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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: julho 2014

julho 19, 2014

Roberto Carlos fica menor em "O réu e o Rei"


Paulo César Araújo, autor do livro “Roberto Carlos em Detalhes”, censurado por conta de uma ação judicial movida pelo cantor, está com uma obra nova na praça e desta vez como que “dá o troco ao Rei”.

O livro “O Réu e o Rei” é a história de vida de Paulo César, com foco na sua paixão por música e sua admiração por Roberto Carlos. O escritor conta como foi sua vida em Vitória da Conquista, na Bahia,

revela porque teve de se mudar para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, além das dificuldades enfrentadas para sobreviver e cursar as faculdades de jornalismo e história.
Ainda estudante, Paulo começou com os colegas de faculdade um trabalho de pesquisa da música popular brasileira. Entrevistou desde os mais sofisticados, como João Gilberto, Tom Jobim e Caetano Veloso, até os chamados bregas, caso de Waldick Soriano, Aguinaldo Timóteo, Odair José e Reginaldo Rossi.

Não tinha carro nem telefone. Usava fichas para ligar de orelhões e se deslocava à casa das celebridades usando ônibus. O primeiro livro que publicou, “Eu não Sou Cachorro Não”, teve boa receptividade da crítica e comoveu os cantores românticos, que nunca tinham sido reconhecidos ou valorizados nos meios acadêmicos ou intelectuais.

“Roberto Carlos em Detalhes”, o segundo livro de Paulo César Araújo, recebeu elogios dos principais críticos musicais do país e logo entrou na lista dos mais vendidos no Brasil. A obra, no entanto, deixou o cantor de Cachoeiro de Itapemirim à beira de um ataque de nervos, uma verdadeira “fera ferida”. O artista perdeu a esportiva durante uma entrevista coletiva e anunciou,  às vésperas de Natal, que ia para a guerra visando processar o seu biógrafo.

HISTÓRIA - Paulo César conta toda essa história minuciosamente,
relembrando que passou 15 anos tentando entrevistar Roberto Carlos e trabalhando em sua biografia. Foi esnobado mais de uma vez pela assessora de imprensa do Rei (Ivone Kassu, que morreu em 2012), tapiado por empresários do cantor, mas nunca desistiu do seu projeto.

O livro sobre Roberto Carlos enaltece o artista, reconhece sua importância na música popular brasileira, colocando-o no mesmo patamar de João Gilberto, Caetano Veloso, Chico Buarque ou Gilberto Gil. A reação do cantor, que deveria ser de agradecimento, foi belicosa, injusta e incompreensível.

“O Réu e o Rei” é um trabalho impecável que mostra tudo isso e desconstrói a imagem de bom moço de Roberto Carlos.

Se no primeiro livro o escritor foi apenas fã e não mostrou o lado negativo do cantor, no segundo ele mostra as contradições do homem de igreja, devoto de Nossa Senhora e que pregava a necessidade de ter “um milhão de amigos”.

Roberto, que tanto pregou a paz em suas músicas, montou uma “operação de guerra” para levar um jornalista aos tribunais e trazer de volta à censura ao Brasil.
No primeiro livro Roberto Carlos sai engrandecido, como cantor, compositor e ser humano.

Nesta segunda obra, Paulo César mantém os elogios, o reconhecimento do trabalho artístico, mas também alfineta o algoz e publica muitas das críticas desfavoráveis a RC durante o seu longo reinado.

Paulo César Araújo cresce como jornalista, historiador e pesquisador sério que é, enquanto Roberto Carlos fica menor perante o seu próprio público.

Não sabe se por mania ou burrice o cantor tirou de circulação a biografia “Roberto Carlos em Detalhes”. Deu um tiro no pé. Permitiu a Paulo César escrever um livro tão bom quanto o primeiro e dar a última palavra.

Quem tiver a oportunidade de ler os dois livros ou pelo menos o último não terá a menor dúvida de que o Rei está errado nessa história toda, “ficou nu”. Enquanto Paulo César Araújo, o menino que foi engraxate e vendeu picolés, adquire de vez o respeito da imprensa, da intelectualidade e do meio artístico, em detrimento de um artista que corre o risco de ficar marcado na história não por tantas canções de sucesso e sim por conta de uma atitude mesquinha e policialesca.

O réu deu a volta por cima.

(Texto: Roberto Almeida. Nas fotos da Revista Veja o jornalista e historiador Paulo César Araújo e o cantor Roberto Carlos).




Fonte:robertoalmeidacsc.blogspot.com.br

julho 17, 2014

Black Carlos:integrantes do Kid Abelha e Cidade Negra tocam fase soul de Roberto e Erasmo

A banda Black Carlos, formada por integrantes do Kid Abelha e Cidade Negra (foto: Divulgação)


Em um breve momento de sua carreira, na virada dos anos 1960 e 1970, Roberto Carlos lançou aqueles que ainda são considerados seus melhores discos. Com o fim da Jovem Guarda, o Rei decidiu compor e gravar temas que o levaram a outro patamar, onde psicodelia, romantismo e balanço se uniam de forma única.

