A banda Black Carlos, formada por integrantes do Kid Abelha e Cidade Negra (foto: Divulgação)
Em um breve momento de sua carreira, na virada dos anos 1960 e 1970, Roberto Carlos lançou aqueles que ainda são considerados seus melhores discos. Com o fim da Jovem Guarda, o Rei decidiu compor e gravar temas que o levaram a outro patamar, onde psicodelia, romantismo e balanço se uniam de forma única.
Esse período, considerado a fase soul do cantor e compositor, retorna aos palcos graças à banda Black Carlos, formada por Toni Garrido [Cidade Negra], George Israel [Kid Abelha] e Felipe Cambraia [baixista e produtor de Nando Reis].
O show compõe a programação especial de música negra do Sesc Ribeirão durante o mês de julho. No repertório, o grupo apresenta composições de Roberto e Erasmo Carlos, como “Todos estão surdos”, “Nada vai me convencer”, “Eu te amo, Eu Te amo, Eu Te amo” e “Quando”, entre outras.
“O projeto nasceu da ideia de três fãs de Roberto e Erasmo, que resolveram prestar uma homenagem e curtir essas canções maravilhosas no palco”, informa Felipe Cambraia.
O baixista afirma que o repertório do show foi composto a partir do gosto pessoal do trio, prevalecendo as canções do final dos anos 1960 e início dos anos 70. “A partir daí foram inseridas outras canções, sempre com a preocupação de se colocar uma leitura soul”, diz.
Segundo especialistas, essa fase determinante do trabalho da dupla Roberto e Erasmo teve uma grande influência do amigo Tim Maia, o mestre da soul music feita no Brasil. Felipe concorda. “Com certeza. Assim como nós, eles eram uma turma que gostava de tocar junto, um influenciando o outro”, ressalta.
Santo de casa
A banda de apoio do trio conta com um integrante de Ribeirão Preto: o trombonista Mauro Zacharias, conhecido por seu trabalho junto ao Los Hermanos e à Orquestra Imperial.
Mauro entrou no Black Carlos para substituir o amigo Marlon Sette e acabou ficando. O músico conta que já conhecia a fase soul de Roberto, mas nunca tinha participado de um projeto com essa proposta. “O show é impactante e divertido, ainda mais com as historinhas que eles contam durante o show. Vivendo e aprendendo sempre”, afirma.
É bom observar que o Black Carlos não é simplesmente uma banda cover. O grupo traz arranjos diferenciados de antigos sucessos. “As curvas da estrada de Santos”, por exemplo, traz uma levada hip-hop, passando pelo estilo de Marvin Gaye em “Como é grande o meu amor por você”, até o toque de Michael Jackson em “Se Você Pensa”.
Mauro diz que já trabalhou com Erasmo Carlos e conheceu Roberto durante show na Fundição progresso, no Rio de Janeiro. Ele acredita que a dupla já ouviu falar do Black Carlos. “Com certeza. Quem sabe um dia eles apareçam para dar uma canja”, sonha.
Serviço - Black Carlos
Hoje (17/07/2014), às 20h30, no Sesc Ribeirão
Rua Tibiriçá, 50
Ingressos: R$ 10, R$ 5 e R$ 2
Inf.: (16) 3977-4477.
Fonte:http://www.jornalacidade.com.br/