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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: fevereiro 2013

fevereiro 27, 2013

A revolução sexual nos anos 60


A primeira revolução sexual aconteceu nos anos 1960, ativada pelo surgimento da pílula anticoncepcional (que abriu as portas para os movimentos de emancipação feminina) e pela idéia de H. Marcuse, entre outros, de que a livre expressão da sexualidade humana traria desdobramentos políticos, igualitários e libertários.

Deu no que deu: o livre exibicionismo feminino ativou a competição entre os homens que passaram a disputar de uma forma mais agressiva o acesso às mais atraentes. Ativou a competição entre as mulheres, cada vez mais interessadas em se exibir como as mais belas e cobiçadas. Ao mesmo tempo, contribuiu para a introdução nas classes média e alta das drogas psicoativas, antes só usadas por marginais.

Num primeiro momento parecia que as coisas iriam ser diferentes, pois no fim dos anos 60 e início dos 70 os homens deixaram os cabelos crescerem, passaram a usar bolsas a tiracolo, sandálias etc. Parecia que eles haviam se tornado mais doces, mais próximos do modelo feminino tradicional. As moças pareciam mais disponíveis para o sexo sem compromisso (ainda que tivessem que recorrer à maconha para se sentirem mais livres) e houve várias tentativas de vida em comunidade.

Tudo isso durou muito pouco, de modo que rapidamente os ciúmes prevaleceram sobre a liberdade sentimental e sexual, o jogo de poder entre os sexos se tornou a regra, a maconha foi substituída pela cocaína, as mulheres é que passaram a se vestir com gravatas e outros acessórios masculinos e os Hippies viraram Yuppies. A ânsia por poder econômico e sucesso profissional se tornou enorme e a idéia era a de conseguir mais sucesso a qualquer preço - e logo. Trabalhavam muito durante o dia e queriam se divertir loucamente durante a noite. Usavam a cocaína para conseguir tal feito.

Vínhamos caminhando desta forma até que, de uns poucos anos para cá, se introduziu um novo ingrediente: a influência crescente da indústria pornográfica! Não se trata de fenômeno novo por si. O que é novo é o fato do material produzido por ela estar à disposição 24 horas por dia em canais de televisão, na internet e mesmo em inúmeras revistas.

Isto pode parecer um fator secundário e sem importância. Porém, há alguns meses eu estava em Nova Iorque e li uma matéria numa revista local que dizia que os rapazes de 16-18 anos de idade estavam cada vez menos interessados em relações sexuais reais com as moças com as quais conviviam.

Diziam preferir o sexo virtual, aquele que se processa intermediado pela internet. Ou então, se divertiam muito assistindo os filmes pornográficos, de modo a preferi-los às relações sexuais propriamente ditas.

Achavam as moças da vida real muito pouco interessantes quando comparadas com as atrizes dos filmes pornográficos ou as moças que fazem sexo virtual na internet (pago ou não). Preferiam o comportamento muito mais extravagante e exibido das mulheres que apareciam nos filmes. Parece que não se incomodavam muito com o fato de que provavelmente se tratava de um prazer falso, um fingimento.

O fato é que muitos moços, lá nos EUA e também aqui, se mantém virgens até que surja um envolvimento amoroso de maior significado, condição na qual se iniciam. Hoje em dia há mais rapazes de 18 anos virgens do que moças. As prostitutas continuam visitadas por homens mais velhos e turistas. Os jovens não se interessam muito por elas, a menos que saibam fingir da mesma forma que as mulheres do mundo virtual, que se tornaram o padrão de referência para eles.

As moças, muito menos assediadas do que antes, passaram a ter que tomar iniciativas, coisa que nunca foi o seu papel, justamente porque elas despertam o forte desejo visual masculino. Assim, meninos que são fortemente influenciados pela visão estão se saciando no mundo virtual e as moças que são menos visuais estão buscando contato real. Elas, que não têm o desejo visual, têm que se tornar mais ativas porque eles estão satisfeitos com a sua vida sexual.

É extremamente importante registrar a relevância destas mudanças, pois se trata de uma vantagem feminina que está sendo transferida para os homens: elas sempre foram objeto do desejo e eles sempre tiveram que tomar as iniciativas e correr os riscos de rejeição. Agora, pela primeira vez na história, eles podem ficar encostados no bar da discoteca, com um copo de bebida na mão, esperando serem abordados. Numa história de vitórias femininas, esta parece ser a primeira vez em que os homens conseguem reverter o resultado. E isso graças à indústria pornográfica! Sim, porque elas divertem muito os homens que, depois de se masturbarem, sentem saciedade e sono.

Às moças não têm sobrado outro recurso senão o de imitarem as mulheres que aparecem nos filmes pornográficos. Vestem-se de uma forma cada vez mais extravagante e provocante, estreitando a distância que sempre existiu entre as mulheres mais vulgares e as de boa família. Quando chega a hora da intimidade física o que fazem? Imitam as atrizes dos filmes pornográficos. Imitam a imitação. Fingem orgasmos que não sentem, demonstram gostar de práticas que lhes molestam, mostram uma exuberância falsa. Se não agirem desta forma, serão desprezadas, já que são comparadas com o que os rapazes assistem nos filmes.

O fato dramático e triste é que a vida sexual dos jovens está sendo norteada pelo que aparece nos filmes pornográficos. Eles é que se transformaram nos verdadeiros mestres da arte erótica. Ou as moças se comportam como as mulheres que inspiram os sonhos masculinos ou elas são desprezadas e tratadas como caretas ou pouco atraentes.

É claro que não são todos os rapazes e moças que aderiram a este padrão de comportamento. Mas é para lá que os ventos sopram, a menos nos dias que correm. Cabe a nós, pessoas responsáveis, tentar acompanhar o andar da carruagem e, se possível, tentar interferir de forma construtiva no processo a que estamos submetidos.









Fonte: Flávio Gikovate -  somostodosum.ig.com.b

fevereiro 26, 2013

Os meninos pobres da jovem guarda

Dificilmente um burguês, ou filhinho de papai, consegue ter o mesmo talento dos meninos pobres.


Poderia citar vários meninos pobres que ficaram famosos em outras áreas, entre eles o rei do futebol Pelé, embora pobres mas cheios de talento eles  lutaram e conseguiram fama, sucesso e dinheiro, graças unicamente ao talento.


Outros, mesmo vindos de famílias ricas e influentes tentaram, alguns conseguiram um pequeno e breve destaque na mídia, mas como talento não se compra, eles logo desapareceram.

Hoje em dia as coisas são diferentes, se você quiser gravar um cd, mesmo  cantando mal você paga e grava, se quiser fazer um programa na TV, em algumas emissoras você compra o horário e faz, por esse motivo é que existe tanto 'abacaxi' na TV aberta, alguns em horário nobre.

Mas na jovem guarda não foi assim, não adiantava somente ser 'bonitinho, ou ter dinheiro, tinha que ter talento mesmo.

Alguns ídolos que ficaram famosos graças apenas ao indiscutivel talento da cada um deles.

Os cantores de sucesso da jovem guarda vinham de famílias humildes, como exemplo Roberto Carlos, filho de uma costureira e de um relojoeiro em Cachoeiro do Itapemirim-ES.

Nascido no interior do Espírito Santo, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, é o quarto e último filho do relojoeiro Robertino Braga (27 de março de 1896 — 27 de janeiro de 1980[3]) e da costureira Laura Moreira Braga (Mimoso do Sul, 10 de abril de 1914 — Rio de Janeiro, 17 de abril de 2010). A família morava no bairro do Recanto, numa casa modesta, no alto de uma ladeira.

Os demais membros da família eram: Lauro Roberto Braga, Carlos Alberto Braga e Norma Moreira Braga, a qual Roberto Carlos carinhosamente chamava Norminha.




Erasmo Esteves nasceu no bairro da Tijuca na Zona Norte do Rio de Janeiro, sua mãe saiu da Bahia grávida de um homem que não quis assumir a paternidade.

Erasmo foi apresentado a Roberto por Arlênio Lívio, Roberto precisava da letra da canção Hound Dog, sucesso na voz de Elvis Presley, então Arlênio disse que Erasmo seria a pessoa que possuiria tal letra, pois este era um grande fã de Elvis, Roberto descobriu outras afinidades com Erasmo, além de Elvis, ambos gostavam de Bob Nelson, James Dean, Marlon Brando, Marilyn Monroe, torciam para o Vasco da Gama.


Wanderléa

Descendente de libaneses, nasceu em Governador Valadares, Wanderléa se mudou aos 9 anos de idade para o Rio de janeiro com a família, composta por seus pais e muitos irmãos, para tentar uma vida melhor, sem nem saber que se tornaria uma das mais importantes cantoras brasileiras.

