boninho, direção geral de LP Simonetti e Mario Meirelles, e direção musical de Guto Graça Mello, maestro Eduardo Lages e Torcuato Mariano, o show contou com participações especiais nacionais, internacionais e teve, pela primeira vez, três bandas no palco.


Ao som de “Eu Sou Terrível”, Roberto Carlos deu início a uma noite em que fãs puderam relembrar grandes momentos. Na primeira parte do show, coube a Star Band, formada pelos integrantes do grupo Jota Quest Paulinho Fonseca (bateria), PJ (baixo) e Marco Túlio Lara (guitarra), Marcio Buzelin (teclado) e Rogério Flausino (vocal), além dos cantores Paulo Ricardo e Carlinhos Brown, fazer uma homenagem à Jovem Guarda. Depois foi a vez de “Namoradinha”, que contou com a participação do cantor Paulo Ricardo também nos vocais. “Onde ele chega, todos os ritmos do Brasil chegam com ele”. Com esta frase Roberto chamou Carlinhos Brown que entrou em cena para cantar “Negro Gato”. O baiano foi só elogios. “Nós temos um rei condutor desta emoção. Queremos que vocês cantem, que levantem da cadeira, que aplaudam as canções mais lindas de todos os tempos”, convidou Brown. Depois, o jeito mineiro de Rogério Flausino deu um tom especial na apresentação de “O Calhambeque”.


“Parei Na Contramão” foi o sucesso que antecedeu a entrada da musa da Jovem Guarda, Wanderléa, chamada de Rainha pelo Rei, que relembrou os velhos tempos ao cantar “Eu Te Darei O Céu”. Coube ao tremendão Erasmo Carlos encerrar a homenagem com o sucesso “Pode Vir Quente Que Eu Estou Fervendo”. “Em todos os meus shows, celebro a Jovem Guarda, mas é sempre bom estarmos juntos nesse especial para mostrar que este espírito, que foi tão importante pra gente, e a nossa amizade continuam vivos até hoje”, contou Erasmo. No palco, a dupla relembrou com carinho os tempos da turma do rock brasileiro, com direito a ‘self’ no palco e a discurso emocionado de Roberto: “A amizade é muito valiosa”, disse. Da coxia, Wanderleia assistiu emocionada a apresentação da dupla. “Um filme da minha vida com os dois, da nossa estrada nesses 50 anos de amizade e de Jovem Guarda passou pela minha cabeça naquele momento”, falou Wanderléa.


A segunda parte do show contou com a banda Abbey Road, a mesma que gravou com o cantor em Londres. “Eu tive o privilégio de regravar algumas canções antigas com essa banda fantástica, que são novos amigos. Eles deram arranjos novos às músicas antigas, alguns até radicais”, explicou o Rei. Os profissionais, entre eles músicos como Albert Menendez (teclado), Grecco Buratto (guitarra) e Richard Bravo (percussão), vieram ao Brasil especialmente para tocar no especial do cantor. Mais uma vez, Roberto Carlos deu aos fãs o que eles queriam e uma sucessão de hits tomou conta do Theatro Municipal do Rio. “As Curvas Da Estrada De Santos”, “Detalhes”, “Mulher Pequena”, “O Portão”, “Lady Laura”, “Ilegal, Imoral ou Engorda”, uma das grandes verdades que ele e Erasmo compuseram, segundo Roberto, e “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, todas em novo arranjo, foram as músicas desse ato. Sobre “Lady Laura”, que compôs em homenagem à mãe, Roberto Carlos diz que a alegria de interpretar a canção já não é mais a mesma, pois o amor é ainda maior. O show desse ano teve uma atenção especial com os fãs do cantor que, além de estarem na fila do gargarejo do espetáculo, puderam ajudar na escolha do repertório, já que as músicas mais pedidas pelos fãs no GShow entraram no setlist do especial.

“Emoções” deu início à última parte do especial em que o Rei teve a companhia da RC9, banda que o acompanha há anos. Sob a regência do maestro Eduardo Lages, Roberto Carlos embalou o público com clássicos da sua carreira e recebeu mais três convidados especiais. Aos versos de “Olha”, Thiaguinho se juntou ao cantor no palco e emendou sua participação com “Além do Horizonte” e “Caraca, Muleke!”. Depois de “Outra Vez”, Ludmilla levantou e embalou a plateia ao som de “Proposta”, “Café da Manhã” e “Hoje”. “Esse Cara Sou Eu” e “Como é Grande o Meu Amor Por Você” fizeram o público cantar junto com o Rei – mas ele fez questão de dizer que ‘esse cara’ da música não é ele, mas “todo cara que ama verdadeiramente”. Logo após, ele convidou ao palco o percussionista Paulinho da Costa, um dos três melhores do mundo, para tocar com ele “Se Você Pensa”. O músico brasileiro já tocou com grandes estrelas internacionais, como Elton John, Madonna, Michael Jackson e Barbara Streisand, entre outros. “Luz Divina” e “Jesus Cristo” encerraram o especial, esta última com a participação de todos os convidados e bandas ao lado do Rei no palco.

O Especial de Fim de Ano de Roberto Carlos, que será exibido em dezembro, na Globo, tem direção de gênero de Boninho, direção geral de LP Simonetti e Mario Meirelles, e direção musical de Guto Graça Mello, maestro Eduardo Lages e Torcuato Mariano.






Fonte:www.areavip.com.br

outubro 28, 2015

Roberto Carlos e a turma das antigas

E eis que surge Cláudio Fontana ao lado de Antônio Marcos! O empresário Genival Mello contínua em pé junto com o baterista Dedé, Nelson Ned segura o que parece ser um cachimbo (influência do Brasa?) enquanto Moacyr Franco toca violão. O ano é 1968.



setembro 22, 2015

Coro Prisma comemora aniversário com uma homenagem aos 50 anos da Jovem Guarda‏

Coro Prisma

No dia 14 de outubro, o Teatro Deodoro reviverá uma época que marcou uma geração

Com uma sonoridade que o diferencia no circuito do canto coral, o Coro Prisma de Maceió apresenta seu novo projeto, o Splish Splash – na onda do Iê-ie-ie. Interpretando canções ícones do movimento que marcou a década de 1960, o grupo comemora dois aniversários: o seu e o da Jovem Guarda. O espetáculo, com ingressos a preços populares, será no dia 14 de outubro (quarta-feira), a partir das 19 horas. no Teadro Deodoro.

Criado em 1990, o grupo é formado, em sua maioria, por cantores amadores, mas conta com estudantes e graduados em música. Com um repertório eclético, que compreende desde a música popular folclórica até a sacra e erudita, o Coro Prisma de Maceió vem, nos últimos anos, introduzindo em sua prática musical, conteúdos performáticos, como a dança e o teatro, imprimindo um estilo próprio, mais ousado, em suas atuações.

Dirigido pelo maestro Gustavo Campos, o Splish Splash está sendo produzido por aproximadamente 40 pessoas, entre cantores, músicos e outros profissionais de apoio. A direção cênica e coreográfica é do educador artístico José Marco “Topete”, graduando em Dança pela Universidade Federal de Alagoas e a preparação vocal do fonoaudiólogo e preparador vocal Marcos Grutzmacher. Os arranjos musicais são de Marcos Leite e Wagner Rodrigues.


Vale ressaltar que a apresentação faz parte da temporada 2015 do Projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato. promovido pela Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal), iniciada em 03 de junho. Após seleção pública foram contemplados 23 projetos de música, dança e teatro, com preços populares para incentivar a formação de público.





Fonte: www.alagoas24horas.com.br

setembro 09, 2015

Roberto Carlos tem nova musa, uma jovem de 20 anos

Roberto Carlos está apaixonado novamente. A nova musa do cantor tem 20 anos, chama-se Viviane e mora no mesmo bairro que o rei, a Urca, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A notícia foi divulgada nesta quarta-feira (9) pela coluna Retratos da Vida, do jornal “Extra”. Vizinhos afirmam que ele está fazendo de tudo para conquistar a jovem. O cantor de 74 anos não assume nenhum relacionamento desde a morte da mulher Maria Rita, em 1999.

De acordo com a publicação, Roberto vem enviando vários buquês de flores para a jovem, através de uma mureta em frente a um bar frequentado por ela, que é natural de Campo Grande (Mato Grosso do Sul). Os curiosos do bairro afirmam que o cantor tem feito passeios de carro pelo bairro apenas para ver Viviane. Ela chega a ir até a janela do automóvel do cantor e colocam o papo em dia, mas não corresponde ao amor do rei. Recentemente, ao saber que a jovem está viajando, Roberto deixou um recado para ela procurá-lo quando retornar para casa.

Vaidoso, um dos líderes da Jovem Guarda passou por um lifting, na semana passada, para reduzir a flacidez na região do pescoço.






