Martinha – Ela tem 28 discos lançados e dezenas de composições próprias |
“Você teria que perguntar isso é para os mineiros”, sugere a artista, bem humorada, hoje com assumidos 68 anos de idade e 50 de carreira, celebrados no próximo ano. Para o ano que vem, a artista prepara um disco com composições inéditas.
“Fui aí quando estava fazendo 25 anos de carreira. Foi em uma casa de shows na Avenida Amazonas. Ficou cheio”, lembra Martinha, que é radicada em São Paulo.
Ela é compositora de clássicos como “Eu Daria a Minha Vida” (1968). A canção também ganhou a interpretação de Roberto Carlos, além de mais outras 4 mil gravações.
Neste sábado, Martinha sobe ao palco do restaurante Maria das Tranças acompanhada por banda para interpretar sucessos e... “Até uma que vou ousar cantar e que é inédita minha. Fala de Minas. Não vou falar o restante do repertório. Gosto de surpresa”.
O “rei” no funcionários
Martinha considera como ponto inicial da carreira uma visita que recebeu de Roberto Carlos em BH. Acompanhado de um divulgador, que era amigo da mãe dela, o “Rei” foi até o apartamento em que Martinha vivia com a mãe, na Rua Claudio Manuel, bairro Funcionários. “Militava em arte desde pequena, era pianista, estudava balé”, lembra.
O dia exato: 6 de junho de 1966. “A Jovem Guarda veio e levou todo mundo. Roberto Carlos já era o ‘rei’. Foi uma obra de Deus”, acredita. Naquele dia, Roberto fez dois shows na capital. Por isso, deixou a missão como revelador de talentos para mais tarde.
“Foi uma expectativa, pois ele não chegava. De repente eram umas três e pouco da manhã, ele chegou. A Martinha não estava acreditando, foi deitar. Eu a chamei. Ele a ouviu cantar e também cantou ‘Como é Grande o Meu Amor Por Você’, que ele tinha acabado de compor”, lembra pelo telefone, em plena lucidez, Ruth Vieira Figueiredo Cunha, 89 anos, mãe de Martinha.
Então, RC pediu para que Ruth e a filha o procurassem na TV Record, em São Paulo, onde apresentava o programa “Jovem Guarda”. E elas foram em outubro do mesmo ano e a carreira da mineira aconteceu.
“Ainda tenho bastante contato com ele. Trabalho com ele no estúdio. É um amigo insubstituível. Tenho dívida de gratidão com ele que não vou conseguir pagar nunca”, afirma a cantora, apelidada pelo rei como “Queijinho de Minas”.
Martinha e Banda – Neste sábado, às 21h, no Restaurante Maria das Tranças (rua Estoril, 938, bairro São Francisco – 4103-4171). R$ 40
Fonte:Hoje Em Dia