Revelou em entrevistas ficar incomodada com a fama, que lhe trouxe problemas com o tempo: Por exemplo, ao passar na rua com seus carros importados, as pessoas humildes a apontavam nas ruas comentando que ela era madame e que tinha boa vida. Isso a chateava, dizendo que também já foi muito pobre e entende o sofrimento dos humildes, mas ninguém reconhecia isto


Wanderley Cardoso

Nascido no bairro paulistano do Belenzinho, começou a carreira de intérprete aos 13 anos. Morou nos bairros de Pirituba e Lapa em São Paulo. Estudou na escola Guilherme Kuhlmann, onde concluiu o primário (1º a 4º série), no Largo da Lapa, Lapa de Baixo, em São Paulo

A carreira de Wanderley Cardoso começou aos 12 anos, quando ele gravou Canção do jornaleiro, em 78 rotações. Aos 8, já participava de concursos infantis. Aos 12, fez teste com o acordeonista ítalo-brasileiro Mário Zan, que se tornou seu produtor.

Na adolescência, veio a mudança de voz. Wanderley interrompeu a carreira, mas ela foi retomada aos 18 anos, quando passou a integrar conjuntos de baile cantando rocks de Elvis Presley e Paul Anka, além de canções italianas. O primeiro grande sucesso foi Preste atenção, quando integrava a turma da Jovem Guarda.

Se você for burguês não vai gostar do post mas o programa, digo problema, é 'todo seu'.


Ademir Palacios

fevereiro 24, 2013

Bauru-SP é a ‘virgem’ de Erasmo Carlos



Entrevista concedida ao JCNET


Ele nasceu na Tijuca, zona Norte do Rio de Janeiro, e seu sotaque despojado de carioca combina com seu jeitão tranquilo e carismático. Erasmo Carlos deixa a gente à vontade até em uma entrevista com tempo cronometrado, e diz tudo que você quer ouvir sem fazer muitos rodeios. E o “Tremendão” da música brasileira vai desembarcar em Bauru no dia 12 de março (terça-feira), para show às 21h no Restaurante Beef Street, do Alameda Quality Center.  Pelo que se lembra, ele esteve na cidade pela última vez na década de 60. Por isso, diz que “vai olhar Bauru com olhos de quem olha pra uma virgem”. Portanto, vai “chegar como se fosse a primeira vez”.

O show do ídolo da Jovem Guarda abre a série “Grandes Nomes 2013”, projeto do Alameda retomado no mês de outubro passado. A apresentação leva o nome de “Jantar com Erasmo Carlos”, proposta que tem como objetivo unir “pockets shows” com o serviço de um saboroso cardápio. O ingresso para a atração dá direito a um prato individual, escolhido entre três opções disponíveis. O pocket show é destinado para um público de 500 a 600 pessoas, que assistem ao espetáculo em cadeiras e têm contato mais próximo com o artista em uma experiência mais intimista.

Atualmente, Erasmo vem desbravando o Brasil com sua turnê Sexo & Rock’n’roll em comemoração a 50 anos de estrada. É o aniversário da estrada dele. E o presente é nosso. Confira a entrevista do JC Cultura com Erasmo:


JC - Qual sua relação com Bauru? Lembra-se da última vez que esteve aqui?

Erasmo - Foi há muitos anos, mas eu não lembro, pois já passei por várias cidades. Foi muito perto da Jovem Guarda, se não me engano na década de 60. Mas sempre ouço falar de Bauru como uma grande cidade, bonita, grande, potente, forte e rica. Como já faz muito tempo que estive em Bauru e não me lembro de praticamente nada, vou chegar com olhos de primeira vez. Bauru é uma “mulher virgem” pra mim. Vou olhar Bauru com olhos de quem olha pra uma virgem!


JC - É a primeira vez que você faz um show neste formato, que reúne vários anos de carreira?

Erasmo - O show se baseia no DVD que gravei de tantos anos de carreira, com participação de vários artistas, como Roberto Carlos e Marisa Monte. Agora estou na turnê pelo Brasil inteiro. O formato não é tão diferente de outros shows que eu já fazia, pois sempre, nas minhas apresentações, procuro cantar músicas antigas que fizeram sucesso e outras novas. E neste show, é mais ou menos assim.


JC - Já pensou em parar de cantar?

Erasmo - É claro que um dia eu vou parar, o dia em que o físico não obedecer mais ao que a mente manda. Então quando chegar este dia eu vou parar de fazer shows. Mas minha profissão é compor, e eu vou fazer isso sempre.


JC - Qual foi o impacto do movimento da Jovem Guarda para a juventude brasileira?

Erasmo - Na época foi maravilhoso, porque os tabus eram simples, mas mesmo assim foram difíceis de serem vencidos, então a grande contribuição que a Jovem Guarda deu pra juventude brasileira foi o fato de garantir uma voz, um brado de liberdade, de costumes, de igualdade entre as pessoas, para que elas pudessem usar o que queriam, o cabelo da maneira que queriam, da cor que queria, ouvir suas próprias músicas... o movimento foi um grito de independência da juventude. Eu diria que a Jovem Guarda foi o 13 de maio da juventude brasileira.


JC - E mais ou menos nessa mesma época de Jovem Guarda havia uma certa briga entre rock e bossa nova, e alguém falar que gostava de rock e/ou tocava guitarra era quase um crime estando em certos grupos. Como você, fã de rock’n’roll assíduo, encarou essa situação?

Erasmo - Na época havia muito isso mesmo, era uma época muito iniciante de tudo, inclusive da própria liberdade, as pessoas se manifestavam com as suas vozes e em meio a isso tinha os puristas da MPB que não gostavam de influências estrangeiras na música brasileira, então não gostavam da guitarra... Esses grupos eram hostis conosco, mas a gente não ligava muito não. Houve até passeata contra guitarras e tudo, mas a gente não ligava mesmo.


JC - E, falando de hoje, existe um movimento no Brasil de resgate da música de raiz popular, caipira, e em meio a isso há quem critique que o rock ajuda a descaracterizar e a desvalorizar a música típica brasileira...

Erasmo - Eu sempre analiso a música como algo universal e não regional, porque eu nasci no Brasil apenas por acidente; poderia ter nascido em qualquer outro lugar. E eu acho que a música é algo tão divino que não tem fronteiras, sabe? Quem colocou as fronteiras foram os homens! A música está acima de coisas regionais e patrióticas...

JC - E, atualmente, o que gosta de ouvir?

Erasmo - Eu ouço de tudo um pouco, pelo rádio, pela televisão, pelo computador, ouço tudo até como informação, pois sou um cara que procuro estar sempre atualizado. Porém quando quero ouvir música eu gosto mesmo é de ouvir discos antigos, bossa nova e rock’n’roll antigos. Até os anos 70 eu ouço. Depois, já nada mais me arrepia.


JC - E como você, como grande cantor e compositor, avalia o cenário da música no Brasil em meio a tantos gêneros e subgêneros colocando o rock no meio, fazendo misturas entre estilos tão discrepantes?

Erasmo - Realmente eu sou grande, tenho 1,86 (risos). Eu não tenho preconceito musical, aceito tudo. Tem gosto pra tudo e é ótimo que haja várias opções de gêneros musicais. Cada um tem liberdade pra fazer o que quiser e cada um tem direito de gostar do que quiser. Diante dessa mistura de ritmos e estilos, eu não ligo muito pra rótulos. Tudo é válido!


JC - Sua autobiografia “Minha Fama de Mau” vai virar filme. Como se sentirá sabendo que existe um filme que retrata sua vida?

Erasmo - O filme já está sendo produzido, sim. Na verdade, eu me sinto meio deslocado, pois parece que é outra pessoa e não eu, e é engraçado quando a gente se vê em outra história. Eu senti isso quando eu fui assistir ao musical “Vale Tudo”, que fazia referência ao Tim Maia e eu apareço também, sou personagem também.

fevereiro 23, 2013

Na década de 60 não se gostava apenas dos Beatles


Quem viveu a década de 60 na Inglaterra provavelmente não gostava apenas de Beatles e Rolling Stones, como costuma-se imaginar. As cenas de histeria coletiva causadas pela Beatlemania, de fato, são marcantes. Mas os Beatles não eram onipresentes.
Bandas como Gerry & The Pacemakers, Herman’s Hermits, The Yardbirds (de Eric Clapton), The Hollies, Dave Clark Five e The Swinging Blue Jeans, hoje ilustres desconhecidas do público, disputavam espaço nas rádios, nas paradas de sucesso e na preferência dos fãs tanto quanto os FabFour.