Fonte:blogs.ne10.uol

agosto 25, 2015

Artistas da Jovem Guarda recusam rótulo de alienados durante ditadura militar

Erasmo Carlos defende movimento, do qual foi estrela ao lado de Roberto: ''Depende do que você chama de alienado. Podemos ter contribuído para a liberdade dos jovens mais do que cantores da MPB''


Na fila da absolvição há 50 anos, a Jovem Guarda deve ser a próxima a ser atendida. A lista dos injustiçados pela história, vítimas de contextos que o tempo desbota até que se tornem irrelevantes, já foram absolvidos de seja lá o que podem ter feito artistas em carne e osso ou em memória, como Wilson Simonal, Odair José, Wando, Sidney Magal, Ronnie Von e Guilherme Arantes. Outros, como os sertanejos, os sambistas românticos e mesmo a cena da axé baiana dos anos 1990, andam com o processo para os pedidos de perdão e a subsequente purificação de suas almas aberto.


A Jovem Guarda é um caso ainda mais sério por se tratar de um coletivo vítima de genocídio cultural praticado pela crítica, pelos acadêmicos e pela própria classe artística. Em anos de regime ditatorial e de afirmação de uma linguagem musical brasileira dominante e contestadora, todos foram dormir de cabeça quente na noite de 22 de agosto de 1965 - há exatos 50 anos - dia em que a TV Record anunciou a estreia do 'Programa Jovem Guarda'.

O auditório da Record, na Rua da Consolação, sediou o escândalo. Erasmo Carlos, chamado para apresentar o programa, disse que só toparia se a direção trouxesse também um amigo seu do Rio de Janeiro, um cara calmo, mas muito bacana, chamado Roberto. As mulheres ao lado dos homens eram praxe nas receitas de sucesso dos programas de auditório, a exemplo do que Elis Regina fazia no 'Fino da bossa' com Jair Rodrigues. Assim, depois de algumas tentativas que incluíram até a comportada Celly Campello, chegou-se ao nome de Wanderléa.

Dois ou três programas depois e a terra já tremia. Um recorde de audiência colocava três milhões de pessoas na frente dos televisores em dias de programa. Botas, jaquetas, saias e bonecas passaram a ser comercializadas em escala industrial com o selo JG. As maiores vendagens de discos eram atingidas desde a chegada das companhias ao Brasil. E começou então o bombardeio das forças aliadas.

Uma passeata saiu pelas ruas de São Paulo, pedindo o fim das guitarras elétricas na música brasileira. À frente, de braços dados, iam Gilberto Gil, Edu Lobo, MPB4 e Elis Regina. Os "alienígenas" tinham de ser combatidos. A música que faziam era qualificada de "lixo importado dos Estados Unidos", as letras eram "vazias" e a atitude, indesculpavelmente alienante.

Como uma verdade encravada na história a golpes de marreta, tais acusações se cristalizaram por anos, até que os próprios artistas começaram a se defender, algo que nunca fizeram na época, e suas histórias passaram a ser reavaliadas.

"Não acho que eram alienados até porque falavam com um público muito jovem. Eles cantavam para uma plateia com crianças de 12, 13, 15 anos, pessoas que não viam o Jornal Nacional, que não tinham internet, que eram muito mais ingênuas do que os adolescentes de hoje", diz Marcelo Fróes, produtor e autor do livro 'Jovem Guarda em ritmo de aventura', lançado em 2004.

"A ditadura que vivíamos era dentro de nossas casas. Não éramos politizados, como uma criança não poderia ser", disse Wanderléa em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, em março de 2014. Erasmo, também em entrevista ao "Estado", analisou o perfil dos artistas: "Ao contrário do público e dos cantores da MPB, muitos deles universitários, filhos da alta sociedade, com pedigree, nós da Jovem Guarda não tínhamos escolaridade nenhuma. Minha mãe veio grávida da Bahia até o Rio sozinha. O único jornal que havia em casa era o Jornal dos Sports".

Quer dizer então que vocês eram mesmo alienados? "Depende do que você chama de alienado. Podemos ter contribuído para a liberdade dos jovens mais do que muitos cantores da MPB. Caetano Veloso já disse que Quero Que Vá Tudo pro Inferno fez mais pelo País do que qualquer canção de protesto daquela época."







Fonte:UAI

agosto 24, 2015

Erasmo Carlos sobre alcoolismo: "Às 9h da manhã já estava bebendo"

 Em entrevista concedida a Revista Quem o cantor fala do vício da bebida e da Jovem Guarda



Em sua casa na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, Erasmo Carlos guarda recordações de uma carreira que já atravessa meio século. É ali, entre discos e fotos, que o cantor fala sobre a dura realidade de viver sem o filho do meio, o músico Alexandre Pessoal, o Gugu, que morreu aos 40 anos em um acidente de moto no ano passado. “Não é a mesma coisa, falta a alegria dele”, diz, emocionado. “Foi uma fatalidade.” Gugu era afilhado de Roberto Carlos, amigo e parceiro de décadas de Erasmo. “Eu e Roberto ainda temos duas músicas inéditas. No dia em que ele resolver gravar, ele grava”, afirma Erasmo, em turnê com Meus Lados B, com suas canções menos conhecidas.

Sua trajetória na Jovem Guarda, movimento que ele considera injustiçado, estará em Minha Fama de Mau, filme com Chay Suede no papel do cantor, que deve ser lançado em 2016. Antes, os fãs conferem sua vitalidade no Rock in Rio 2015, em dois momentos: 18 de setembro, no Palco Mundo, em show celebrando os 30 anos do festival; e no dia 26, no Palco Sunset, ao lado do Ultraje a Rigor. Nas horas vagas, Erasmo, que há quatro anos tem uma namorada, Célia – mas não fala muito sobre ela –, confessa não perder a novela das 9. E expõe sua vaidade: “Tenho horror a sobrancelha despenteada!”.

QUEM:  Como é a rotina na estrada?
ERASMO CARLOS: Faço de três a 15 shows por mês. Apresentar-se todo dia é fácil, é só você diminuir seu preço. Mas para manter uma linha de profissionalismo é preciso selecionar. Quanto ao cansaço físico, com duas horas de sono estou bem. Tento ficar em paz com minha cabeça, pois é ela quem leva o corpo aonde dá. Também não bebo mais. Tomo só uma dosezinha de uísque antes do show para descontrair.

QUEM:  Há quanto tempo parou de beber para valer?
EC: Há uns 15 anos. Tudo que fiz, as coisas certas e as erradas, foram boas porque me formaram, e amo o homem que sou hoje. Mas a bebida se transformou em um entrave na minha vida, me atrapalhou muito.

QUEM:  Diria que foi um alcoólatra?
EC: Claro que fui, deveria até ser criada outra denominação para o que eu fui. Às 9h da manhã eu já estava bebendo vodca, uísque, cachaça, qualquer coisa. A dependência é terrível, você se anula como ser humano, vira o chavão do farrapo humano, perde o respeito por si mesmo e ainda mais pelos outros. Há ainda consequências: pânicos, delírios. O alcoolismo é uma doença.

QUEM:  O que fez você parar?
EC: Foi a consciência, a minha família, ver meus netos nascendo. A vida foi me mostrando que ela é bonita, sempre nasce e renasce. Não foi um estalo, mas uma evolução.

QUEM:  Como é o Erasmo avô e pai?
EC: Meus netos contam comigo para qualquer coisa, mas nunca dei palpite na educação deles. Os meus filhos foram educados com amor, que é e sempre foi a base da minha vida. É o amor que fortalece o ser humano e a família. Convivo muito com meus filhos, Gil, que é baterista, e Leonardo, que cuida da minha vida e da gravadora. Estou aprendendo a viver sem o Alexandre, que morreu.

QUEM:  Consegue?
EC: Tem que tocar a vida. Primeiro é entender que foi uma fatalidade. Depois, é aprender a conviver sem as coisas dele. Isso é difícil. Estou cercado de bilhetes e discos do Alexandre, o quarto dele de solteiro aqui em casa ainda está aí. Minha nora levou algumas coisas, mas não me desfiz de nada ainda. Quando a gente se encontra hoje e vai jantar fora, a mesa não é a mesma coisa, o churrasco que a gente faz não é o mesmo... Falta a alegria dele.

QUEM:  Alguma vez se perguntou: “Por que eu”?
EC: Não, jamais. Isso é o fim do egoísmo humano. É uma coisa terrível quando a pessoa diz: “Por que eu, por que não com outra pessoa em vez do meu filho?”. São pensamentos que expulso da minha cabeça. Mas o filho ir antes do pai foge da ordem natural das coisas, é uma dor muito grande. O que é ruim também acontece com todo mundo. A minha cota eu tenho que saber administrar. Não posso achar que é só comigo ou que sou azarado.

