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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: Programa Jovens Tardes de Domingo

julho 28, 2012

Programa Jovens Tardes de Domingo


Com a proibição da transmissão dos jogos de futebol, em 1965 Roberto Carlos estréia nas tardes de domingo, ao lado de Erasmo e Wanderléa, o programa Jovem Guarda, na TV Record, que daria nome ao movimento. Seguindo padrões norte-americanos, a idéia era oferecer ao telespectador um show de música jovem que seria a versão brasileira do movimento musical liderado pelos Beatles. O programa estréia oficialmente em 05 de setembro de 1965, vira sucesso e faz moda. As gírias lançadas pelos cantores da Jovem Guarda, suas músicas, as roupas que usavam e produtos a eles associados viraram mania nacional (o programa era exibido nas outras capitais em videoteipe, com alguns dias de atraso). Foi a época das expressões ''É uma brasa, mora!'' e ''barra limpa'' e das marcas Calhambeque, Tremendão, Ternurinha e Jovem Guarda em objetos tão diversos como calças, botas, chapéus, cintos, chaveiros, coletes, lapiseiras, porta-cadernos, amplificadores para baixo e fotografias.

No programa, Roberto Carlos arrumava seu microfone, e seus dedos exibiam anéis de ouro e jade, seu pulso carregava uma grossa pulseira com seu nome, seus cabelos eram desafiadoramente compridos para a época. Após uma dose de San Raphael, dizia algumas gírias e curvava o tronco até a altura dos joelhos. O medalhão de ouro saltava da camisa. Ele esticava o braço e anunciava: ''O meu amigo Erasmo Carlos!'' Tinha início o maior show da música juvenil.

Em novembro, o programa Jovem Guarda já tinha 3 milhões de espectadores, só em São Paulo. Passou a ser transmitido ao vivo para São Paulo e em tape para o Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MG). Em dezembro já era transmitido para Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS).

A influência da Jovem Guarda foi além da música: criou uma nova linguagem, uma nova moda e costumes para a juventude. A linguagem carregada de neologismo, as roupas masculinas, a princípio comportadas, partiram para cores berrantes, camisas floridas e babados para os garotos e mini-saias e maquiagens exageradamente carregadas para as garotas. Tudo acompanhado de exagerados anéis, colares e medalhões. A indumentária, a nova linguagem, os cabelos compridos eram a senha para a liberdade e total quebra de tabus de uma sociedade extremamente rígida e conservadora.

Além do programa e dos discos, Roberto Carlos estrelou filmes inspirados nos Beatles. A roupa e o figurino do início da sua carreira também teve influência da banda britânica. Em 1967, é lançado o seu primeiro longa, Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, seguido por Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa (1969) e Roberto Carlos a 300km por Hora (1971).

O iê-iê-iê logo tomou conta das paradas de sucesso, principalmente após o lançamento do disco Jovem Guarda, contendo o megassucesso ''Quero que Vá Tudo pro Inferno'', uma das músicas mais tocadas no Brasil nos dois anos seguintes e que tornou-se o hino do movimento.

A partir de 1965, quando esteve na Argentina e em Portugal, sair do Brasil passou a ser rotina para o cantor, que se viu obrigado a compor nos aviões. Em 1966, seus discos são lançados em português nos Estados Unidos. Em 1968, é o primeiro não-italiano a vencer o Festival de San Remo, interpretando ''Canzone per Te''.

A vez do Tropicalismo, e do romantismo

Em 1968, surge o Tropicalismo. Liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, agregou as guitarras elétricas e a irreverência às letras mais intelectualizadas, renovando definitivamente a música popular brasileira. Nos anos 70, com o esmorecimento do movimento da Jovem Guarda, Roberto Carlos muda de estilo e torna-se um cantor e compositor basicamente romântico. Neste momento, seu público-alvo deixa de ser o jovem e passa a ser o adulto. Nessa linha, seus grandes sucessos são ''Detalhes'', ''Emoções'', ''Café da Manhã'', ''Força Estranha'', ''Guerra dos Meninos'', ''Fera Ferida'', ''Caminhoneiro'', ''Verde e Amarelo''. Posteriormente, passa a incorporar na música a sua religiosidade, influência da esposa Maria Rita. Músicas como 'Nossa Senhora' passa a compor a extensa lista de sucessos.

Em 1983, inova mas uma vez com o Projeto Emoções, uma excursão por todas as regiões do país. Mais de 800 mil pessoas assistiram a 21 espetáculos que Roberto realizou em 18 cidades de 14 estados do Norte, Nordeste e Centro Oeste. A realização deste projeto não teve paralelo no Brasil, com nenhum outro artista.

Com a morte da esposa Maria Rita em 1999, Roberto se recolhe. Neste ano não lança disco inédito e nem participa da gravação de seu tradicional programa de natal na TV Globo e deixa de se apresentar em público. Só voltaria aos palcos no final do ano seguinte.

Ao longo da carreira, Roberto Carlos fez milhares de shows em centenas de cidades, no Brasil e no exterior, conquistou diversos discos de ouro, recebeu prêmios e condecorações, lançou mais de 40 álbuns que venderam mais de 70 milhões de cópias. Atualmente continua se apresentando com freqüência e todo ano produz um especial que vai ao ar na semana do Natal pela TV Globo, mesma época do lançamento dos seus discos anuais.


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