Eram grupos formados em Liverpool e Londres então apontados como representantes do Merseybeat (os de Liverpool) e Britpop ou Iê iê iê (bandas de Londres e outras cidades do país). Que tipo de som essas bandas faziam? Elas eram realmente boas? Para responder a essas perguntas, o pesquisador musical Marcelo Fróes teve acesso às gravações originais. O resultado pode ser conferido na coletânea Britpop – O Legítimo Pop Britânico dos Anos 60, dividida em três volumes e distribuída pela Discobertas.

Beatles e Rolling Stones foram os grupos que sobreviveram àquele efervescente período. Quase todos os seus contemporâneos terminaram suas atividades antes mesmo do icônico ano de 1969 – o ano do festival de Woodstock – acabar, quando os hippies tomaram o mundo. Foi então que surgiram bandas como Led Zeppelin, Pink Floyd, Queen e Deep Purple. No Brasil, o britpop foi, na década de 60, uma das peças fundamentais para o surgimento da Jovem Guarda. A Dave Clark Five Band ganhou visibilidade no País quando Jerry Adriani regravou Because, hit da banda que ganhou o nome de Porque.

Se por aqui essa presença se fazia de maneira mais tímida, no Reino Unido havia uma verdadeira briga por espaço. Os encartes da coletânea ajudam a ter uma dimensão do que foi aquele cenário. Além de exibirem fotos históricas e reproduções das capas de discos, trazem a posição que a canção ocupou no topo das paradas. A Dave Clark Five Band, por exemplo, se projetou para além do círculo nacional ao se apresentar no programa de TV americano Ed Sullivan Show, um dos mais importantes da época.

Lennon e McCartney

É interessante notar que as bandas que concorriam com os Beatles eram adeptas da moda dos terninhos e cortes de cabelo tipo moptop – justamente o estilo lançado pelos Beatles. Além disso, John Lennon e Paul McCartney compuseram canções para seus concorrentes, que eles mesmos nunca gravaram.

Essas canções não estão na coletânea, mas há um caso curioso neste lançamento: I Saw Her Standing There. Sucesso dos Beatles, a música foi regravada por Duffy Power. Mas a versão do cantor não teve a mesma repercussão, e ficou como mais uma de seu repertório.

Herman’s Hermits é uma das bandas com maior hits na coletânea: sete. Eles estouraram em 1964 e até chegaram a gravar um filme bem ao estilo de Os Reis do Iê Iê Iê, dos Beatles – Mrs. Brown, You’ve Got a Lovely Daughter (1968), longa homônimo a um hit do grupo. Como músico substituto na guitarra, vale dizer, eles tinham Jimmy Page. A canção da banda que mais se destaca na coletânea é I’m Into Something Good.

A coletânea, enfim, traz os grandes hits daquela fase – como Here I Go Again (chegou a ocupar o 4º lugar na parada), For Your Love (3º lugar), The House of The Rising Sun (1º lugar) e The Hippy Hippy Shake (2º lugar). É um resumo com o que de melhor se produziu numa das épocas mais criativas da história da música.


Fonte:http://blogs.estadao.com.br

fevereiro 21, 2013

Renato Barros lider do Renato e Seus Blue caps falando sobre JOVEM GUARDA


Os jovens de hoje tem pouco conhecimento do que realmente foi a Jovem Guarda, e nem poderiam ter é óbvio.
Por isso a gente procura sempre mostrar aqui relatos de quem fez parte do movimento musical Jovem Guarda.
O Renato Barros, fundador e líder dos Renato e Seus Blue Caps, uma banda que marcou com vários sucessos essa fase, fala um pouco do que foi esse 'tsunami' musical dos anos 60.

fevereiro 20, 2013

Um ídolo, uma fã, e uma linda história


O ano é 1978. Roberto Carlos está com 37 anos, no auge de sua carreira. Tem fama, sucesso, dinheiro. Mas, recém-separado da mulher, Cleonice Rossi, a Nice, com quem fora casado durante onze anos, sente solidão.


Numa noite, ele apresenta um show em Serra Negra, no interior de São Paulo. Na primeira fila, vê uma linda garota de longos cabelos negros e corpo delicado, cantando, apaixonadamente, todas as letras. É Maria Rita Simões, uma jovem de 17 anos que sorri com os olhos.
Exausto, após o show, o Rei se surpreende ao ver a suposta fã chegando com Ana Paula Rossi. a filha mais velha de Nice, que cria como se fosse sua. Ao ver de perto aquela menina tímida, encolhida em um cantinho, ele fica fascinado. Com respeito, pergunta à enteada quem é ela.

Ana Paula, de 13 anos, explica que a garota lhe dá aulas de reforço no colégio paulistano Dante Alighieri - um dos mais tradicionais de São Paulo - e queria conhecê-lo. Nesse momento, estabelece-se uma cumplicidade entre Maria Rita e Roberto. Sem dar a mínima para a diferença de idade e o fato de o cantor ser um astro tão famoso, a jovem deixa-se envolver a ponto de, dias depois, receber um pedido de namoro.

Os pais de Maria Rita, Luiz César Pinheiro Simões e Geramy, no entanto, são católicos praticantes e não vêem com bons olhos o fato de sua filha caçula estar apaixonada por um homem separado e vinte anos mais velho. Eles proíbem o namoro e o casal é obrigado a se separar.

Tal desencontro se estenderia por onze anos. Morando com os pais num apartamento de 200 metros quadrados no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo, Maria Rita seguiu com sua carreira de professora. Sempre que sabia de alguma apresentação de Roberto na cidade, ela tratava de comprar ingressos e se acomodar na primeira fila. Também colecionava revistas com reportagens sobre a carreira do cantor. E não deixou de amá-lo nem ao ler, nessas mesmas páginas, as notícias do novo casamento de Roberto com a atriz Myrian Rios.

Nesse período todo, ela nunca se casou. Continuou em contato com Ana Paula, a enteada de Roberto, que faleceu recentemente. Em 1989, por meio dela e pela imprensa, soube que Roberto Carlos e Myrian Rios haviam se separado. Sabendo que ali estava a chance de reencontrar o grande amor de sua vida, não perdeu tempo.


Naquele mesmo ano aguardou o primeiro show de Roberto em São Paulo e foi cumprimentá-lo no camarim. Claro que o cantor reconheceu a menina de cabelos longos, agora uma mulher de 29 anos, e o amor recomeçou. Com um ano de namoro, completamente apaixonado por Maria Rita, Roberto Carlos decide apresentá-la aos filhos, Luciana e Roberto Carlos Segundo, o Dudu. O encontro aconteceu em Miami, onde o cantor gravava seus discos. Os jovens foram passar quinze dias de férias com o pai e ficaram fascinados com a simplicidade e a meiguice da nova integrante da família. "Maria Rita é uma pessoa especial e nos conquistou com muita facilidade", lembra Dudu. "Fiquei comovido com o amor deles."

A partir daí, a professora Maria Rita Simões deu lugar à Senhora Roberto Carlos. Segundo amigos dela, essa situação nunca a desagradou. Sua dedicação exclusiva a Roberto era prova de amor, e a ele queria agradar o tempo todo. Sempre viajava com o companheiro, ia a todos os shows e ficava no estúdio, enquanto ele gravava seus CDs. No dia-a-dia, ocupava-se da administração da casa. E sempre preparava alguns mimos, como comprar rosas e orquídeas brancas em uma banca do mercado horticultor do Leblon, no Rio, para enfeitar a cobertura, na Urca, onde viviam, e o estúdio dele, no mesmo bairro.

Como se tivesse encontrado a mais valiosa jóia de sua vida, ele não mostrava a nova namorada a ninguém. Tranqüila e extremamente discreta, Maria Rita também não fazia a mínima questão de receber o tratamento normalmente dispensado às mulheres de famosos. Tanto que eles não viajavam no mesmo avião, nem iam para os shows no mesmo carro para evitar que ela ficasse exposta aos flashes que perseguem o Rei há mais de cinquenta anos.

O esquema de segurança era tão perfeito que, em novembro de 1990, durante a temporada do cantor no Canecão, Rio de Janeiro, Maria Rita circulava pelo camarim de calça jeans, camiseta branca e rabo-de-cavalo sem ser incomodada pelos fãs e jornalistas. Ninguém a conhecia e era isso o que ele queria. "Nosso amor é só nosso, não é de mais ninguém", dizia Roberto.



