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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: Jovem Guarda, sucesso antes da ‘beatlemania’

janeiro 28, 2013

Jovem Guarda, sucesso antes da ‘beatlemania’


Enquanto perdia terreno a primeira geração do rock, no final dos anos cinqüenta, outro movimento ainda mais rico e radical estava sendo construído, para explodir alguns poucos anos após, inicialmente na Europa, e depois no mundo.

Na Inglaterra, mais exatamente na cidade portuário de Liverpool, o merseybeat e, de forma especial, os Beatles, preparavam um novo assalto planetário, no que ficou conhecido como "beatlemania".

 Dessa nova explosão, novamente ninguém escapou, e o que se convencionou chamar de rock afirmou-se, então, definitivamente como a mais universal das manifestações culturais produzidas pela Humanidade.

Na mesma época, no Brasil, mais exatamente no bairro da Tijuca, na esquina das ruas Hadock Lobo e Matoso, no Rio de Janeiro, um grupo de músicos, entre eles Erasmo Carlos, Roberto Carlos, Tim Maia e Jorge Ben, também trilhava os mesmos caminhos de Lennon & McCartney. Enquanto Lennon & McCartney montavam, em Liverpool, o primal Quarrymen, Roberto e Erasmo, e também Tim Maia, faziam o mesmo com os grupos Sputniks, Terríveis e The Snakes, inicialmente influenciados pelo nascente rock and rock, especialmente por Elvis Presley.

Mas, diferente dos primórdios do nosso rock, o que estava sendo gestado não era mais apenas uma cópia, ou adaptação, e sim uma nova linguagem musical, com características nacionais, que ficou conhecida como Jovem Guarda.

Quando os Beatles entraram em cena, em 1963, Roberto Carlos chegou junto, correndo em faixa própria, com as músicas "Splish Splash" e, depois, "Párei na Contra-Mão", no mesmo ano. Em 1964, já com o primeiro LP lançado (novembro de 1963) - excluindo ?Louco Por Você?, Roberto Carlos já contabilizava mais dois hits, cantados de Norte a Sul do país - "É Proibido Fumar" (dele e Erasmo) e "O Calhambeque", versão para "Road Hog", do americano John D. Loudermilk, o mesmo autor de "Tobacco Road".

Em 1965, com o lançamento de "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno" (dele e Erasmo, novamente) e a estréia, em 22 de agosto, do programa Jovem Guarda, na TV Record, o movimento ganhou o seu contorno definitivo, que o tornou conhecido na história da música brasileira.

Até o final da década, especialmente, milhares de compactos, LPs e novos artistas foram se sucedendo, produzindo uma cena musical jamais vista na história do país, que foi arrefecendo após o fim do programa Jovem Guarda, no início de 1968. É importante destacar que a presença mais marcante dos Beatles no cenário musical brasileiro ocorreu somente após 1964, também por conta das versões produzidas por grupos e intérpretes nacionais, quando a Jovem Guarda já tinha afirmado sua identidade sonora.

O primeiro grande hit do grupo Renato e Seus Blue Caps foi "Menina Linda", lançada em em 1965 - uma versão para "I Should Have Know Better", do disco "A Hard Days Night", que não foi single, e nem sequer fez parte dos eps (com quatro músicas) do grupo. Talvez o segundo hit "beatlemaníaco" do Brasil tenha sido "Meu Bem", com Ronnie Von, lançada em 1966, outra música que também passou longe de ser um dos sucessos mais expressivos dos Beatles, da mesma forma não fazendo parte de qualquer single ou ep.

De certa forma, ainda hoje desprezada por boa parte dos teóricos e historiadores, a Jovem Guarda teve e tem para a cultura musical jovem do Brasil, a mesma importância que os Beatles tiveram para o mundo, em todos os aspectos. Observando-se a obra de Erasmo & Roberto Carlos, especialmente, tanto em quantidade e qualidade, quanto na influência que ela produziu em toda a música brasileira, é evidente que sua dimensão e importância extrapola o valor que a ela se credita.

A Jovem Guarda foi o movimento musical dos anos sessenta com mais consistência e, especialmente, identidade própria de todos os países do mundo, excetuando-se, claro, a própria Inglaterra, os Estados Unidos, e, talvez, a Itália, a França e a Austrália.







Fonte: Informações Senhorf

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