QUEM:  Como lidou com essa perda? Fez terapia?
EC: Nem terapia, nem remédio, nem padre. O meu remédio é meu trampo. Todo mundo tem um analista que não custa nada: o próprio travesseiro. Ele é analista para pensar nas coisas, botar a vida em dia e fazer análise sem freios nem orgulhos.

QUEM:  Como é a relação com fãs?
EC: Quando comecei a trabalhar com internet, me assustei com a agressividade. Era chamado de zumbi, diziam que se eu levantasse as mãos Jesus chamaria, que se fechasse os olhos minha família começaria a rezar. Ninguém falava que minha música era ruim, só da velhice. Hoje até acho certas brincadeiras criativas, mas na época fiquei injuriado. Estava acostumado com tapinha nas costas, porque ao vivo não agridem você.


QUEM:  Você já disse que usou drogas. Nunca teve medo?
EC: Nos anos 60, estava todo mundo conhecendo a coisa, que chegou com a contracultura. E, quando a gente é jovem, não tem medo de nada. Você se joga de uma montanha porque, se alguém diz que vai criar asas no meio do caminho, você acredita. É coisa da idade.

QUEM:  Hoje tem medo de quê?
EC: De nada. Não tenho medo da morte, mas da forma de morrer, porque não quero dar trabalho algum aos outros e também não quero sofrer muito.

QUEM:  Você sempre foi vaidoso. Quais são as suas vaidades hoje?
EC: Tenho horror a sobrancelha despenteada! Quem quiser que use e faça até tranças de Rapunzel, mas eu não acho legal. Não tenho cuidados, uso só desodorante, perfume e sabonete. Não sigo a moda. Nada para mim é novidade, tudo já fiz. A única coisa que me recuso a vestir é calça saruel, a pior invenção até hoje. Cabelo eu já nem ligo mais, até porque não tenho (risos).

QUEM:  Depois de sua ex-mulher, Nara (morta em 1995), encontrou um novo amor?
EC: Tenho alguém, meu coração está muito bem cuidado. Sou um sonhador, acredito em encontro de mercado, duas pessoas se esbarrando, compras no chão. Não saio por aí caçando mulher, queria que as coisas acontecessem naturalmente. Aí veio (o amor) e caiu na minha vida. Há quatro anos sou namorado da Célia...

QUEM:  Pode falar de Célia?
EC: Há coisas da minha vida que ninguém nunca vai saber.

QUEM:  Você é romântico?
EC: Do meu jeito, eu sou. Se o piegas é legal, é para ser piegas. Mando flores, faço bilhetinhos mil. O rock é uma linguagem universal, mas na hora do amor nada como uma música tranquila. Fazer amor com heavy metal não dá.

QUEM:  Qual é a concepção mais errada que as pessoas têm da Jovem Guarda?
EC: É pensar que ela não contribuiu em nada para o Brasil. Isso é uma grande injustiça, porque as batalhas não se dão apenas com quem está na frente. A gente contribuiu com nossa proposta, facilitando a liberdade individual, embora o movimento não seja reconhecido pela intelectualidade.

QUEM:  Em algum momento imaginava a dimensão da Jovem Guarda?
EC: Não. Era uma festa, uma brincadeira que dava certo e com a qual se ganhava dinheiro. Ninguém tinha noção de nada.

QUEM:  No primeiro Rock in Rio, em 1985, você foi vaiado pelo público. Como encarou?
EC: Eu e vários outros. Foi um choque, cantamos no dia dos metaleiros. Mas fiz outras edições do festival muito boas, como a de 2011, no Rio, e a de 2012, em Lisboa. Foi um bálsamo de felicidade, um público de crianças e famílias, com o astral que eu queria em 1985. Estou animado em tocar com o Ultraje. Adoro a banda, que tem a irreverência e o deboche de que eu gosto muito.

QUEM:  Você já tocou com muita gente. É verdade que seu sonho é fazer um show com João Gilberto?
EC: João Gilberto? Quem sou eu para fazer show com ele! Nunca vi João no palco e nem vou. Ele não gosta de barulho, e sou do tipo que, se é para fazer silêncio, fico com vontade de tossir (risos).









Fonte:revistaquem.globo.com

agosto 21, 2015

Brasília de graça: show celebra os 50 anos da Jovem Guarda

Sucessos do movimento musical liderado por Roberto Carlos serão relembrados

Este sábado (22) marcará os exatos 50 anos da estreia do programa "Jovem Guarda", na TV Record de São Paulo. No palco, em 1965, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa apresentavam aos brasileiros a cara do movimento musical que iria contagiar a juventude da época.

Para comemorar as letras inesquecíveis, o shopping Deck Norte oferecerá ao público um show gratuito com a banda Radicais Livres, reunindo os maiores sucessos do estilo que ficou conhecido como a "Beatlemania brasileira".

— Queremos comemorar a data em grande estilo também aqui em Brasília. E a banda Radicais Livres sempre focou nas músicas dos anos 60, especialmente as da Jovem Guarda. Vai ser uma brasa, mora, diverte-se o superintendente do Deck Norte, Renato Horne.

Serviço


50 ANOS DA JOVEM GUARDA

Show com a Banda Radicais Livres

Dia: 22 de agosto de 2015 (sábado)

Horário: 20h

Local: Praça de Alimentação do Shopping Deck Norte (SHIN CA 1, Bloco A, Lago Norte)

Classificação indicativa livre

Entrada gratuita

agosto 18, 2015

'Os Incríveis' comemora 50 anos da Jovem Guarda no palco do Clube Piratininga em SP

O Dida Club anuncia para a noite do próximo dia 22 de agosto, no tradicional "Baile do Dida", no Clube Piratininga, a realização do show especial em comemoração aos "50 anos da Jovem Guarda", com a apresentação da banda "Os Incríveis". A festa também contará com show da banda Vera Cruz e set list do DJ Willian Walbaum.

Com decoração e muitos efeitos especiais, a noite de festa terá início às 21h ao som dos melhores hits da época a serem discotecados pelo DJ Willian, residente das festas que acontecem todos os sábados no clube. Com cerca de 90 minutos de apresentação, "Os Incríveis" darão início ao show às 0h30 e, posteriormente, o  público confere a apresentação da Banda Vera Cruz.

A banda "Os Incríveis, que neste ano também comemora seus 50 anos de trajetória musical promete agitar o público ao relembrar grandes hits, como: "Era um garoto que, como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones", "Eu te Amo, Meu Brasil", "Marcas do que se foi", Vendedor de Bananas", "O Milionário", entre outros.

Com mais de 50 discos gravados, 15 milhões de cópias vendidas e três mil shows pelo País, o conjunto traz em sua formação atual, os músicos Netinho, Sandro Haick, Wilson Teixeira, Rubinho Ribeiro e Leandro Weingaertner.

Os Incríveis - História

Conjunto de destaque na cena do rock e pop dos anos 1960 e 1970, a banda formada em São Paulo pelos músicos: Domingos Orlando, o "Mingo"; Waldemar Mozena, o "Risonho"; Antônio Rosas Seixas, o "Manito"; Luiz Franco Thomaz, o"Netinho" e Demerval Teixeira Rodrigues, o "Neno" que posteriormente em 1965 foi substituído por Lívio Benvenuti Júnior, "Nenê".

Com nome inicial The Clevers, a banda passou a se chamar "Os Incríveis" em 1965, se transformando em um dos sucessos nacionais no período da Jovem Guarda. Em meados dos anos 70, os integrantes do conjunto optaram com carreiras separadas, tendo somente em 2005 realizado um reencontro dos músicos.

O retorno concretizou-se no final de 2007, para preparação de um novo álbum lançado Além de canções inéditas dando sequência à carreira, fizeram também algumas regravações com novos arranjos. Atualmente a banda é formada por Netinho, Sandro Haick, Wilson Teixeira, Rubinho Ribeiro e Leandro Weingaertner.

Serviços:

"Os Incríveis - 50 anos da Jovem Guarda" - Clube Piratininga - Alameda Barros, 376 - Higienópolis, São Paulo (SP). ; Quando:  22 de agosto, a partir das 20h (início do primeiro show às 23h).  Atrações: Banda Os Incríveis, Banda Vera Cruz e DJ Willian Wallbaum. Ingressos: R$ 50,00 (individual). Pacote de mesa com 4 ingressos: R$ 200,00 (Duzentos reais). Onde comprar: pelo site dida@didaclub.com.br, com taxa de 10% no valor da compra ou no Clube Piratininga (Dida Club),   de segunda-feira a  sábado, das 14h às 21h Informações: (11) 3666-0376  ou  www.didaclub.com.br






Fonte:www.dci.com.br

agosto 07, 2015

Tributo à Jovem Guarda traz ícones dos anos 60 a Santos SP

Wanderley Cardoso, Martinha e a banda Os Vips são atração da homenagem aos pais

Wanderley Cardoso cantará seus maiores sucessos


O Memorial Metrópole Ecumênica, em Santos, promove uma homenagem ao Pais neste domingo (9), às 19h.