Mas o Rei acabou assumindo a rainha. Em 1991, Roberto decide anunciar a sua felicidade e compõe a canção Primeira-Dama, em homenagem a ela. Em 5 de setembro do mesmo ano, a revista CONTIGO publica sua primeira foto, flagrada em meio à multidão, durante um show dele, ao lado dos pais. A essa altura, o relacionamento tinha estruturas tão sólidas que nem as investidas de Myrian Rios, com quem Roberto foi casado por dez anos, conseguiram abalá-los. A atriz estava arrependida de ter terminado o casamento e disse em várias entrevistas que gostaria de voltar a namorar Roberto. Ela chegou a aparecer em um show dele no Canecão. Mas, ao chegar ao camarim, encontrou Maria Rita e percebeu que o amor dos dois era sério. Roberto simplesmente ignorou as declarações e Myrian desistiu.

A primeira aparição pública de Maria Rita no papel de mulher de Roberto foi dia 12 de julho de 1993, eles já moravam juntos havia dois anos. Durante um evento beneficente, no Rio Palace, Rio de Janeiro, ela foi apresentada pela socialite Clara Magalhães aos 500 convidados que lotavam o local.

"Tomei a iniciativa de apresentá-la, porque sabia que ela representava o início de uma fase maravilhosa na vida do Roberto", afirma Clara. "Ele encontrou uma pessoa para acompanhá-lo na longa caminhada de amor, fé e caridade." Logo depois, a amiga começou a levar Rita para as reuniões do grupo de oração O Terço, que reúne cinqüenta mulheres todas as quartas-feiras na mansão de Glória Severiano Ribeiro, no Leblon, ou na casa de Marisa Bezerra, na Barra da Tijuca.

Tão católica quanto seu amado, ela nunca escondeu das amigas a vontade de casar na igreja. "Mas quando eu casar ninguém vai poder saber. Nem vocês, por isso não fiquem chateadas", dizia Maria Rita às amigas do grupo O Terço, repetindo a orientação do marido.

Para mais uma vez driblar a atenção da imprensa, Roberto convidou menos de quinze pessoas para uma missa de comemoração pelo aniversário de Maria Rita, que aconteceria dia 11 de abril. Nenhum convidado sabia que, na realidade, os dois iriam se casar na tarde do dia 8.

Até então, Roberto nunca havia jurado diante de Deus fidelidade e amor a uma mulher. Ele decidiu levar Maria Rita ao altar no dia 8 de abril de 1996. Talvez por superstição ou apenas para preservar a pontinha de privacidade que ainda restava em sua vida. Maria Rita também não discutia os motivos. Sempre respeitava os pedidos dele.


A cerimônia teve o estilo do casal: simples, discreta e despida de toda a pompa. Nem flores enfeitavam a Igreja Nossa Senhora do Brasil, na Urca. Maria Rita vestia uma saia branca de tafetá com blusa de renda guipure, encomendada um mês antes para a ocasião, e carregava um rosário nas mãos. Roberto vestia o terno azul de estimação. A emoção foi grande e os noivos chegaram a chorar durante a pregação feita pelo padre Moraes, que durou cerca de quarenta minutos.

"Admiro muito este casal, juntos na alegria e na tristeza, na dor e na doença", afirma Clara Magalhães, uma das poucas testemunhas do enlace. Os padrinhos da cerimônia foram a única irmã da noiva, Maria Emir Brotto, e o irmão de Roberto, Carlos Alberto Braga. Lady Laura, mãe do Rei, os pais de Maria Rita e os filhos de Roberto estavam presentes. Quando perguntavam a Maria Rita se ela havia realmente se casado com o amor de sua vida, ela abria o sorriso cativante e respondia com a voz meiga: "Estamos casados há cinco anos."

Onze dias depois, o cantor comemorou seu aniversário de 55 anos com um megashow no Ginásio Mineirinho, em Belo Horizonte. Discreto, durante toda a apresentação ele não fez qualquer comentário sobre seu novo estado civil. Só lançou os habituais olhares apaixonados em direção à terceira fileira das cadeiras vips, onde estava sentada Maria Rita. O momento mais engraçado da apresentação foi quando ele cantou um trecho de Lobo Mau (1965), que diz assim: "Eu sou do tipo que não gosta de casamento". Enquanto cantava, tampou os olhos com a mão e deu uma olhada marota para a mulher, que sorriu sem graça. Desde o começo de seu relacionamento com o Rei, Maria Rita fazia questão de assistir aos seus shows. Bastava a banda aquecer os primeiros acordes e acompanhar os olhos do Rei para descobrir a posição de sua musa na platéia.


O primeiro botão de rosa jogado para as fãs no fim do espetáculo também sempre tinha endereço certo.

Durante todo o casamento, um era a sombra do outro. O próprio Roberto descreveu assim a relação na canção Eu Te Amo Tanto, feita em homenagem a Maria Rita:. "Cada vez mais juntos. quem procura por você sabe onde estou." Pura verdade. Não importava a ocasião, nem o lugar ou o compromisso Quando Roberto Carlos chegava bastava dar uma olhadinha a seu lado e identificar a sorridente Maria Rita. Desde celebrações em família, como o casamento de Segundinho em janeiro 1996, até eventos sociais importantes como o show de Pavarotti no Metropolitan (1995) e a última visita do papa João Paulo II ao Brasil (1997). Ou, quem diria, no camarote da apoteose, onde o casal assistiu agarradinho ao desfile das escolas de samba no Rio (1995) Naquela ocasião, Roberto chegou a deixar de lado sua inflexível discrição e embalado pelo som da bateria, deu um beijo cinematográfico em sua mulher.

Nos nove anos em que conviveu com o Rei, Maria Rita também foi a grande conselheira da dupla Roberto e Erasmo. Quando finalizavam alguma canção, os dois corriam para perguntar a opinião da fã número um. Não fosse uma grande prova de amor, a atitude poderia ser considerada perda de tempo. Afinal, Maria Rita sempre adorava as músicas, principalmente as de tom religioso que sempre a faziam chorar.

Nos últimos meses, nada conseguiu impedir que Maria Rita continuasse a admirar o ídolo e marido. No especial Criança Esperança de 1998, enquanto Roberto cantava Jesus Cristo e Nossa Senhora, no Ibirapuera, a 10 quilômetros dali, uma fã emocionada não tirava os olhos da TV. Era Maria Rita. Assim que acabou sua participação no programa, ele correu para o lado de sua mulher. A partir daí começou uma nova fase no romance dos dois. Roberto já era um marido especial, mas se tornou um companheiro incansável na luta pela cura da mulher. Ele não a deixava sozinha um minuto sequer. Agora, em vez de ela acompanhá-lo em viagens pelo mundo afora, era ele quem fazia questão de segurar sua mão. Roberto e Maria Rita protagonizaram um amor perfeito. Combinavam em tudo. Ela não se incomodava de viver em função do bem-estar do marido e ele, por sua vez, nunca deixava de declarar seu amor. Podia ser através de músicas românticas ou até da comovente dedicação:"Hoje eu sei o que uma pessoa é capaz de fazer por amor", disse Roberto.

Maria Rita e Roberto Carlos viveram uma história de amor que parece ter sido escrita por Deus e selada pelo destino. Compartilharam fé, dor, carinho e muita paixão. Poucas pessoas têm esse privilégio. Maria Rita sabia disso. "Amor e carinho foram coisas que nunca me faltaram. Tenho um marido perfeito", disse ela à CONTiGO, em agosto, durante uma missa na Igreja Nossa Senhora da Paz.

Só mesmo uma fatalidade seria capaz de separá-los.








Fonte:http://www.clubedorei.com.br

fevereiro 19, 2013

Jovem Guarda: O Ronnie Cord fez sucesso, mas o outro Ronnie nem fez parte do movimento e nem gosta da jovem guarda


Dias atrás mandei um E-mail para o programa 'Todo Seu' do Ronnie Von e dei uma sugestão para o programa, minha sugestão foi para que eles incluíssem um quadro sobre a jovem guarda no programa, e que esse quadro fosse ao ar uma vez por semana, já que o programa é exibido todos os dias. Afinal de contas muitos ligam o Ronnie Von a jovem guarda porque ele apareceu na mesma época, e  com certeza muitos que viveram a fase jovem guarda iriam gostar, pois poderiam rever alguns ídolos que ainda, apesar da idade, estão na ativa.

Para minha surpresa logo em seguida recebi um E-mail do diretor do programa 'Todo seu", onde percebi além de certa arrogancia, o preconceito que eles tem em relação a jovem guarda.