Esse período, considerado a fase soul do cantor e compositor, retorna aos palcos graças à banda Black Carlos, formada por Toni Garrido [Cidade Negra], George Israel [Kid Abelha] e Felipe Cambraia [baixista e produtor de Nando Reis].

O show compõe a programação especial de música negra do Sesc Ribeirão durante o mês de julho. No repertório, o grupo apresenta composições de Roberto e Erasmo Carlos, como “Todos estão surdos”, “Nada vai me convencer”, “Eu te amo, Eu Te amo, Eu Te amo” e “Quando”, entre outras.

“O projeto nasceu da ideia de três fãs de Roberto e Erasmo, que resolveram prestar uma homenagem e curtir essas canções maravilhosas no palco”, informa Felipe Cambraia.

O baixista afirma que o repertório do show foi composto a partir do gosto pessoal do trio, prevalecendo as canções do final dos anos 1960 e início dos anos 70. “A partir daí foram inseridas outras canções, sempre com a preocupação de se colocar uma leitura soul”, diz.

Segundo especialistas, essa fase determinante do trabalho da dupla Roberto e Erasmo teve uma grande influência do amigo Tim Maia, o mestre da soul music feita no Brasil. Felipe concorda. “Com certeza. Assim como nós, eles eram uma turma que gostava de tocar junto, um influenciando o outro”, ressalta.

Santo de casa
A banda de apoio do trio conta com um integrante de Ribeirão Preto: o trombonista Mauro Zacharias, conhecido por seu trabalho junto ao Los Hermanos e à Orquestra Imperial.

Mauro entrou no Black Carlos para substituir o amigo Marlon Sette e acabou ficando. O músico conta que já conhecia a fase soul de Roberto, mas nunca tinha participado de um projeto com essa proposta. “O show é impactante e divertido, ainda mais com as historinhas que eles contam durante o show. Vivendo e aprendendo sempre”, afirma.

É bom observar que o Black Carlos não é simplesmente uma banda cover. O grupo traz arranjos diferenciados de antigos sucessos. “As curvas da estrada de Santos”, por exemplo, traz uma levada hip-hop, passando pelo estilo de Marvin Gaye em “Como é grande o meu amor por você”, até o toque de Michael Jackson em “Se Você Pensa”.

Mauro diz que já trabalhou com Erasmo Carlos e conheceu Roberto durante show na Fundição progresso, no Rio de Janeiro. Ele acredita que a dupla já ouviu falar do Black Carlos. “Com certeza. Quem sabe um dia eles apareçam para dar uma canja”, sonha. 

Serviço - Black Carlos

Hoje (17/07/2014), às 20h30, no Sesc Ribeirão 

Rua Tibiriçá, 50

Ingressos: R$ 10, R$ 5 e R$ 2

Inf.: (16) 3977-4477.


Fonte:http://www.jornalacidade.com.br/

julho 08, 2014

Web Rádio Épocas sua rádio saudades


A Web Rádio Épocas foi elaborada e criada com o propósito de levar para  pessoas de uma faixa etária acíma dos 45 anos as músicas que fizeram parte de sua juventude.

Os mais jovens são os que mais acessam a internet e sabemos disso, embora saibamos também que, a população mais velha acessa cada vez mais a internet, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De  2005 a 2011, aumentou em 222,3% o contingente de brasileiros com 50 anos ou mais de idade que entram na internet. Entre as faixas etárias investigadas, foi a que teve maior crescimento relativo no período. Mais 5,6 milhões de pessoas com 50 anos ou mais passaram a acessar a internet nesse período.

Mas o objetivo maior da Web Rádio Épocas não é a audiência, mas sim proporcionar aos mais velhos um espaço que traga de volta  lembranças de uma época de suas vidas.

Acreditamos no romantismo, carinho, amor próprio, amor ao próximo, DEUS, companherismo, amizade e felicidade. Não apoiamos pedofilia,  preconceitos, julgamentos, discriminação, crimes, pornografia e falta de respeito.

www.webradioepocas.com.br

Ademir Palácios

julho 07, 2014

Cyro Aguiar: sucesso mundial em 1973 com Do You Like Samba?

Nesta imagem do arquivo A TARDE, Cyro em 1978, em show em Salvador

Do you like samba? Quem não gosta? E de Cyro Aguiar, gosta? Bom, se o nome não lhe é familiar, provavelmente você não estava no planeta quando este cantor baiano, residente em São Paulo há  anos, varreu o Brasil com o hit Do You Like Samba?
Isso foi há 41 anos,  lá em 1973. Hoje aos 71, Cyro manda notícias da capital paulista, onde vive muito bem, obrigado, dirigindo uma estação de rádio  popular, a Tropical FM, e segue fazendo shows.