O Tributo à Jovem Guarda contará com os ícones da música  dos anos 60 como Wanderley Cardoso, Martinha e a banda, e Os Vips.

Entre os grandes sucessos os cantores apresentam: Eu te amo mesmo assim, Eu daria minha vida, Nossa canção, As curvas da Estrada de Santos, Jovens Tardes de domingo, Fama de Mau, com Martinha; Preste Atenção, Vem ficar comigo, Doce de coco, História de Amor, Diana, Meu amor brigou comigo, O bom rapaz, Era um garoto e Festa de arromba, com Wanderley Cardoso; e Menina linda, Emoção, La Bamba, É preciso saber viver, Esqueça, Namoradinha de um amigo meu e Parei na contramão, com os Vips.

Antes, às 17h30, haverá a apresentação com o grupo de violões Cordas Bancárias, regido pelo maestro Manzione. E celebração de missas às 9, 11 e 16h. Gratuito.

O Memorial fica na Av. Nilo peçanha, 50, em santos.





Fonte:www.atribuna.com.br

julho 31, 2015

Após 25 anos, cantora e compositora Martinha volta a cantar em BH

Martinha – Ela tem 28 discos lançados e dezenas de composições próprias
A cantora e compositora Martinha volta neste sábado (01) a Belo Horizonte após 25 anos sem fazer show por aqui. Mas como um dos nomes femininos mais celebrados da Jovem Guarda é esquecido na própria terra?

“Você teria que perguntar isso é para os mineiros”, sugere a artista, bem humorada, hoje com assumidos 68 anos de idade e 50 de carreira, celebrados no próximo ano. Para o ano que vem, a artista prepara um disco com composições inéditas.

“Fui aí quando estava fazendo 25 anos de carreira. Foi em uma casa de shows na Avenida Amazonas. Ficou cheio”, lembra Martinha, que é radicada em São Paulo.

Ela é compositora de clássicos como “Eu Daria a Minha Vida” (1968). A canção também ganhou a interpretação de Roberto Carlos, além de mais outras 4 mil gravações.

Neste sábado, Martinha sobe ao palco do restaurante Maria das Tranças acompanhada por banda para interpretar sucessos e... “Até uma que vou ousar cantar e que é inédita minha. Fala de Minas. Não vou falar o restante do repertório. Gosto de surpresa”.

O “rei” no funcionários

Martinha considera como ponto inicial da carreira uma visita que recebeu de Roberto Carlos em BH. Acompanhado de um divulgador, que era amigo da mãe dela, o “Rei” foi até o apartamento em que Martinha vivia com a mãe, na Rua Claudio Manuel, bairro Funcionários. “Militava em arte desde pequena, era pianista, estudava balé”, lembra.

O dia exato: 6 de junho de 1966. “A Jovem Guarda veio e levou todo mundo. Roberto Carlos já era o ‘rei’. Foi uma obra de Deus”, acredita. Naquele dia, Roberto fez dois shows na capital. Por isso, deixou a missão como revelador de talentos para mais tarde.

“Foi uma expectativa, pois ele não chegava. De repente eram umas três e pouco da manhã, ele chegou. A Martinha não estava acreditando, foi deitar. Eu a chamei. Ele a ouviu cantar e também cantou ‘Como é Grande o Meu Amor Por Você’, que ele tinha acabado de compor”, lembra pelo telefone, em plena lucidez, Ruth Vieira Figueiredo Cunha, 89 anos, mãe de Martinha.

Então, RC pediu para que Ruth e a filha o procurassem na TV Record, em São Paulo, onde apresentava o programa “Jovem Guarda”. E elas foram em outubro do mesmo ano e a carreira da mineira aconteceu.

“Ainda tenho bastante contato com ele. Trabalho com ele no estúdio. É um amigo insubstituível. Tenho dívida de gratidão com ele que não vou conseguir pagar nunca”, afirma a cantora, apelidada pelo rei como “Queijinho de Minas”.

Martinha e Banda – Neste sábado, às 21h, no Restaurante Maria das Tranças (rua Estoril, 938, bairro São Francisco – 4103-4171). R$ 40








Fonte:Hoje Em Dia

julho 18, 2015

Enza Flori, a esquecida mascotinha italiana da Jovem Guarda


Em chamadas publicadas nos jornais paulistas sobre o programa Jovem Guarda, pagas pela TV Record, o nome Enza Flori repete­-se várias vezes. Mas quem é esta cantora que participou do lendário programa apresentado por Roberto, Erasmo e Wanderléa? Meio século depois, Enza Flori continua fazendo shows e gravando. Recentemente lançou um EP, com participação de Roger, do Ultraje a Rigor.

Depois do fim da Jovem Guarda, ela continuou por algum tempo, até que se afastou dos palcos. Mas a vontade de cantar foi mais forte. “Parei por muitos anos. Voltei a estudar. Me formei em decoradora. Casei, tive filhos, me separei. Eu saí da música, mas a música nunca saiu de mim. Não me sentia feliz com nada em minha vida até voltar a cantar”, conta Enza. “Mas me decepcionei muito quando voltei.

Aí é outra história. Tanto que preferi o anonimato. Voltei pra música cantando, na noite, em orquestras e bandas. Simplesmente não falava do passado. Ninguém me reconhecia. Ganhei muito dinheiro com a música, sem estar na mídia. Tinha trabalho de segunda a segunda.”


Enza Flori ainda mora em São Paulo e concordou conversar sobre sua participação na Jovem Guarda. Ela nasceu na Itália. Quando a família veio para o Brasil, ela tinha dois anos. Desde muito pequena, mostrou inclinação para a música: “Viemos nos anos 1950, depois da Segunda Guerra. Imigrantes. Eu nasci em Napoli, Itália e fui naturalizada brasileira. Minha avó paterna e meu pai adoravam música. Minha avó era excelente cantora, cantava nas festas de família. Napoli é a cidade da música e de cantores. É muito romântica”. Na Jovem Guarda seu apelido era “A Mascotinha do Roberto”, porém, o público a conhecia como a “Rita Pavone brasileira”. Sua admiração pela cantora italiana de rock, que fez sucesso mundial na primeira metade dos anos 1960, a levou para a TV Record: “Tive ajuda do Q.I (quem o indique)”, brinca. O acaso contribuiu também para que isso acontecesse.


O pai de Enza era representante, em São Paulo, do uísque Drurys. Num evento patrocinado pela marca de bebida, em Santos, uma das atrações foi o famoso conjunto instrumental brasileiro, os Jet Blacks. Quando souberam que a garotinha do chefão da Drurys cantava, o pessoal do grupo a convidou para cantar com eles: “Cantei com eles Datemi Un Martelo (nota: o maior sucesso de Rita Pavone). Saímos da feira e fomos para a concha acústica da cidade. Todos achavam que eu era a Rita”, revela. “O guitarrista era o Gato, que foi meu padrinho e foi o QI. Ele fez muita amizade com meu pai. Morou com a gente uns tempos. Me ensinou tudo de música. E me levou pra Jovem Guarda. Como guitarrista, era o melhor da época. Então, a minha primeira apresentação foi com os Jet Blacks, que já tinham muito nome. Depois daquela canja, o Gato abraçou minha carreira. Me levou na gravadora e na TV.”

RITA E ROBERTO

Enza Flori conheceu a compatriota Rita Pavone um ano antes da Jovem Guarda. “Consegui entrar no camarim. Não me pergunte como. Não sei. Talvez meu pai tenha conseguido, com certeza. Cantei pra ela no camarim, que ficou espantada com a semelhança da minha voz. A música foi Come Te Non ce Nessuno. Ganhei um chocolate italiano da mãe de Rita. E ainda me chamou pra cantar com ela no dia seguinte”, lembra­se a Enza. “Subi ao palco com a roupinha igual. Foi muito legal. Tenho as fotos no Teatro Record. Na saída, me puxaram os cabelos! Morri de medo! Não entendi nada. Muito tempo depois, Marcos Lázaro pediu que eu saísse do teatro depois do Jovem Guarda de mãos dadas com Netinho. Foi um rebuliço. Todos achavam que era a Rita e que eles tivessem namorando. Foi um jogo de marketing. Tudo invenção do Antonio Aguillar (produtor dos Incríveis).”Além de ser italiana, Enza se parecia muito com Rita Pavone, também um mito jovem .­Tinha 18 anos quando virou estrela pop internacional.