Abaixo uma cópia do E-mail que o produtor do programa me enviou:

Marcio Tavolari <mtavolari@tvgazeta.com.br>
15 fev (4 dias atrás)

para mim
Ademir,

infelizmente sua afirmação não corresponde. Embora o Ronnie tenha surgido na mesma época da Jovem Guarda, ele nunca participou no movimento ou gravou o chamado "Iê iê iê". Ele surgiu como roqueiro muito mais indentifcado com a Jovem Guarda. Tanto que gravou com Caetano, Gil e outros. Os Mutantes, com Rita Lee foi batizado por ele e era a banda fixa de seu programa na Record. Na sequência, Ronnie deu inicio ao chamado movimento psicodélico do Rock Nacional, foi um piorneiro do gênero com 3 albuns.
Ronnie nunca gravou com Roberto ou com qualquer outro nome da chamada Jovem Guarda.
Fica o registro.

abs.
Márcio Tavolari
Diretor Programa TODO SEU

Mas se o Ronnie Von  que se diz roqueiro apesar de seus dois sucessos não muito expressivos, não lembro agora de outros, não terem sido rock, mas  uma marchinha "A praça" e uma balada dos Beatles com versão para o português "Meu Bem', o Ronnie Cord arrebentava com o hit 'Rua Augusta.

O hit Rua Augusta colocou São Paulo no mapa da música pop em 1964. Gravada por Ronnie Cord (na verdade, Ronaldo Cordovil), a canção descreve o percurso de um playboy que começa um passeio envenenado com seu carrão na Augusta (a 120 por hora), segue pelo Vale do Anhangabaú (a 130) e termina na galeria Prestes Maia, no centro da cidade, onde o herói da façanha chega com "três pneus carecas derrapando na raia".

Curiosamente, não foi escrita por um rapaz de blusão de couro e topete cuidadosamente armado com brilhantina, mas por um senhor de 50 anos, Hervé Cordovil, pai de Ronnie, compositor de inúmeros talentos, que àquela altura tinha no currículo um samba em parceria com Noel Rosa (Triste Cuíca, lançado por Aracy de Almeida em 1935), marchinhas carnavalescas, baiões sacudidos, serestas plangentes e outras pérolas da brasilidade.Mesmo sem saber onde diabos ficava aquela rua Augusta, jovens de todo o território nacional apaixonaram-se pelo rock made in SP de Hervé, lançado quase simultaneamente a Parei na Contramão, outra canção de temática automobilística, o primeiro sucesso nacional de uma dupla que começava a dar os primeiros sinais de grandeza: Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

Ainda em 1964, Roberto estouraria com O Calhambeque (versão de Erasmo para a americana Road Hog), estabelecendo a apologia à velocidade e à potência de seus carrões como discurso recorrente no ideário do que ainda era conhecido como "música jovem" ou "música dos brotos" no Brasil – e que no ano seguinte lamberia o país como um tsunami elétrico, sob a alcunha de jovem guarda.


Ademir Palácios

fevereiro 18, 2013

Ele era assim...


Em 1966 ele era assim, mas isso é apenas uma amostra de um momento maravilhoso de nossa vida, um momento em que o sonho e a realidade ocupavam o mesmo espaço, o mesmo lugar.Corações pulsavam no ritmo alegre do ie ie ie ou...  nas baladas românticas da Jovem Guarda, baladas que falavam do sonho comum de milhões de jovens: a namorada, o carrão, o beijo no cinema e coisas assim.


Este era o seu carrão


É claro que isso foi num tempo em que, em que os jovens ainda pagavam a conta do “milkshake” das meninas.É, os rapazes ainda pagavam...Tempos de longos suspiros, de grandes amassos..., amassos que não podiam passar das dez da noite. Depois das dez era um sufoco bicho.
Os Beatles cantavam “Yesterday” e a Jovem Guarda cantava a “Gatinha manhosa”. Os Beatles cantavam “Help” e Erasmo Carlos arrebentava com a “Festa de arromba”.
A Festa de arromba que era a Jovem Guarda, ou é, a Jovem Guarda..


E ...aqui... ele cantava...


Enquanto na platéia do Teatro Record as meninas gritavam e choravam a emoção de verem seus ídolos de perto ...É...  Mas tudo isso será sempre um momento presente na nossa vida.
Ninguém esquece o gosto daquela fruta chamada Juventude, de vez em quando a gente ainda sente na boca o gosto da Jovem Guarda...

Em 2013...


Hoje com mais de 50 anos de uma carreira brilhante, e com 71 anos de idade, o Rei com certeza deve pensar em todas essas coisas e dizer para ele mesmo...bicho..'esse cara sou eu'




Ademir Palácios

fevereiro 14, 2013

Jerry Adriani: 'O ponta de lança da Jovem Guarda'


Testemunha do início do iê-iê-iê e responsável pelas primeiras viagens de Raul Seixas, Jerry Adriani é a atração principal da Quadra Cultural, evento que acontece no próximo sábado em Curitiba

Na primeira vez em que esteve em Curitiba, Jerry Adriani deu uma de penetra. Com o amigo Erasmo Carlos, também piá, entrou sem convite no show de Ângela Maria, verdadeira festa de arromba lá no início dos anos 1960. “Disse que eu era eu, e aí o segurança perguntou ‘quem?’. Por sorte a Ângela vinha chegando e viu a gente na porta.” A dupla que ajudava a dar início à Jovem Guarda não era muito conhecida, como lembra Jerry. Mas bastaram alguns shows com Os Rebeldes, grupo do qual se tornou crooner em 1962, e o lançamento de Italianíssimo, seu primeiro disco, em 1964, para que houvesse “uma impressionante aglomeração de gente” em suas apresentações seguintes, inclusive naquela de 1965, em um clube bem frequentado da capital. “Foi um estouro”.

Aos 66 anos e beirando os 40 discos, Jerry Adriani retorna a Curitiba no próximo sábado. Ele é a atração principal da 5.ª edição da Quadra Cultural, que também leva às ruas Paula Gomes e Duque de Caxias, no São Francisco, as atrações MUV e Michele Mara, Annie & The Malagueta Boys, A Banda Mais Bonita da Cidade, Banda Gentileza e Toninho Catarinense.

Idealizado por Arlindo Ventura, proprietário d’O Torto Bar, a Quadra deste ano mantém a boa tradição de resgatar artistas importantes, mas já empoeirados da música brasileira – em outras edições deram o ar da graça As Irmãs Galvão, Germano Mathias, Odair José e Dona Ivone Lara.

Eterno crooner e ator eventual, Jerry Adriani esteve no meio do pessoal supimpa responsável por dar forma à Jovem Guarda, ao mesmo tempo em que fez das interpretações de canções italianas seu abre-alas. Eclético, viveu o tempo dos musicais na tevê, regravou Elvis e George Harrison e lançou, em 2012, um disco com mensagens religiosas chamado Família. “Eu tô em tudo. Na música italiana, no rock. Minha carreira é muito variada e dentro dela vou incluindo coisas. Tive até uma fase operística. Adoro Bach”, diz o paulistano, conhecido pela interpretação de “Doce, Doce, Amor”, música certa no show em Curitiba. “Não adianta querer inventar. Tem que cantar o que o público quer ouvir.” Só não o chamem de brega. “Brega é o Odair José, o Amado Batista. Nós, da Jovem Guarda, fomos para um outro lado, um lado mais pop.”

Tocou Raul

Qual um enredo de Paulo Coelho, o destino deu as caras para Jerry Adriani no final da década de 1960, em um show em Salvador. A banda que iria acompanhar o cantor sumiu. E então, Jerry fez um sinal para que um rapaz magro e barbudo de nome Raul subisse ao palco. “Raulzito e os Panteras foi minha primeira banda de apoio”, gaba-se Jerry.

O paulista levou o baiano ao Rio de Janeiro e, algum tempo depois, Raul Seixas tornou-se produtor de Jerry Adriani na CBS. “Ele era muito inteligente, um pensador. Raul via tudo de forma diferente, mas era inadaptado àquela época. Raul era triste. Só era feliz quando estava no palco”, diz Jerry, que ficou fulo da vida quando soube que nada de seu depoimento de mais de seis horas havia entrado no documentário Raul Seixas: o Início, o Fim e o Meio, de Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel.

Em casa, Jerry Adriani gosta de ouvir discos de Tears for Fears, Phil Collins, Ray Charles e Andrea Bocelli. Vê shows na tevê e no YouTube. Mas acha que ainda falta oportunidade para “muita gente boa que está por aí”, talvez outros meninos barbudos com um violão a tiracolo. “De 500 mil artistas que são lançados, aparece um. É difícil. Como diz Djavan, é como morrer de sede em frente ao mar.”


Serviço
Quadra Cultural. R. Paula Gomes, 354, em frente ao bar d’O Torto Bar. Dia 16, a partir das 11 horas. Programação: às 11h – Espetáculo infantil A Casa dos Contadores de Histórias, da Cia. dos Ventos. Às 12h – Toninho Catarinense. Às 14h – Banda Gentileza. Às 15h – MUV e Michele Mara. Às 17h – A Banda Mais Bonita da Cidade. Às 18h – Annie & The Malagueta Boys. Às 20h – Jerry Adriani. Entrada franca.