Na época da gostosa Do You Like Samba?, Cyro lutava para se estabelecer como sambista, após fazer carreira na década de 1960, ligado ao movimento da Jovem Guarda.

"Em 1971, tive contato com um amigo, o Milton Carlos (1954-1976), que fez muito sucesso com  Samba Quadrado. Ele estava procurando cantores para a primeira montagem brasileira de Jesus Cristo Superstar", lembra Cyro, por telefone.

"Ele me chamou para um teste. Lá estava todo mundo começando: Nei Latorraca, Jonas Bloch, Stênio Garcia  e Eduardo Conde (1946-2003), que fez Jesus. Nei fazia Pôncio Pilatos e eu era o dublê dele. Depois consegui fazer um dos apóstolos. Quando Nei teve de abandonar a peça para atuar na TV, assumi o papel de Pilatos. Minha carreira mudou ali", relata.

Mais consciente do que na época da Jovem Guarda, Cyro não queria mais fazer rock. "Um produtor que conheci na Jovem Guarda me chamou para gravar. Eu disse que queria fazer sambalanço, como se dizia na época.  Gravei Asfalto Falsificado, um  grande sucesso em 1972 e também uma crítica a mim mesmo, por conta da  minha influência estrangeira", conta Cyro.

Sucesso mundial
Do You Like Samba? veio na mesma levada já no ano seguinte,  consagrando Cyro como cantor de sucesso no Brasil e fora dele. "Vendeu 500 mil cópias só no Brasil", diz.  "Foi sucesso em Portugal, Espanha, Itália, França e Estados Unidos", conta Cyro.

Do You Like Samba? foi regravada pela orquestra  de Edmundo Ros (1910-2011), de Trinidad & Tobago, estabelecido nos EUA nos anos 1940. Pena que o autor só foi saber disso... 30 anos depois. "Na época, me contaram que tocava na Espanha, mas eu nem sabia dos outros países, muito menos que tinha sido regravada nos Estados Unidos", conta.

Como nunca foi de se lamentar, Cyro continuou sua carreira e teve outro enorme sucesso com a música Crítica (1975). "No Brasil, foi um sucesso até maior do que Do You Like Samba?. Depois gravei Antes Que a Tristeza Venha com meu ídolo, Moreira da Silva", lembra.

"Os anos 1970 foram muito importantes para mim, mais do que os 60, em que gravei vários compactos da Jovem Guarda. Mas foi  nos anos 70 que tive  maior expressão", diz.

Sua transição de roqueiro jovem guardista para sambista não passou despercebida pelos antigos companheiros de matinê do Cine Roma, como Raul Seixas e Waldir Big Ben Serrão. "Quando gravei Do You Like Samba? fui aí em Salvador e Waldir tinha um programa de rádio: 'Que onda careta é essa, você gravando samba?'. Foi engraçado", conta.

A rádio do Cyro
Foi também em meados dos anos 1970 que sua vida deu outra virada. Na época, ele morava em Taboão da Serra, periferia de São Paulo. "Pensei que  podia ter uma rádio ali, até por que queria fazer um pé de meia. Na época, o órgão das concessões era o Dentel (Departamento Nacional de Telecomunicações)", conta.

"Lá me informaram que tinha que solicitar ao Ministério das Comunicações, 'quando tiver concorrência'. Procurei saber mais e descobri que  não ia ter abertura de canal para Taboão, mas ia ter para Itapecerica da Serra, que é pertinho. Entrei na concorrência, mas quem ganhava eram os políticos e tal", lembra.

A providência veio na forma de um telefonema de um velho amigo de Cyro, colega seu quando eram alunos na Academia Militar das Agulhas Negras nos anos 1950, e que Cyro abandonou para se dedicar à música.

"Ele me chamou para jantar no C'Adoro, disse que ia estar lá com o chefe dele. Quando eu chego, o 'chefe' era o general João Baptista Figueiredo, que ia se tornar presidente pouco depois. Cantei todas as músicas antigas do Orlando Silva que ele gostava. Dias depois ele me chamou no apartamento dele. Conversando, eu disse que estava concorrendo a uma emissora e ele me deu uma força. Foi assim, dei sorte", relata.

Cyro e a família tocam a Tropical FM até hoje, com a qual prosperaram. Em Salvador, aonde espera vir fazer show em breve, é lembrado com carinho pelos contemporâneos. "Tenho uma lembrança muito boa do Cyro", diz Paulinho Boca de Cantor.

"Como a gente (os Novos Baianos) era meio diferente,  não era todo mundo que nos via como amigos. Mas Cyro curtiu nosso som e foi generoso conosco várias vezes", diz.

"Nunca mais nos vimos, mas ficou a lembrança daquela figura simpática e amiga, que tocava muito violão e  fazia aquilo em que acreditava", afirma. Já o sambista Edil Pacheco lembra dele "tocando muito em rádio e fazendo sucesso. Era muito alegre e participativo. Soube que está bem, graças a Deus", conclui.






Fonte:atarde.uol.com.br

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