Não é à toa que a participação de Enza no Jovem Guarda seja pouco conhecida. Além de todos os tapes do programas terem virado cinza, em um incêndio ocorrido na TV Record, ela era uma criança que ainda levava bonecas aos camarins. Cantar, lembra, era só mais uma brincadeira. Não tinha a menor ideia da dimensão do programa e não dava muita importância a Roberto Carlos, que a chamava de “minha mascotinha”. Enza nem fez o estágio obrigatório de caloura em programas infantis. Seu primeiro contrato foi com a TV Record para o Jovem Guarda: “Roberto Carlos, eu nem sabia quem era. Mas logo vi o sucesso que fazia. Me tornei fã, claro. Era muito criança. Na época, com 9, 10 anos. Educação italiana, era muito infantil. Gostava de Rita e Beatles, conhecia todos os italianos, dos discos do meu pais. Mas eu curtia outras coisas, a Bossa Nova me fascinava. Fui me tornar íntima do Roberto já mocinha, 14 anos. Meu primeiro namorado foi o Ed Carlos. Frequentávamos a casa do Roberto. Vi os filhos nascerem e ganhamos uma música dele quando nos separamos. Ed a gravou (É Difícil Amar na Minha Idade, de Roberto e Erasmo, que o cantor só gravou em 1997).

Com o políticamente correto atual, contrário ao trabalho de menores, os pais de Enza Flori teriam provavelmente impedido a carreira artística da filha, ao invés de incentivá­la. Em lugar de supostos traumas, ela lembra­se de tudo com se fosse um sonho. Até mesmo das sessões de gravação dos cinco compactos que lançou: “No estúdio era muito demorado, gravávamos em dois canais. Meu pai me deixava na gravadora aos cuidados das pessoas que lá trabalhavam e ia me buscar no final da tarde. O escritório dele ficava pertinho. Minha mãe tinha que ficar em casa. Éramos quatro irmãos, todos pequenos, não podia me acompanhar. Pra mim nem era trabalho, eu me divertia muito. Era também muito paparicada por todos! Me tratavam como estrelinha. Eu cheguei a vender muito disco. Viajamos o Brasil todo, com e sem a Jovem Guarda. Meu pai sempre ia junto. Fui no Recife, lembro bem do Reginaldo Rossi e do programa na TV Jornal. Fui acompanhada pelo conjunto dele, o Silver Jets. Depois Reginaldo me mostrou uma música que gravei antes dele, O Pão”.


Da Jovem Guarda, Enza Flori conserva, além de boas recordações, um arquivo de fotos matérias, e a amizade com Roberto Carlos: “Vou a todos os shows. Ele me manda os ingressos. E vou ao camarim. O último foi em maio, no seu aniversário”.

Site de Enza Flori: www.enzaflori.com.br/



Fonte:boainformacao.com.br



julho 13, 2015

Filme inspira primeiros roqueiros na Bahia; bandas surgem nos anos 60

Ritmo chegou ao estado através do cinema, ainda na década de 50.
Raulzito e os Panteras se destacam como o grande grupo de Salvador.

Banda Raulzito e os Panteras, em 1965. Da esquerda para a direita: Carleba (de costas), Mariano, Raulzito e Eládio (Foto: Carlos Eládio/Acervo pessoal)

Tudo começou com uma simples ida ao cinema. Quando as luzes se apagaram, todos na sala sabiam que, dali em diante, tudo iria mudar. Em 1956, estreou em Salvador, no Cine Guarany, localizado na Praça Castro Alves, centro da capital baiana, o filme “Sementes da Violência”. A película tratava sobre a delinquência juvenil que se seguiu à 2ª Guerra Mundial nos Estados Unidos, entretanto, a maior contribuição do filme foi apresentar o Rock n’ Roll aos jovens baianos.

Cartaz de divulgação do filme 'Sementes de
Violência', cujo título original é 'Blackboard Jungle'
(Foto: Divulgação

Com trilha sonora de Bill Halley, “Sementes da Violência” começava e terminava com a canção “Rock Around The Clock”, instantaneamente absorvida pelos ouvidos dos jovens que, empolgados, geralmente vandalizavam o cinema onde o filme era exibido. Quem se gabava de ter visto o filme mais de 80 vezes no Cine Guarany era um pré-adolescente de 11 anos, apelidado pelos pais de Raulzito.

Outro que marcou presença no cinema da Praça Castro Alves foi Carlos Eládio, amigo de Raulzito e futuro guitarrista da principal banda da cidade nos anos 60, a Raulzito e os Panteras. “Eu vi algumas vezes. Me lembro do cinema inteiro abarrotado, as pessoas em pé, dançando, cantando. Era uma festa”, lembra.

“Todos nós fomos levados para o rock através do cinema. Depois de “Sementes da Violência”, vieram os filmes de Elvis, James Dean e outros”, acrescenta Eládio, destacando que não era só a música que atraía, mas o comportamento explicitamente rebelde, que antes não existia.

Carlos Eládio, nos dias atuais, ainda empunhando sua guitarra (Foto: Nancy Viegas/Divulgação)



Ednilson Sacramento, pesquisador e autor do audiolivro “Rock Baiano - História de uma Cultura Subterrânea”, destaca que na segunda metade dos anos 50, Salvador era uma cidade muito pequena. “A população era de 450 mil ou 500 mil habitantes. Salvador era menor, em população, do que o bairro de Cajazeiras hoje em dia. Para aquela juventude, o rock foi uma revolução no entretenimento e comportamento. Antes, você tinha as grandes orquestras, a bossa nova e similares, e então, surge o grito de liberdade do rock. Quem assistiu àqueles filmes saiu da sala de cabeça virada”, afirma.

A partir daí, o Rock n’ Roll começou a se tornar objeto de culto para muitos jovens baianos, dentre eles o menino Raulzito, que segundo Eládio conta, tinha uma vantagem com relação aos amigos. “Ele morava perto do consulado dos Estados Unidos em Salvador, e acabou ficando amigo dos filhos dos diplomatas, que conseguiam discos importados para ele”, conta.

Pesquisador Ednilson Sacramento diz que o rock foi
uma revolução no entretenimento e comportamento
dos jovens dos anos 60 (Foto: Ednison Sacramento/
Arquivo pessoal)

“Acesso a discos era muito difícil. Comprar um instrumento? Pior ainda. Tinha que ter alguém em São Paulo ou no Rio. Tudo girava em torno do eixo. O que a gente conhecia de Rock era através de Raulzito, que recebia discos por causa das amizades com os americanos”, lembra Eládio.

Nascem as primeiras bandas

A partir do começo dos anos 60, as bandas de rock começaram a surgir na Bahia. Uma das primeiras foi a Relâmpagos do Rock, fundada por Raulzito, e que dois anos depois já se chamava Raulzito e os Panteras. A formação que ficou para posteridade contava com, além do fundador, Eládio na guitarra, Mariano Lanat no baixo e Carleba na bateria.

“Acredito que fomos os primeiros, mas várias outras bandas foram formadas na época. O irmão de Raulzito, Plínio, formou a Eles Quatro, tinha também Os Jormans, Os Gentleman, que era formada pelos irmãos de Pepeu Gomes [que entra na história na década seguinte], e vários outros cantores e cantoras”, conta Eládio.

O templo dos shows de rock em Salvador nos anos 60 era o Cine Roma, localizado no Largo de Roma, na Cidade Baixa. Naquela época, entretanto, o Rock n’ Roll era mal visto pela sociedade, sendo associado à delinquência e, especificamente em Salvador, às classes sociais mais baixas.

“Os pais não viam aquilo com bons olhos. Se nos Estados Unidos Elvis foi filmado da cintura para cima nas apresentações de TV, porque ele mexer os quadris era considerado vulgar, imagine Raulzito fazendo a mesma coisa em Salvador”, exclama Eládio.

“Gostar de Rock era chulo. Quem ia assistir aos shows de Raulzito e os Panteras no Cine Roma eram as empregadas domésticas e os motoristas de táxi”, conta Marcelo Nova, fundador da banda Camisa de Vênus nos anos 80, mas que no início da década de 60 era um pré-adolescente apaixonado por rock.

'Gostar de Rock era chulo', destaca Marcelo Nova (Foto: Divulgação)

“As reações ao show eram as mais variadas”, diverte-se Marcelo. “Raul se jogava no chão, e as mães ficavam horrorizadas, achando que Raul era epiléptico. ‘Tira minha filha daí, que esse menino é epiléptico’ (risos). Mas o lance é que as meninas ficavam atraídas. Elas nunca tinham visto antes um menino com aquele comportamento. Não havia isso antes. A música de antes era Bing Crosby, Frank Sinatra, Nelson Gonçalves. Era uma música tida como música séria. E o rock para os pais era considerada uma falta de consideração completa”, conta Marcelo.