Fonte: Gazeta do Povo

Raul Seixas: 'Ele chegou depois da jovem guarda e escrachou os valores da ditadura'



“Imagine que não exista nenhum país/ (...) Nada por que matar ou morrer/ Nenhuma religião também”. Nos célebres versos de “Imagine”, John Lennon anunciava uma sociedade utópica. E ele iria além da canção: em manifesto, concebeu a tal nação fictícia, batizada de Nutopia. “Sem terra, sem fronteiras, sem passaportes, só pessoas. Nutopia não tem leis que não as cósmicas”, declaravam o ex-beatle e sua esposa, Yoko Ono, em 1973.

No ano seguinte, um roqueiro brasileiro apresentava ao público sua versão da “Sociedade Alternativa”: “Faze o que tu queres, pois é tudo da lei”, cantou Raul Seixas.

Não era coincidência. Cada um à sua maneira, Lennon e Raul bebiam da mesma fonte, que seduzia jovens no mundo inteiro em tempos de descrença nos poderes e nas instituições: a contracultura. Dos hippies aos anarquistas, os anos 1970 abrigaram diversas experiências de rejeição a todos os sistemas políticos estabelecidos, e propostas de comunidades alternativas que colocassem o ser humano como centro da vida social.

No Brasil, esses ventos de contestação coincidiram com o período mais grave do regime militar. No momento em que se prendia, torturava e eliminava quem ousasse se opor ao governo e a censura tomava conta dos meios de comunicação, eis que surge no Rio de Janeiro um jovem baiano tocando rock ‘n’ roll legítimo, ironizando os valores vigentes e pregando coisas estranhas como o egoísmo, o amor livre e a liberdade incondicional do ser humano. Quem era aquele sujeito?


Os agitos de roqueiro haviam começado ainda Salvador, no início da década de 1960, quando o jovem Raulzito fundou a banda Relâmpagos do Rock, depois chamada de The Panthers. Eram as primeiras guitarras elétricas de que se tinha notícia na conservadora capital baiana. Aos 17 anos, fã de Elvis Presley, Raulzito não queria saber de escola, repetiu de ano várias vezes, mas em casa teve acesso à cultura, isolado por horas e dias a fio na biblioteca do pai.

Chegou a prestar vestibular, mas abandonou o curso de Direito para se dedicar apenas à música. Em 1967, foi convencido por Jerry Adriani – integrante do já famoso movimento Jovem Guarda, de Roberto e Erasmo Carlos – a ir ao Rio de Janeiro gravar um disco. Convite aceito, naquele mesmo ano foi lançado “Raulzito e Os Panteras”, um fracasso de vendas. O grupo ainda acompanhou Jerry Adriani em alguns shows, mas se desfez, o que obrigou Raul a voltar para Salvador. Em 1970 surgiu nova chance: agora um emprego de produtor-executivo na gravadora CBS. Ele tinha 24 anos e chegava ao Rio para ficar.


Na capital cultural do país, alguns conterrâneos de Raul já chamavam atenção no terreno da arte alternativa. Enquanto Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé comandavam o Tropicalismo, Baby Consuelo, Moraes Moreira e Pepeu Gomes fundavam uma libertária experiência de vida comunitária dedicada à música que resultou no grupo Novos Baianos. Como o roqueiro que chegava, eram todos adeptos do experimentalismo formal, da guitarra misturada a ritmos nacionais, da adoção de novos comportamentos sociais e sexuais e, finalmente, do não-engajamento político. Por isso a contracultura era acusada de “alienada” pela juventude de esquerda, que pegava em armas para lutar contra a ditadura. Acusação um tanto injusta. “Era preciso muita vontade e alguma coragem para ser hippie numa ditadura militar boçal e truculenta. Visados pela polícia, muitos foram confundidos com militantes da resistência armada, presos e torturados por engano”, comenta o produtor musical Nelson Motta no livro Noites tropicais.


Apesar da semelhança estética, Raulzito não entrou na onda de nenhum dos baianos que chegaram antes dele. Sua idéia de “Sociedade Alternativa” seria muito mais radical, e ganharia fortes conotações místicas. Tudo começou em 1971, quando conheceu Paulo Coelho, editor da revista alternativa 2001. Fã de discos voadores, o roqueiro encontrou na revista um artigo sobre o assunto e gostou tanto que resolveu procurar seu autor.

 Aquelas duas cabeças criativas e alucinadas mergulhariam num mar de referências para conceber canções com temas até então inéditos por aqui. Além da Nutopia de Lennon e Yoko, inspiravam-se em autores clássicos do anarquismo e do individualismo, como Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e Max Stirner (1806-1856).

Mas o grande guru da dupla foi o mago inglês Aleister Crowley (1875-1947). É dele a frase “Faze o que tu queres, pois é tudo da Lei” — a “lei” concebida por Crowley chamava-se Thelema, palavra grega que significa “vontade”. Segundo ele, os desejos humanos não deviam sofrer nenhum tipo de restrição. Considerado satanista por desdenhar as noções de bem e mal e louvar Deus e o Diabo na mesma proporção, Crowley fez a cabeça de várias bandas de rock famosas na época, como Iron Maiden e Led Zeppelin. E também dos Beatles, que estamparam sua foto no meio das celebridades da capa do revolucionário disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967).


Uma inusitada estratégia de marketing proposta por Paulo Coelho levou as primeiras idéias da Sociedade Alternativa aos lares de todo o Brasil. No dia 7 de junho de 1973, Raul Seixas convocou a imprensa para registrar sua aparição em plena Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, violão em punho, cantando a música “Ouro de Tolo”. Deu certo: a cena foi exibida no “Jornal Nacional”, horário nobre da TV. A canção era uma bofetada no conformismo nacional diante das vantagens ilusórias oferecidas pela ditadura:

        Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego
        Sou o dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês
        Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista
        Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73
        (...)
        Eu devia estar contente por ter conseguido tudo que eu quis
        Mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado!
        (...)
        É você olhar no espelho e se sentir um grandessíssimo idiota
        Saber que é humano, ridículo, limitado
        E que só usa 10% de sua cabeça animal
        E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
        Que está contribuindo com sua parte
        Para o nosso belo quadro social...

“Ouro de tolo” é o nome que se dava na Idade Média às promessas de falsos alquimistas. Transpondo a idéia para a década de 1970, Raul Seixas reduz a nada as aspirações da classe média que apoiou o milagre econômico da ditadura: a euforia regada pela estabilidade social do cidadão respeitável e por uma visão religiosa conformista era simplesmente um “ouro de tolo”.


A música virou sucesso instantâneo. Contratado pela gravadora Philips, Raul Seixas juntou “Ouro de Tolo” a outras nove canções para lançar seu primeiro LP solo: “Krig-Ha, Bandolo!”, ainda em 1973. O ano seguinte marca uma escalada no projeto de construção da Sociedade Alternativa. Paulo Coelho publica na Revista Planeta uma análise crítica dos movimentos de contestação juvenil da década de 1960, principalmente o dos hippies. Argumenta que, através da poderosa influência dos meios de comunicação, os valores fundamentais dos hippies propagaram-se pelo mundo e foram absorvidos pelo sistema de maneira deformada: sua revolução de valores transformou-se em moda. Citando John Lennon e seu famoso desabafo “O sonho acabou”, Paulo afirma que “a decadência do movimento hippie provocou a mais importante e a mais radical transformação da contracultura: o nascimento das sociedades alternativas”.

E eles não queriam ficar no plano da utopia. Em terreno cedido pela sociedade ocultista Argentum Astrum (ligada à Thelema do mago Crowley), instalam em Paraíba do Sul (RJ) a “Cidade das Estrelas”, para concretizar o sonho libertário. Enquanto isso, saía o segundo disco-solo de Raul, “Gita”, com o hino “Sociedade Alternativa”, a mística Gîtâ (inspirada no texto hindu Bhagavad Gita) e a apoteótica “Trem das sete”, que profetizava “o Mal de braços e abraços com o Bem num romance astral”.

Mas sua primeira canção a despertar a censura viria de outro disco lançado naquele ano: a trilha sonora da novela “O Rebu”, composta por Raul e Paulo Coelho. Na música “Como vovó já dizia”, dois versos foram considerados subversivos – “quem não tem papel dá recado pelo muro” e “quem não tem presente se conforma com o futuro” (substituídas por “quem não tem filé come pão em osso duro” e “quem não tem visão bate a cara contra o muro”).

Em maio de 1974, o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) finalmente fechou o cerco. Raul Seixas foi preso e torturado. “Tudo para eu poder dizer os nomes das pessoas que faziam parte da Sociedade Alternativa, que, segundo eles, era um movimento revolucionário contra o governo”, contaria mais tarde.