Com relação ao impacto do grupo, Nova destaca a banda de Raul como o fenômeno definitivo de sua vida. “Raulzito e os Panteras foram os meus Beatles. Foi a primeira banda que vi ao vivo, sem precisar ficar olhando para capa de disco. Eles estavam todos ali na minha frente. Ver aqueles caras foi a coisa mais importante da minha existência. Eles me apontaram uma direção. Eles tinham várias referências inglesas e americanas, mas eles eram baianos que nem eu. A partir deles, eu concluí que se eles podiam fazer aquilo, eu podia pelo menos tentar. Através deles, tive a visão de poder tentar”, diz Marcelo.

Raulzito, de preto, e os Panteras, de branco, em
1967 (Foto: Carlos Eládio/Acervo pessoal)

É importante destacar que na época o material das bandas era quase 100% de covers dos clássicos dos anos 50, como Elvis, Chuck Berry, Little Richard e Jerry Lee Lewis, e dos anos 60, como os Beatles. “Não que as pessoas não soubessem compor, mas ninguém se atrevia”, explica Ednilson Sacramento. “Na época você consumia a música importada, não produzia. Era uma marca da época”, acrescenta.

Paralelo ao aparecimento das bandas, um amigo de Raulzito também teve um papel de extrema relevância para a consolidação do rock em Salvador. Waldir Serrão, famoso pelo apelido de Big Ben, foi o responsável por levar o ritmo para as rádios e televisão. Atualmente aos 74 anos, Waldir Serrão reside no Abrigo Dom Pedro II, administrado pela prefeitura municipal.
“Ele foi o grande agitador cultural da época”, afirma Eládio. “Big Ben tinha programa de rádio, promovia shows, eventos, programas de TV e movimentava todas as matinês e shows no Cine Roma”, lembra.

No fim da década de 60, Raulzito e os Panteras se mudaram para o Rio janeiro, para gravar o primeiro disco, autointitulado, mas que comercialmente não teve sucesso. Os integrantes da banda retornaram para Salvador, enquanto Raul ficou pelo Rio.

“Depois que voltamos, cada um foi para um lado”, diz Eládio. “Nos afastamos da carreira de músicos, fomos fazer faculdade, etc. Os Panteras já não existiam, havia um cenário diferente”, explica.

Raulzito e os Panteras durante uma apresentação no Rio de Janeiro em 1968 (Foto: Carlos Eládio/Acervo pessoal)

Uma das bandas deste “cenário diferente” era a Hells Angels, que tinha em sua formação um guitarrista chamado Armando Macêdo, um dos expoentes, na década seguinte, de um estilo marcado pela aproximação do Rock n’ Roll com a música regional brasileira, iniciada pelo movimento Tropicalista no fim dos anos 60 e aprofundada pela banda Novos Baianos, ainda no ano de 1969. Entretanto, quem vai colocar a Bahia no mapa do Rock feito no Brasil, já na primeira metade da década, é o velho Raulzito, agora já respondendo pelo seu nome de batismo: Raul Seixas.





Fonte:g1/Bahia


junho 28, 2015

Raul Seixas antes de ser Maluco Beleza foi uma brasa, mora

Roqueiro, que neste domingo (28/06/15) faria 70 anos, foi cantor e autor de iê iê iê

Raulzito (primeiro à esquerda e Os Panteras, em 1968) foto de divulgação

1 ­ Eu e Erasmo, 2 ­ Eu e Caetano, 3 ­ Eu e Gil, 4 ­ Eu e Núbia Lafayette, 5 ­ Eu e Roberto Carlos, 6 ­ Eu e Leno, 7 ­ Eu e Cláudio, 8 ­ Eu e Kika, 9 ­ Eu e Luiz Gonzaga. O "Eu" é Raul Seixas, os duetos, um hipotético álbum pensado por ele, num manuscrito incluído no livro O Baú do Raul Revirado, organizado pelo jornalista Sílvio Essinger, para a Ediouro, em 2005, quando o Maluco Beleza completou 60 anos. Nos artistas selecionados, ele revela suas influências e preferências na música brasileira. Duas delas, Roberto Carlos e Leno, da Jovem Guarda.

Hoje, dia em que Raul Seixas completaria 70 anos, serão lembradas suas muitas peripécias, a partir de 1971, quando começou a recriar o rock brasileiro com o álbum Sociedade da Grã-­Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (com Sérgio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star). Pouco será lembrado de sua fase Jovem Guarda, como músico, compositor, e produtor de iê­iê­iê. Os Panteras, o mais importante conjunto da Jovem Guarda baiana, formado por Raulzito Eládio Gilbraz, Mariano Lanat e Carleba, algo comum na época, era convidado para acompanhar os astros do iê­ iê ­iê do "Sul", quando eles se apresentavam em Salvador, um deles mudaria o curso da história do então comportado roqueiro baiano, Jerry Adriani, que apadrinhou Os Panteras, quando os integrantes decidiram tentar o sucesso no Rio de Janeiro.


Os Panteras tornaram­se a banda de apoio de Jerry. Eles aterrissaram no Rio quando a Jovem Guarda estava no auge, mas só conseguiram chegar ao disco, em 1968, quando o programa, cujo nome virou sinônimo de iê ­iê ­iê, começava a perder audiência. "Nós não pretendemos comparar­nos aos Beatles, nem fazer no Brasil a revolução que eles fizeram lá na Inglaterra, mas que trazemos na nossa música um novo conceito em matéria de música jovem brasileira, lá isso é verdade", comentou Raulzito na revista Intervalo, em 1968, quando se preparavam para lançar o LP.

A desilusão com o pouco sucesso alcançado pelo álbum fez Raulzito deixar o grupo e retornar a Salvador, segundo a Intervalo, para voltar a estudar direito e trabalhar na fábrica de material elétrico do pai. À revista, ele explicou um dos motivos de ter saído do conjunto. Um deles foi não ter se adaptado à vida artística. Outro motivo: "Como compositor eu gosto de inovar e confesso que no Rio não consegui ambiente para isso". Mas não foi tempo perdido, claro. Nos dois anos que passou no Rio, Raulzito fez amizades que garantiriam sua volta. Uma delas foi com o quase adolescente Leno, citado como parceiro no imaginário disco de duetos de Raul.

Leno vinha de vários sucesso com Lilian e tinha iniciado carreira solo bem sucedida, estourado com A pobreza (Renato Barros). Conheceram­se evento beneficente, na Urca, Zona Sul carioca. Leno entrou depois de um tumultuado show de Jerry Adriani. Ele e o guitarrista Raulzito desceram do palco trocaram sopapos com uma turma que o xingava de "bicha". Os dois seriam amigos e parceiros. A maioria das composições de Raul até então foram gravadas pelos Panteras. Os Jovens seria o primeiro grupo carioca a gravar Raulzito, num compacto naquele mesmo 1968. A música de Raulzito chama-se Se Você Prometer.

Com Leno, ele exercitaria com mais convicção a criação musical, afinal estava em parceria com um dos artistas que frequentavam o programa Jovem Guarda, inalcançável para bandas da periferia. O programa Jovem Guarda acabou em 1968, mas o iê­iê­iê teria ainda alguns anos de vida. A dupla Leno e Lilian voltaria em 1972, e em seu terceiro álbum gravaria duas músicas do ainda Raulzito, Deus É Quem Sabe e Objeto Voador, que comunga de estranha semelhança com um sucesso dos Byrds, inclusive refrões idênticos: "Ô, Ô amigo do disco voador/ me leve com você/ pra onde você for", diz a letra da música de Raul. "Ô homem do espaço/ por que não me leva para passear com você" é o refrão dos Byrds numa versão literal. Objeto Voador seria regravada, cm algumas modificações como título de S.O.S. e Orange Juice (em inglês).

Foi com Leno que Raul começou a fazer a música diferente que pretendia, que renderia dois álbuns pouco conhecidos. Vida e obra de Johnny McCartney, de Leno (com participação e parceiras com Raulzito), proibido pela censura em 1970, relançado em 1995. E a compilação que Leno fez de suas parcerias com o roqueiro baiano no pouco conhecido CD Canções com Raulzito (2010).






Fonte:jconli.net10.uol.com.br

junho 25, 2015

Filho de Roberto Carlos, Dudu Braga diz que o Rei ‘é muito mais roqueiro do que parece’

O produtor musical e baterista criou o show 'RC na Veia', uma releitura dos grandes sucessos do pai. Ele se apresenta em São Paulo no próximo fim de semana.

Dudu Braga se emociona com participação de Roberto Carlos em show (AgNews)

Dudu Braga cresceu vendo seu pai ser o cantor mais admirado do Brasil. Filho mais velho de Roberto Carlos, foi praticamente inevitável seu envolvimento com a música. Agora, aos 46 anos, o produtor musical e baterista reuniu amigos em um projeto que faz homenagem ao Rei e reúne grandes sucessos com uma pegada bem rock and roll, o show 'RC na Veia'.

"Faço palestras para pessoas com deficiências visuais e, de vez em quando, finalizava os eventos tocando. Resolvi tocar algumas músicas do paizão em ritmo de rock and roll e ficou tão bom que decidimos fazer um show só disso", conta. "Ele é muito mais roqueiro do que possa parecer. As pessoas esquecem que a Jovem Guarda era o rock na época", completa.

Ao lado de Alex Capela (vocal), Fernando Myata (guitarra) e Juninho Crispim (baixo), ele se apresenta nos dias 26 e 27 de junho no Tom Jazz, em São Paulo. Em bate-papo com CARAS Digital, Dudu Braga falou sobre a infância, os pitacos do pai no trabalho, a polêmica das biografias não autorizadas e o projeto para ajudar pessoas que, assim como ele, têm deficiência visual.

Confira o bate-papo!

Como foi a escolha do repertório?
A gente partiu de uma lista que eu mesmo fiz, meus amigos deram alguns pitacos, mas acho que sou melhor conhecedor de Roberto Carlos do que eles. Foram surgindo algumas músicas que não estavam no repertório. A gente não tocava 'Esqueça', por exemplo, que fez sucesso na voz dele. Começamos a pegar algumas românticas em ritmo de rock, algumas pós-Jovem Guarda. Tocamos 21 músicas e uns 60% é Jovem Guarda.

Ele também deu seus pitacos?
Sempre, tem que dar... eu até queria que ele desse. Ele dá uns toques, por exemplo, uma música que a gente estava fazendo um pouco mais rápida, ele disse que se tocássemos mais lenta ficaria melhor. Quem sou eu para desdizer o Rei? (risos).

Você cresceu tendo um pai famoso. Como foi sua infância e adolescência em meio a ídolos da música?
Na verdade, cresci nesse meio até meus nove anos. Depois que meus pais se separaram, ele morava no Rio de Janeiro e eu em São Paulo. Meu pai é um cara que tem uma agenda muito complicada, não dava para acompanhá-lo. Eu participava, mas não convivi muito com os artistas, só quando ia passar o final de semana com o paizão. O Erasmo é meu padrinho de batismo, mas não me considero um cara que convivi com os famosos.

Ele influenciou você na carreira musical?
Totalmente. Descobri a música principalmente por ele, claro. A época que mais me apaixonou foi o final da Jovem Guarda. De 1968 a 1974 é a época que eu mais gosto dele. E tem também o Led Zeppelin, minha parte roqueira é total vinda deles. Amo o que ele faz, como ele trata a música.

Por ser filho de um cantor muito famoso e ter optado pela carreira musical, você sentiu cobranças?
Acontece sim, existe esse tipo de comparação, mas existe mais a autocobrança. Por ser filho de um cara famoso nós mesmos nos cobramos pelo nosso referencial ser muito alto. Sempre me cobrei muito. Acho que demorei para entrar no mundo musical por causa disso. Tentei achar minha própria identidade, acho que todo adolescencte tem isso. Acho que todo filho que resolve seguir a profissão do pai, seja ela qual for, passa por isto.

Ele era rígido com você?
Ele sempre me deixou muito à vontade e é muito participativo. Quando estava compondo, ele sempre chamava eu e meus irmãos para a gente ouvir e falar o que achava. Nunca foi muito fechada essa questão pra ele. Confesso que, na primeira vez que eu toquei, em uma apresentação um ano atrás, e ele foi ouvir, sabia que com o Rei lá eu estaria numa pressão muito maior. Mas eu queria muito que ele fosse. E ele foi e até cantou com a gente.

Roberto Carlos falou sobre as biografias não autorizadas. E a publicação destas obras foi aprovada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal. Qual a sua opinião sobre o assunto?
Acho que isso foi tratado com certa virulência. Entendo quem defende as biografias não autorizadas, mas eu, como filho de artista e artista (entre aspas), fiquei um pouco chateado. Você querer manter privacidade de certos detalhes da sua vida é um argumento tão fraco assim? Acho que lei é lei, mas a Justiça não tem condição de julgar com tanta sensibilidade certas questões, é um pouco mais dura. Se eu me sentir ofendido posso pedir uma retratação, perfeito, mas o judiciário brasileiro é lento. Estamos em novos tempos, hoje em dia se você quiser fazer pesquisa você usa a internet, eu não sou contra nenhum tipo de reportagem. Acho que a pessoa não tendo cometido nenhum crime não vejo porque ela não autorizar. Mas concordo com meu pai que a nossa história é nossa. Detalhes sobre com quem um artista transou, por exemplo, são muito íntimos. Acho que a gente tem esse direito (de não falar). Mas queria dizer que eu adoro ler biografias.

Você continua com as palestras para pessoas com deficiências visuais?
Sim, e a minha palestra é nome de uma música dele ‘É Preciso Saber Viver’. Trabalhei com a Gloria Perez na novela América, na Globo, eu tinha um piloto de programa que mandei para ela. Faço pelo Brasil inteiro, onde me chamarem. E estou fazendo um trabalho muito legal com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Secretaria de Educação de São Paulo nas comunidades carentes.

Quais sãos os próximos passos da banda?
Vamos fazer shows em alguns estados. Temos a ideia de gravar um disco do 'RC na Veia' e fazer um grande show em um teatro no segundo semestre.






Fonte: caras.uol.com.br

junho 20, 2015

Os anos 60: A Revolta Juvenil


De 1960 a 1969, em cada ano desta década, em cada um dos cinco continentes, em quase todos os 145 países de vários sistemas políticos, o mundo conheceu a rebelião dos jovens. Ao lado das guerras – e mais do que o sexo -, as manchetes dos jornais falaram da odisseia de 519 milhões de inconformados.

 Mutantes da nova “era oral e tribal em dimensões planetárias, produzida pelas comunicações de massa”, segundo Marshall McLuhan, os jovens entre quinze e 24 anos -  um sexto da população da Terra – são ao mesmo tempo mito e desmistificadores da sociedade. Consumindo e consumidos, contestando e contestados, Êles lutaram com tôdas as armas para destruir o velho e impôr o novo.
 Na expressão dura dos jovens “enragés” ou na mansidão dos hippies, que o Arcebispo James Pike, da Califórnia, comparou aos primeiros cristãos, os anos 60 foram de luta e recusa, pacífica ou violenta, mas sempre radical.



 A revolta juvenil não é uma particularidade desta década, mas agora ela deixou de ter simples motivações psicológicas (não mais uma “crise de adolescência”) para ganhar componentes sociológicos novos e se constituir em problema social. De um dia para o outro, “a nossa esperança do amanhã” resolveu fazer o presente. Como afirmaram, era preciso deixar de ser objeto para ser sujeito da História. De eterna ameaça romântica e simbólica eles passaram a ser destruidores radicais de tudo o que está estabelecido e consagrado: valôres e instituições, idéias e tabus. Com a pressa que lhes dá a sua provisória condição e com a coragem da idade, êles afrontaram a moral vigente e arrancaram as pedras das ruas para com elas pôr por terra as estruturas da sociedade: capitalista ou comunista, de opulência ou de miséria.

 Em todos êles um máximo denominador comum: não. Mas, descrentes de tudo o que herdaram, os jovens perderam até a confiança no não que lhes tinham ensinado a dizer e criaram uma nova semântica da negação – o sim ao não – e uma nova forma de dizê-lo: a ação. Um não que podia ter a aparência de cabelos compridos, roupa suja, música estridente, pés descalços e “blue jeans”, ou assumir a forma mais ameaçadora de uma pedra na mão e uma idéia revolucionária na cabeça.




No princípio da década, repetindo na vida o que alguns ídolos dos anos 50, como James Dean e Marlon Brando, faziam no cinema, os jovens explodiram numa onda de violência sem objeto e sem sentido. De repente, como que obedecendo a um comando único, essa onda de espraiou por vários países. “Blousons noirs” franceses, “playboys” e transviados brasileiros, “beats” e “hell angels” americanos, “teddy boys” inglêses. Várias qualificações para falar de uma mesma atitude agressiva e uma mesma disposição violenta. Uma violência que se manifestava gratuitamente contra pessoas, carros, vitrinas, ou no desafio do perigo inútil: duelos a faca e canivete, corridas vertiginosas pelas madrugadas. Apenas um valor pareciam cultivar: o respeito e admiração do grupo ou da “gang”. No prazer da velocidade, no ruído ensurdecedor da motocicleta, o vento batendo no rosto e a máquina obedecendo dócil ao comando, o jovem do início da década começava a se manifestar no mesmo ritmo alucinante do “rock-and-roll”.

 Suas caras selvagens assustaram, seus gestos surpreenderam. Podiam ser o primeiro problema jovem da década, como podiam ser também “impulsos naturais da juventude”. Outras épocas não tinham igualmente passado por isso?