Jornalista Vladimir Herzog

Nessa fase da ditadura as prisões eram secretas, ao contrário do que costumava ocorrer com as detenções na segunda metade da década de 1960. Após o fim da luta armada, a repressão se voltou contra a resistência cultural ao regime, perseguindo pessoas que expunham suas opiniões através da música e da imprensa. Foi o caso do roteirista e jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto em 1975.


Segundo Sylvio Passos, presidente do Raul Seixas Oficial Fã-Clube, o trauma da prisão e da tortura foi duro para Raul, que sempre chorava ao narrar esses episódios, em conseqüência dos quais desenvolveu uma paranóia que o fez sofrer muito.

Depois de libertados, ele e Paulo Coelho exilaram-se nos Estados Unidos. Mas o estrondoso sucesso alcançado por “Gita” – que vendeu 600 mil cópias em todo o Brasil – os animou a voltar.




Ano novo, disco novo, cheio de contundentes mensagens ideológicas. No LP de 1975, “Novo Aeon”, Raul canta a poligamia em “A Maçã”, provoca com o “Rock do Diabo” e radicaliza o individualismo com “Eu sou egoísta”. As composições com Paulo Coelho agora dividem espaço com outros parceiros, como Marcelo Motta. Em breve o mago seguiria seu caminho longe de Raul, para se tornar o maior best-seller brasileiro de todos os tempos. Já o Maluco Beleza não abriria mão de defender suas crenças até o fim. No penúltimo disco que gravou (“A Pedra do Gênesis”, em 1988), um Raul já debilitado pelo alcoolismo revela manter a crença em Crowley na canção “A Lei” – pura transcrição de frases do mestre ocultista. “Todo homem tem direito de pensar o que quiser/ Todo homem tem direito de amar a quem quiser/ Todo homem tem direito de viver como quiser”. Assim viveu Raul Seixas, cuja estrada chegaria ao fim no ano seguinte.

Se hoje a liberdade de expressão é um valor sagrado, muito se deve à abertura proporcionada por livres pensadores como Raul Seixas, que ousaram defender a criação de uma sociedade alternativa à que era imposta pelo sistema político estabelecido num momento em que tal atitude implicava altos riscos.





Luiz Lima é doutor em História Social pela USP e autor do livro Vivendo a sociedade alternativa: Raul Seixas e o seu tempo (Terceira Margem Editora, 2007)


Fonte:www.revistadehistoria.com.br

Cantora Kátia Cilene: 'Bilhetinho Apaixonado' e outros sucessos


A canção "Bilhetinho Apaixonado', e também outros sucessos, embalou muitos corações na década de 60, com sua vóz diferenciada Kátia Cilene estava nas paradas de sucesso em todo Brasil.


Kátia Cilene é natural de Garanhuns (PE), iniciou a carreira artística ainda criança em Recife. Aos 12 anos, recebeu o troféu de revelação mirim atriz-cantora da TV Jornal do Commércio, e gravou seu primeiro disco - um compacto simples pela gravadora Mocambo, contendo as músicas: "Ie ie ie do Seu Mané" e "Rei Pelé", ambas de autoria de Nelson Ferreira homenageando a seleção brasileira de futebol da Copa do Mundo de 1962.


Gravação original de 'Bilhetinho Apaixonado'


Kátia foi garota-propaganda, participou de novelas, peças de teatro e foi detentora do prêmio de melhor cantora de Recife por anos seguidos. Em 1966, na efervecência da Jovem Guarda, Kátia chega ao Rio de Janeiro para assinar contrato com a gravadora CBS, onde em janeiro de 1967 lança seu primeiro sucesso "Meu bem só gosta de mim" (gravada posteriormente por Wanderléa).





A partir daí sua carreira decolou, vieram outros sucessos como: "Brasa viva" (1967), "Bilhetinho apaixonado" (1968), "A manchinha no lenço" (1968) e "Eu não consigo" (1969), incluídas na famosa coletânea periódica da CBS "As 14 Mais", figurando entre os grandes nomes do cast como Roberto Carlos, Wanderléa, Jerry Adriani, Renato & Seus Blue Caps e outros.





Além de participar do filme "Jerry, a Grande Parada" em 1967, cantando a música "Eu e Elezinho", foi presença constante no Programa Jovem Guarda, da TV Record. Kátia gravou até 1972, quando encerrou sua carreira para casar-se, regressando apenas em 1986, ocasião em que gravou um LP Mix pela gravadora RGE, o que lhe rendeu credenciais para lançar em 1988 pela mesma RGE um LP com várias músicas de autoria de Michael Sullivan & Paulo Massadas. O disco ainda contou com a participação do saudoso Ed Wilson na faixa "Quero Seu Amor Pra Mim". Foi o seu último registro musical.

fevereiro 12, 2013

Antonio Aguillar: 'A mensagem do mestre da comunicação'

Radialista Antonio Aguillar

Antonio Aguillar homem de rádio e televisão como todos sabem, foi o responsavel pelo sucesso de grandes ídolos da jovem guarda, entre eles Roberto Carlos.

Não vou citar aqui os nomes de todos esses ídolos que no ínicio de carreira foram por assim dizer, alavancados pelo grande radialista Antonio Aguillar, que teve participação fundamental em suas carreiras.

Semana passada recebi através do site da querida Lúcia Zanetti que é amiga pessoal desse comunicador, uma mensagem dele que muito me honrou.


Mensagem de Antonio Aguillar

Publicada no site da querida amiga Lúcia Zanetti

Antonio Aguillar em 11 de fevereiro de 2013 às 15:42 disse:

Ademir, sempre é bom encontrar gente como você, que além de bem informada, procura conhecer cada vez mais as coisas do nosso movimento musical. Obrigado pelas palavras e a Lucinha é uma pessoa muito especial em nosso caminho. abraços Aguillar

Link: http://luciazanetti.wordpress.com/2013/02/09/recebendo-a-visita-ilustre-do-radialista-e-comunicador-antonio-aguillar/#comments

Eu era ainda um garoto, e já era um grande admirador desse mestre da comunicação no Brasil.


Matéria publicada no Nossa Jovem Guarda sobre Antonio Aguillar:

O radialista Antonio Aguillar e o movimento jovem guarda

http://www.nossajovemguarda.com.br/2012/09/o-radialista-antonio-aguillar-e-o.html



Aqui uma mensagem de agradecimento de Roberto Carlos para Antonio Aguillar:






Ademir Palácios


fevereiro 11, 2013

O carnaval de ontem e hoje

O Carnaval é uma grande marca da cultura brasileira.Hoje virou mais “marca” do que Carnaval, atraindo turistas, industrializando Escolas de Samba e roubando a pureza e a alegria natural dos velhos tempos.

O folião tradicional se queixa, por exemplo, das marchinhas que não se renovaram e que foram substituídas por novos ritmos, que, por sinal, mobilizam multidões; recordam-se saudosos da segurança mais tranqüila dos velhos tempos em que os mascarados só causavam medo às crianças; das brincadeiras nos bairros, que não existem mais porque as crianças vivem presas, numa tentativa dos pais de protegê-las.

A violência urbana foi a parte do progresso que mais subtraiu do Carnaval. Afastou a criançada da folia natural com os vizinhos, das improvisações que aconteciam após os primeiros “sustos” dos mascarados, do sair tocando a campainha da vizinhança para ver se eram identificados apesar das máscaras...

Mas, se muitos bairros perderam seus carnavais, em compensação, a folia se concentrou em determinados locais de cada cidade onde os blocos mais badalados são esperados com bastante aparato e segurança. Outra novidade é que verdadeiras populações de jovens foliões do país migram para as chamadas “capitais da folia”, que arrastam multidões para o carnaval de rua, atraindo também a curiosidade do turista estrangeiro.

A liberdade de costumes que proporcionou tantos deslocamentos e folias também precipitou o aumento das doenças sexualmente transmissíveis que, sem dúvida, crescem nessa época.

O Carnaval se contextualizou, assim como as fantasias. A liberdade e a globalização trouxeram temas mundiais para o cenário carnavalesco, como máscaras ou fantasias de Bin Laden, Lula, Obama e Bush. A criatividade e a improvisação também se tornaram mais comuns e substituíram os antigos e detalhados preparativos com as fantasias. Só mesmo para as crianças pequenas e para quem vai desfilar em Escola de Samba se mantêm esses rituais carnavalescos.