 Ao espalhar-se ruidosamente pelos bares, quebrando tabus (fumando, bebendo e se beijando), a “geração perdida” do primeiro pós-guerra também escandalizara as famílias, quando Scott Fitzgerald lhes revelou “êsse lado do paraíso”. (“Môças ceando depois dos bailes, às 3 horas da madrugada, em lugares incríveis, conversando sôbre todos os assuntos com ar meio sério, meio zombeteiro...”)





O segundo pós-guerra também produzira a sua geração-problema, a existencialista que se alimentava da “náusea” de Sartre e do absurdo de Camus, mergulhando, suja e despenteada, nas caves de Saint-German-des-Prés para se embebedar de absinto e das canções de Juliette Gréco. Como essas duas gerações, os nossos transviados tinham assustado a sociedade. Um susto que intranqüilizava mais pelos efeitos do que pelas causas, embora alguns vissem pelas manifestações o prenúncio de qualquer coisa de mais grave. O Presidente Kennedy chegara a dizer: “Temos os meios de fazer da geração atual a mais feliz da humanidade na história do mundo – ou fazer dela a última”.


 Ensurdecidos pelo ruído de suas máquinas, nem todos perceberam que a juventude 60 não tinha apenas aquela cara rebelde que podia variar de contôrno mas não perdia a semelhança com as de outras épocas.



Fonte: Revista Veja

junho 19, 2015

50 anos da Jovem Guarda e 50 curiosidades sobre o movimento musical



A Jovem Guarda foi um movimento cultural muito forte no cenário musical. E não é por menos: Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Ronnie Von e muitos outros cantores formaram a turma. A Virada Cultural deste ano homenageará o movimento, que completa 50 anos em 2015. Neste domingo (21), Erasmo e Wanderléa cantarão sucessos no evento, que acontece em São Paulo.

1. O movimento musical teve início com o programa homônimo da Record, Jovem Guarda, em 1965.

2. O programa da Record era apresentado por Wanderléa, Erasmo Carlos e Roberto Carlos

ROBERTO, WANDERLÉA E ERASMO (FOTO: REPRODUÇÃO)

3. Jovem Guarda começou a passar no horário do futebol, e então foi proibido na TV por estar esvaziando os estádios.

4. As grandes influencias da Jovem Guarda foram Elvis Presley, The Beatles, Rolling Stones e Chuck Berry.

5. Roberto Carlos foi um dos pioneiros da Jovem Guarda com as músicas Splish Splash, Parei na Contramão e O Calhambeque.


6. O movimento popularizou as guitarras no Brasil dominado pelos violões da Bossa Nova.

7. Apaixonar-se pela namoradinha de um amigo parecia comum na época (música de Roberto Carlos)

8. Andar em altas velocidades também era super normal. Ronnie Cord cantava em Rua Augusta: “entrei na Rua Augusta a 120 por hora (…)”.


9. Foi através do movimento que o Rock chegou ao Brasil, muito influenciado pelo que acontecia no Reino Unido e nos Estados Unidos.

10. O início do movimento foi marcado por muitos covers de músicas em inglês. Roberto e Erasmo foram os primeiros a gravarem músicas em português.

11. Os radicais da MPB repudiaram as guitarras elétricas da Jovem Guarda.

12. Enquanto isso, os adeptos da Bossa Nova e das guitarras elétricas da Jovem Guarda deram origem a Tropicália (mas isso é assunto pra outra lista)

ROBERTO E CAETANO (FOTO: REPRODUÇÃO)

13. Apesar do ambiente conturbado entre os movimentos musicais, Roberto e Erasmo escreveram uma das mais memoráveis músicas de Caetano Veloso: Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos. Nascia a Tropicália.

14. A “guerra” entre os dois movimentos era tamanha, que a Bossa Nova também tinha seu programa na televisão: O Fino da Bossa.

15. A Jovem Guarda nasceu no período da Ditadura Militar.

16. Mas foi pouco censurada pelo regime, justamente pelo conteúdo da música ser mais leve: “brotos”, velocidade, carros, amor. Eram músicas sem conotação política.

17. A Jovem Guarda se importava mais com a Guerra do Vietnã - muito por influência americana. Coube a MPB batalhar contra a Ditadura Militar no Brasil.

18. Por conta desse descomprometimento com a causa, muitos estudantes vaiavam as apresentações da Jovem Guarda.

19. A Jovem Guarda não foi um movimento político. Por isso, é impossível cobrar qualquer posicionamento político do grupo.

20. Em 1968, com a implementação do AI-5, o programa da TV termina, e os artistas do movimento se vêm obrigados a deixar o Brasil.

ROBERTO NA FASE BEATLES (FOTO: REPRODUÇÃO/ARQUIVO PESSOAL)

21. A grande caracteristica do movimento era o estilo dos participantes: roupas coloridas e cabelos compridos, de preferência lisos.

22. E numa época em que não existiam chapinhas, o jeito era ficar de touca por um bom tempo antes de sair de casa.

23. O lado mais romântico da Jovem Guarda deu origem a muitos cantores sertanejos: Sérgio Reis é o maior exemplo de transformação.

24. Xitãozinho e Xororó gravaram muitas músicas de Martinha, grande pianista e compositora da Jovem Guarda.

25. O rock nacional da atualidade também foi fortemente influenciado pelo movimento da Jovem Guarda

26. Rita Lee e Os Mutantes acompanhavam Ronnie Von, na época da Jovem Guarda

27. Oficialmente, a Jovem Guarda acabou em 1968, com o programa de TV, mas o acervo musical deixa o movimento mais vivo do que nunca.

28. Hoje, a média de idade dos integrantes da Jovem Guarda é de 75 a 80 anos. Velha Guarda?

29. O audiovisual também esteve muito presente no movimento da Jovem Guarda. Roberto Carlos estrelou mais de cinco filmes na época.

30. Sair na rua era praticamente impossível para Roberto e sua turma. As garotas queriam abraços e os garotos queriam brigar.

31. O movimento da Jovem Guarda também ficou marcado pelo grande assédio dos fãs. Lembrando a Beatlemania.

32. Muitas técnicas de fuga dos fãs usadas até hoje, nasceram na Jovem Guarda. Wanderléa usava perucas, Ronnie Von tinha um sósia que entrava nos locais antes dele.

33. O movimento também foi marcado pelos incontáveis romances entre os integrantes. O mais conhecido é o curto namoro entre Roberto Carlos e Wanderléa.

34. As brigas entre eles também foi marcante. Jerry Adriani e Wanderley Cardoso foram capa de uma revista que denunciava seus desentendimentos.

35. Mas nenhuma briga foi tão explorada quanto a do “Rei” Roberto Carlos e do “Príncipe” Ronnie Von.

36. A guerra era tanta, que Ronnie Von nunca participou do programa Jovem Guarda, mesmo sendo a cara do movimento. Roberto Carlos nega a proibição.

37. Com a recusa, Ronnie Von teve seu próprio programa nas tardes de domingo: O Pequeno Mundo de Ronnie Von, uma clara referência a obra O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry.

38. A publicidade aproveitou o movimento e lançou bonequinhos dos integrantes

39. Após período na Europa, Roberto Carlos voltou ao Brasil sem a identidade que marcou a Jovem Guarda e ganhou um programa só dele no horário nobre.

40. Wanderléa e Erasmo Carlos tentaram manter o Jovem Guarda no ar, mas não tiveram sucesso.

41. Sem dúvida foi um movimento que trouxe muita alegria e cor (literalmente) para a juventude brasileira, em um momento político conturbado.

42. Em 1995, aos 30 anos do movimento, os integrantes se uniram para regravar sucessos da década de 1960.

43. Em 2005, aos 40 anos do movimento, foi lançado o site Jovem Guarda - o problema é que ele continua sendo um site de 2005.

44. Em 2015, aos 50 anos do movimento, a Virada Cultural terá um palco dedicado a Jovem Guarda. Wanderléa e Erasmo Carlos cantarão no evento.

45. Leno e Lilian brigaram na época da Jovem Guarda, não se se reencontraram na gravação de 1995, mas são aguardados na Virada Cultural deste ano.



46. A Jovem Guarda serviu de influência para diversos gêneros e movimentos musicais no Brasil, destacando o rock, o sertanejo e até o samba-rock.

47. Muitos artistas “sumiram” após o fim do movimento. Ou você se lembra da dupla Deni e Dino?

48. Os remanescentes do movimento tiveram que se adaptar ao novo mercado musical brasileiro. Roberto Carlos, por exemplo, tornou-se um dos maiores cantores românticos de Brasil.

49. Hoje, ainda acontecem apresentações de alguns integrantes que formaram a Jovem Guarda, que deixou muita saudade nos assíduos fãs como Roberto, Erasmo e Wanderléa.

50. A Jovem Guarda não acabou - ela continua viva em nossas memórias e na virada cultural :)









Fonte:revistagalileu.globo.com


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