As Escolas de Samba aumentaram o luxo, a participação de “estranhos” e a valorização de famosos, “bonitos” e sarados nos seus desfiles e muitos reclamam que se tornaram verdadeiras “empresas comerciais”, com venda de ingressos e camarotes. Em compensação os desfiles estão cada vez mais espetaculares, profissionais, engenhosos e organizados. Lembram-se dos atrasos absurdos dos desfiles de antigamente?

É claro que a festa é influenciada pela realidade sócio-político-econômica que vivemos. Não dá para separar. Talvez os saudosistas sintam falta não do antigo Carnaval, mas dos problemas daquele tempo, que, vistos de longe, nos parecem bem menores que os de agora.

fevereiro 08, 2013

Mônica, a dentuça, completa 50 anos de coelhadas


Mônica, a dentuça e baixinha mais amada do Brasil, completa 50 anos no próximo mês, mas as comemorações já pipocam em pleno Carnaval. A personagem mais ilustre de Mauricio de Sousa subirá, na próxima terça-feira (12), no trio elétrico da cantora Cláudia Leitte, em Salvador.

A homenageada do Carnaval baiano deixará o tradicional vestidinho vermelho que sempre a acompanhou ao longo das peripécias nos quadrinhos para vestir figurino inspirado nos anos 1970, segundo a cantora baiana.
O clima de festa não para por aí e será regado a muitos eventos que vão marcar a data. Para os mais afoitos, já estão disponíveis na internet dois pequenos vídeos. Um mostra a evolução gráfica da Mônica e o outro é um depoimento do próprio Mauricio de Sousa sobre a personagem.
Com corpinho de criança e muita história para contar, o meio século da Mônica surpreende até os mais chegados. "Conservada, ela", diz Cascão para Cebolinha, que questiona: "Gorducha, baixinha cinquentinha ou dentuça, bobona e cinquentona?".
A essa altura você já deve ter imaginado o que aconteceu. Cebolinha levou uma coelhada da baixinha.
Fonte: Informações Hoje Em Dia

O Rei pode cantar na Copa do Mundo de 2014


Após quase dez anos sem apresentar nenhuma música nova, Roberto Carlos iniciou recentemente uma vigorosa retomada do sucesso de sua carreira. Em 2012, o artista lançou canções novas - que são tema de novela e já venderam cerca de 2 milhões de discos - e negocia agora sua participação na Copa de 2014. O Rei já vendeu mais de 110 milhões de discos na carreira. Ele se tornou um ídolo na década de 1960 à frente da Jovem Guarda, o primeiro grande movimento de rock do Brasil.

Na década seguinte, mudou para o atual perfil romântico e lançou grande parte de seus maiores sucessos.

Porém, o artista vivia uma espécie de bloqueio criativo desde o fim da década de 1990, realizando apenas seus shows, mas sem apresentar músicas novas, segundo o crítico de música Antônio Carlos Miguel, autor do livro "Guia de MPB em CD". O último disco com músicas inéditas de Roberto Carlos - antes do atual "Esse Cara Sou Eu" - havia sido lançado em 2003.

"Ele continua um ótimo cantor, tem uma obra enorme, mas ir a um show dele é como assistir aos Rolling Stones: você vai ouvir muitas músicas das décadas de 60 e 70 e uma ou duas novas", disse o crítico. De acordo com Antônio Carlos Miguel, há alguns anos Roberto Carlos começou a autorizar que outras bandas, como Titãs e Nação Zumbi, gravassem suas músicas, tornando-as mais populares entre os jovens. Porém, a grande retomada veio no ano passado, com um disco de quatro músicas - duas delas totalmente inéditas -, que vendeu 2 milhões de cópias em CD e teria sido baixado 700 mil vezes pela internet.

A coroação desse processo pode ser a eventual escolha do artista para participar da abertura da Copa de 2014. Um assessor direto de Roberto Carlos disse à BBC Brasil que ele já foi convidado para a tarefa pela Sony Music - empresa patrocinadora que teria o poder de apontar à Fifa os artistas que participarão da cerimônia. As equipes do cantor e da Sony Music negociam atualmente os termos e valores de sua eventual participação no mundial. Ambas as partes dizem esperar a concretização do processo.

"Olha, eu vou ficar muito nervoso em participar de uma abertura dessas, porque é uma coisa totalmente diferente na minha vida. Eu nunca fiz, mas com certeza que é uma honra muito grande ser convidado para um evento como esse", afirmou Roberto Carlos no último dia 27, em entrevista à imprensa.

O artista comparou sua eventual participação na Copa com o desfile da escola de samba carioca Beija-Flor em 2011, quando ele foi tema do enredo. "São duas emoções diferentes. A homenagem da Beija-Flor era uma homenagem em que eu tinha que só receber e desfilar. Uma abertura da Copa do Mundo é um momento que eu tenho que cantar, e cantar sob uma emoção daquelas e sob um nervosismo daqueles. A responsabilidade de fazer, enfim, é um pouco diferente", disse.

Na ocasião da entrevista, Roberto Carlos não admitia publicamente o convite, embora sua equipe confirmasse reservadamente a informação. A Sony também não fez comentários sobre o assunto.

Afirmou apenas que presta "consultoria artística ao Comitê Organizador da Fifa em relação aos eventos relacionados ao mundial".

fevereiro 06, 2013

Brasil: 'A jovem guarda chegava em um País onde nada acontecia de importante'


O repertório da música brasileira naquela época era cheio de romantismo. O meio musical tinha muitos jovens romànticos, que cantavam uma canção melosa. Eles demonstravam a autenticidade de uma classe média típica de um País onde nada acontecia de importante, e onde tudo dava certo.


Apesar disso, aconteceu a Revolução de 1964. Nessa mesmice, surgiu a Jovem Guarda, que se propunha a acabar com todos os preconceitos musicais e comportamentais existentes. Em muitos casos, os mesmos jovens certinhos das músicas romànticas passaram a ser roqueiros que estouraram nos anos 60. Esse estouro chegou junto com Elvis Presley, Beatles e Rolling Stones.



Sérgio Murilo, morador do bairro do Catete, no Rio de Janeiro, foi um dos pioneiros dessa era. Tivemos também os curumins, que cantavam na extinta Rádio Tamoyo do Rio de Janeiro, cuja primeira música de sucesso foi Marcianita, gravada com a orquestra do famoso Maestro Lyrio Panicalli. O disco não era somente de rock , e sofreu a influência de baladas estrangeiras. Entre os que influenciaram este trabalho estão Neil Sedaka, com "Stupid Cupid" - Estúpido Cupido, cantada também por Celi Campelo e outro americano, Paul Anka com "Put your head on my shoulder" - Ponha sua cabeça no meu ombro.


As músicas brasileiras eram gravadas em um mesmo disco, misturadas com as americanas e suas versões. No segundo disco, Sérgio Murilo lançou "Broto Legal", do original "I'm in love" com versão de Renato Corte Real, humorista de sucesso na época.



A única dupla famosa deste início de Jovem Guarda foi Leno e Lílian, com seu estrondoso sucesso "Pobre Menina". Outro ídolo do rock foi Bill Haley, americano, considerado por muitos críticos como o pai desse ritmo com o conhecidíssimo "Rock around the clock".




Esta música foi gravada por ele próprio e por Elvis Presley. Em 1958, Bill Haley se apresentou no Rio de Janeiro, e na platéia estava os irmãos Barros do bairro da Piedade, também no Rio de Janeiro (Renato, Edson e Paulo César). Os irmão Barros foram influenciados pelo artista e formaram o grupo Os Bacaninhas da Piedade.

Mais tarde, esse nome foi mudado pelo radialista Jair de Taumaturgo, titular do programa "Hoje é dia de rock", na Rádio Mayrink Veiga, para Renato e seus Blue Caps. Esses artistas convidavam sempre outros cantores para gravar com o grupo, especialmente a mineirinha Wanderléia , que veio morar com os pais na Ilha do Governador no Rio de Janeiro. Foram eles que acompanharam Roberto Carlos em um de seus primeiros sucessos, "Splish Splash".

Em seguida, Renato e seus Blue Caps gravaram o sucesso dos Beatles, Menina Linda. Os Beatles, naquela época, eram os preferidos da Jovem Guarda, que fazia as versões de suas músicas e as lançavam com grande sucesso. Em 1968, sem que se soubesse os motivos, começou o declínio da banda de Renato.


Wanderléia foi considerada a primeira dama da Jovem Guarda brasileira. No início da sua carreira, cantava nos clubes cariocas, depois com Renato e seus Blue Caps e, por último, se tornou amiga inseparável de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, sendo apelidada por eles de Ternurinha sempre que a apresentavam em seus shows. O trio, Roberto, Erasmo e Wanderléia fez uma grande amizade que dura até os dias de hoje.










Fonte: Informações allaboutarts.com.br

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